domingo, 4 de dezembro de 2011

Portugal foi, mas já não é!

O secretário-geral do PS desafiou hoje o embaixador da Alemanha em Portugal, Pedro Passos Coelho, a travar "a receita" que França e Alemanha querem impor ao Governo português e ao espaço comunitário, e avisou que "a Europa está capturada".

"Se hoje eu fosse primeiro-ministro, a uma semana do Conselho Europeu, não estaria sentado no meu gabinete em S. Bento", enquanto "Merkel e Sarkozy decidem qual a estratégia do Governo português" e, "ao jantar ou ao almoço, impõem a sua receita europeia a outros líderes", declarou António José Seguro.

O líder socialista parece que, nesta altura, vive noutro país. Passos Coelho (ou será mais Miguel Relvas?) come e cala porque, como assalariado da Alemanha, tem de fazer tudo o que a chanceler alemã e o presidente francês mandam.

Não adianta, quando se tem um povo imbecilizado, castrado, amorfo e letárgico, querer mostrar uma coragem que não se tem, ou uma capacidade “bélica” que coloca de um lado um “exército” municiado com fisgas e do outro um com mísseis.

"A Europa está capturada pela senhora Merkel e pelo senhor Sarkozy. E é preciso haver sensibilidade dos outros líderes europeus, e particularmente do primeiro-ministro português", para travar as imposições, disse Seguro, seguro de que é mais fácil falar do que agir, que é mais fácil lançar postas de pescada do que governar, mesmo que seja – e é – ao serviço da Alemanha.

"Um país como o nosso tem de ter um pensamento estratégico sobre a Europa", defendeu o secretário-geral do PS. Trata-se, é claro de fogo fátuo. Portugal deixou há muito de ter qualquer importância ou devaneio estratégico no contexto mundial, seja europeu, africano ou até mesmo ibérico.

Portugal está há muito à espera dos sapatos do defunto, tenta fazer tudo o que lhe mandam (nem que seja, como é, instituir um estado esclavagista) para conseguir emergir mas, mesmo assim, não é garantido que o consiga. Na melhor das hipóteses, quando emergir está colado ao norte de… África.

António José Seguro aproveitou para reafirmar propostas como a necessidade de um Banco Central Europeu "mais activo" com um sistema de "emissão de moeda", mesmo que isso crie "alguma inflação que se for controlada será mínima". Taxas sobre transacções financeiras e a criação dos 'eurobonds' foram outras propostas que voltou a referir.

Pois é. Seguro, tal como Passos Coelho, gostam de dar a ideia de que Portugal existe como país (pátria ou nação são coisas do passado). Mas estão enganados. Portugal foi, mas já não é.

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