sexta-feira, 16 de julho de 2010
GANGUES ATERRORIZAM TRANSPORTES PUBLICOS
Diário de Notícias: Grupos aterrorizam pessoas nos autocarros para Algés
«Grupos aterrorizam pessoas nos autocarros para Algés
Jovens geram desacatos desde que saem de casa, no concelho da Amadora, espalhando o pânico nas carreiras rodoviárias, nos comboios e nas praias da Linha de Cascais.
Viajar nos autocarros da Carris e da Vimeca que servem o terminal rodoviário de Algés está a tornar- -se "cada vez mais perigoso, desde que começou o Verão", denunciam vários passageiros. Queixam-se de grupos de jovens que utilizam aquelas carreiras para chegar até Algés, onde depois apanham os comboios da Linha de Cascais para as praias da costa do Estoril. Relatam que esses grupos "entram e levam tudo à frente, não pagam bilhete, empurram as pessoas, insultam-nas e até as ameaçam". Há utentes que falam mesmo em roubos a passageiros.
"E não há nada a fazer", lamentam os passageiros e os próprios motoristas, referindo que a carreira 750 da Carris (Estação do Oriente/Algés) "é uma das mais problemáticas, porque passa por zonas complicadas como Alto da Damaia, Buraca, Bairro do Zambujal e Bairro da Boavista". Da empresa Vimeca, algumas das carreiras mais frequentadas por grupos indesejáveis têm os números 10, 12 e 162, servindo Monte Abraão, Bairro do Zambujal e Damaia.
Para perceber como funcionam as deslocações destes grupos para as praias da Linha de Cascais, a reportagem do DN apanhou o autocarro 750 no terminal da Gare do Oriente, em Lisboa, que levou quase uma hora e meia até Algés.
Deu para notar que alguns desses grupos, oriundos da Damaia e da Buraca, no concelho da Amadora, são os mesmos que têm gerado desacatos nos comboios e nas praias da Linha de Cascais. Em Algés, onde mudam do autocarro para o comboio - ou vice- -versa, ao final da tarde -, aproveitam para se ir abastecer ao supermercado Minipreço, mesmo defronte da estação da CP, furtando vários artigos.
A primeira parte da viagem decorreu de forma pacífica e normal até à zona de Benfica, onde o autocarro passou a ser "invadido" por grupos de jovens nas paragens seguintes, junto à estação de comboios de Benfica, no Alto da Damaia e Buraca.
Entram e avançam, sem comprar nem validar qualquer título de transporte. Outros entram pelas portas de trás, destinadas à saída de passageiros, empurrando-os e impedindo-os de sair. Desta forma, também evitam qualquer controlo de título de viagem.
O sossego acabou. O barulho é ensurdecedor, porque estes grupos não sabem falar a não ser aos gritos. Berram palavras num dialecto que só eles percebem, entremeadas com muitos palavrões.
Para aumentar ainda mais o barulho, alguns levam aparelhos de som e telemóveis a tocar música durante toda a viagem, que já parece um inferno interminável.
Os outros passageiros vão tentando afastar-se deles, mas é quase impossível fazê-lo, porque esses grupos encheram completamente o autocarro. Expressões mais incomodadas notam-se nas caras de utentes femininas, que parecem aterrorizadas por estarem entaladas e apertadas entre elementos daqueles grupos.
O calor e o cheiro intenso a transpiração vão-se tornando cada vez mais insuportáveis. O autocarro até tem ar condicionado, mas as pessoas teimam em abrir todas as janelas, fazendo sair o ar fresco e deixando entrar o bafo quente do exterior.
No final da viagem, já em Algés, os grupos de jovens saem do autocarro e dividem-se. Uns vão para o Minipreço e outros para a estação do comboio. Os outros passageiros e o próprio motorista respiram de alívio por terem chegado ao seu destino sem problemas de maior.
Mas nem sempre é assim. Utentes habituais desta carreira contam ao DN que "isto está muito mau e cada vez pior. Parece que eles são donos disto tudo. Empurram as pessoas, insultam e ameaçam. Às vezes armam brigas uns com os outros e vão de encontro aos outros passageiros".
As mesmas testemunhas referem já terem alertado os motoristas dos autocarros sobre estas situações de insegurança, mas "eles dizem que nada podem fazer, a não ser continuar a conduzir e a esperar que nada de grave aconteça até ao final da viagem".
