Pavilhão Atlântico - A vida anda a fazer-nos muito mal...


Quando é que suspeitamos que esta vida que estamos a levar (que nos impõem) está a fazer-nos muito mal, até enquanto simples seres humanos? Infelizmente, em muitas ocasiões... como estas:
Quando temos que fazer um esforço muito grande para não desconfiar da proclamada transparência de um concurso público... em que o Governo fez questão de ter a última palavra.
Quando temos que fazer um enorme esforço para acreditar que um banco como o BES, que tem tantas dúvidas em financiar a compra de uma modesta habitação, ou a aquisição de uma nova máquina para uma pequena empresa, etc., etc., etc., não tenha dúvidas em garantir mais de 20 milhões de euros para a compra do Pavilhão Atlântico, pelo empresário de espectáculos LuísMontez e o seu grupo de “amigos”.
Quando uma estória que deveria ser limpa, insiste em nos parecer duvidosa... não por qualquer coisa de concreto, pese embora o rol de dívidas dúvidas sobre o percurso empresarial de Montez, mas por reação à longa “infecção” provocada por muitos anos de lanhos, nódoas negras e algumas feridas profundas, que a vida nos tem infligido.
Quando é tão difícil acreditar que esta venda do pavilhão, por 21 milhões de euros, uma verba, muito, muito, muito inferior ao que realmente custou – e que nós pagámos! – é um preço justo... e não um “presente”.
Quando temos que fazer um seríssimo esforço para acreditar que este concurso e o seu financiamento foram ganhos porque o futuro do negócio do Pavilhão Atlântico é radioso... e não porque Luís Montez é casado com a filha de Aníbal Cavaco Silva.
Tristes e feios tempos, estes!!

Julho 27, 2012

Sobre a venda do Atlântico

Filed under: Media,Portugal — Ricardo Lima @ 18:05

A questão do Atlântico é simples. Em primeiro lugar o Estado dá mais um passo para se afastar da Cultura. Em segundo, entrega um activo rentável à economia privada, permitindo que esta o explore na linha do que o mercado exige. Em terceiro lugar este activo é entregue a alguém que já deu provas suficientes no que toca ao negócio da música e que, ao mesmo tempo fez a melhor oferta pelo Pavilhão, garantindo a manutenção -e o provável aumento – da sua rentabilidade. E por fim, a única questão pendente com o facto de o comprador ser genro de Cavaco Silva até é um positiva: pode ser que Cavaco Silva passe a ter uma ajudinha para a velhice, dada a anunciada “pequenez” das suas reformas.

… por metade do preço, diga-se.

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Convocatória “surpresa” da Assembleia de Credores do BPN pouco clara e transparente

Posted: 27 Jul 2012 02:40 AM PDT

É apelidada da fraude do século com 100.000 milhões de Euros envolvidos. E quem não tem acesso à Internet pode perder tudo.

Convocatória “surpresa” da Assembleia de Credores do BPN pouco clara e transparente

Passos Coelho reuniu-se duas vezes com o Banco BIC – o banco que vai ficar com o BPN – para discutir a compra, e segundo a agência financeira prefere preocupar-se com a “reputação do sistema financeiro”.

No entanto ontem saiu no Portal da Justiça uma Convocatória da Assembleia de Credores Obrigacionistas do BPN, que tem na sua ordem de trabalho o ponto único de “Deliberar, nos termos e para os efeitos do disposto nos números 2 e 3 do Artigo 101.°-C do CSC, sobre o Projecto de Fusão relativo à fusão por incorporação do BANCO BIC PORTUGUÊS, S.A (…)”.

Esta convocatória, segundo António Henriques, presidente da Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Clientes do BPN, ”tem alguns truques, pois o banco devia de enviar a convocatória a todos os obrigacionistas, dado que muitos não tem acesso a Internet, nos balcões a informação não foi dada mesmo com a insistência dos clientes lesados e noutros balcões foi apresentada uma carta de representação para eles assinarem para o gerente os representar na AG (assembleia geral), o que é a mesma coisa que colocar O LOBO A GUARDAR AS OVELHAS”.
Será que é preciso acesso à Internet? E este espaço curto de tempo é para apanhar algumas pessoas desprevenidas? Não se sabe.

A mesma fonte, afirma ainda em relação à confiança nesta fusão, que “quanto há perda dos valores em causa das centenas de depositantes no valor de 100.000 milhões de euros, dada a falta de transparência , desde o principio e as varias nuances, trocas e baldrocas que é o BPN (…) tudo é possível acontecer, contudo espero que esta administração do BIC tenha a sensibilidade para resolver para bem de todos com rapidez um assunto que esta a deixar muita gente desesperada, e na miséria”.

A Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Clientes do BPN foi criada em 2009 e até hoje tem tentado criar mais transparência ao processo da “compra” do BPN.

Esta é apenas uma convocatória que envolve características pouco claros para lavar os olhos dos Portugueses que assistem a esta farsa nacional como não há história.

Download da convocatória aqui