Beja/Crime: Advogada oficiosa do alegado homicida vai pedir dispensa de exercer defesa
A advogada oficiosa nomeada para defender o homem suspeito de ter assassinado a mulher, a filha e a neta, em Beja, vai pedir a dispensa de exercer a defesa do alegado homicida, revelou hoje a própria à Agência Lusa.
"Estou a fazer o pedido de escusa do dever de patrocínio", ou seja, "estou a pedir para ser dispensada de exercer a defesa" do alegado triplo homicida, disse a advogada Gabriela Prazeres.
Questionada pela Lusa sobre os motivos do pedido, Gabriela Prazeres limitou-se a dizer que "são razões sigilosas e que estão ao abrigo do segredo profissional e, portanto, não as posso dar a conhecer".
"Se e quando o pedido de escusa for aceite", o Tribunal de Beja terá que requerer a nomeação de um novo advogado oficioso à Ordem dos Advogados, que o irá designar através do seu sistema informático SinOA, explicou.
Após ter sido nomeada advogada oficiosa do alegado triplo homicida, o único ato que Gabriela Prazeres efetuou foi assistir ao primeiro interrogatório judicial ao suspeito, que decorreu na quarta-feira à tarde no Tribunal de Beja.
O homem, de 59 anos, foi ouvido por uma magistrada do Ministério Público e por um juiz de instrução criminal e está indiciado por três crimes de homicídio qualificado.
Após o interrogatório, o Tribunal de Beja decretou a prisão preventiva do homem, a medida de coação mais gravosa.
O homem, um antigo bancário, que já tinha cumprido pena de prisão por um desfalque no banco onde trabalhava, foi transportado para o Estabelecimento Prisional de Beja, onde aguarda o julgamento.
O suspeito incorre numa pena entre 12 e 25 anos de prisão por cada um dos três crimes de homicídio, mas em cúmulo jurídico só pode ser condenado a uma pena única até 25 anos de prisão.
O alegado homicida foi detido na segunda-feira à noite na sua casa, em Beja, depois de se ter entregado à PSP por volta das 19:40 e sem oferecer resistência.
Após a detenção, elementos da PSP entraram na casa, na rua de Moçambique, onde encontraram os cadáveres da mulher, de 53 anos, da filha, de 28, e da neta, de quatro, cujos funerais foram realizados quarta-feira à tarde.
Fontes policiais avançaram que os crimes terão sido cometidos há cerca de uma semana e que o alegado autor do triplo homicídio também "matou todos os animais" domésticos que tinha em casa, nomeadamente um cão e um gato.
As fontes confirmaram à Lusa que as vítimas foram degoladas com "golpes profundos" na zona do pescoço, efetuados com uma catana, mas a cabeça não ficou separada do restante corpo.
Segundo as mesmas fontes, após ter cometido os crimes, o homem terá feito aparentemente "uma vida normal", uma vez que foi visto várias vezes nas ruas da cidade.
@Lusa
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