O DN perguntou a um motorista porque não exigia bilhetes a esses grupos. "O problema é que eu sou só um e eles são muitos. O que é que eu posso fazer?", questionou.»
«Grupos aterrorizam pessoas nos autocarros para Algés
Jovens geram desacatos desde que saem de casa, no concelho da Amadora, espalhando o pânico nas carreiras rodoviárias, nos comboios e nas praias da Linha de Cascais.
Viajar nos autocarros da Carris e da Vimeca que servem o terminal rodoviário de Algés está a tornar- -se "cada vez mais perigoso, desde que começou o Verão", denunciam vários passageiros. Queixam-se de grupos de jovens que utilizam aquelas carreiras para chegar até Algés, onde depois apanham os comboios da Linha de Cascais para as praias da costa do Estoril. Relatam que esses grupos "entram e levam tudo à frente, não pagam bilhete, empurram as pessoas, insultam-nas e até as ameaçam". Há utentes que falam mesmo em roubos a passageiros.
"E não há nada a fazer", lamentam os passageiros e os próprios motoristas, referindo que a carreira 750 da Carris (Estação do Oriente/Algés) "é uma das mais problemáticas, porque passa por zonas complicadas como Alto da Damaia, Buraca, Bairro do Zambujal e Bairro da Boavista". Da empresa Vimeca, algumas das carreiras mais frequentadas por grupos indesejáveis têm os números 10, 12 e 162, servindo Monte Abraão, Bairro do Zambujal e Damaia.
Para perceber como funcionam as deslocações destes grupos para as praias da Linha de Cascais, a reportagem do DN apanhou o autocarro 750 no terminal da Gare do Oriente, em Lisboa, que levou quase uma hora e meia até Algés.
Deu para notar que alguns desses grupos, oriundos da Damaia e da Buraca, no concelho da Amadora, são os mesmos que têm gerado desacatos nos comboios e nas praias da Linha de Cascais. Em Algés, onde mudam do autocarro para o comboio - ou vice- -versa, ao final da tarde -, aproveitam para se ir abastecer ao supermercado Minipreço, mesmo defronte da estação da CP, furtando vários artigos.
A primeira parte da viagem decorreu de forma pacífica e normal até à zona de Benfica, onde o autocarro passou a ser "invadido" por grupos de jovens nas paragens seguintes, junto à estação de comboios de Benfica, no Alto da Damaia e Buraca.
Entram e avançam, sem comprar nem validar qualquer título de transporte. Outros entram pelas portas de trás, destinadas à saída de passageiros, empurrando-os e impedindo-os de sair. Desta forma, também evitam qualquer controlo de título de viagem.
O sossego acabou. O barulho é ensurdecedor, porque estes grupos não sabem falar a não ser aos gritos. Berram palavras num dialecto que só eles percebem, entremeadas com muitos palavrões.
Para aumentar ainda mais o barulho, alguns levam aparelhos de som e telemóveis a tocar música durante toda a viagem, que já parece um inferno interminável.
Os outros passageiros vão tentando afastar-se deles, mas é quase impossível fazê-lo, porque esses grupos encheram completamente o autocarro. Expressões mais incomodadas notam-se nas caras de utentes femininas, que parecem aterrorizadas por estarem entaladas e apertadas entre elementos daqueles grupos.
O calor e o cheiro intenso a transpiração vão-se tornando cada vez mais insuportáveis. O autocarro até tem ar condicionado, mas as pessoas teimam em abrir todas as janelas, fazendo sair o ar fresco e deixando entrar o bafo quente do exterior.
No final da viagem, já em Algés, os grupos de jovens saem do autocarro e dividem-se. Uns vão para o Minipreço e outros para a estação do comboio. Os outros passageiros e o próprio motorista respiram de alívio por terem chegado ao seu destino sem problemas de maior.
Mas nem sempre é assim. Utentes habituais desta carreira contam ao DN que "isto está muito mau e cada vez pior. Parece que eles são donos disto tudo. Empurram as pessoas, insultam e ameaçam. Às vezes armam brigas uns com os outros e vão de encontro aos outros passageiros".
As mesmas testemunhas referem já terem alertado os motoristas dos autocarros sobre estas situações de insegurança, mas "eles dizem que nada podem fazer, a não ser continuar a conduzir e a esperar que nada de grave aconteça até ao final da viagem".
O DN perguntou a um motorista porque não exigia bilhetes a esses grupos. "O problema é que eu sou só um e eles são muitos. O que é que eu posso fazer?", questionou.»