quarta-feira, 27 de junho de 2012

RETRATO DE PORTUGAL NA ÓPTICA DE HENRIQUE NETO








Retrato do País feito pelo consagrado industrial e respeitado político socialista Henrique Neto. Várias décadas de políticos sem ideias, sem estratégia, muito ignorantes e docilmente manipuláveis pelos grandes interesses, destruiram o tecido produtivo do país. E não se vê melhoria...


O retrato do País

Documento publicado na edição de hoje (23 de Junho de 2012) do diário i.

Henrique Neto:
“A maçonaria corrompe o PS e a democracia com alianças secretas”

Diz que Salazar dá por certo voltas no caixão quando hoje fazemos concessões à estratégia de Madrid. E revolta-se quando recorda que aceitámos destruir a nossa pesca e a nossa agricultura. Acusa a maçonaria de corromper o PS e a democracia com alianças secretas e planos de poder que atropelam os interesses do país. Deste governo, Henrique Neto diz que mantém aquilo que caracterizou os anteriores, a falta de estratégia e a defesa dos interesses das grandes empresas de serviços e bens não transaccionáveis, contra os interesses das empresas que poderiam tornar Portugal competitivo na economia moderna se houvesse incentivo à exportação.

Qual é a sua opinião sobre o novo Código do Trabalho?
Sempre considerei desnecessária a preocupação permanente dos empresários e das associações empresariais com o Código do Trabalho. O código não é o problema principal da economia portuguesa. Os problemas da economia portuguesa são outros e a obsessão excessiva com o Código do Trabalho acaba por desviar os empresários daquilo que é essencial. O distrito de Leiria, que nunca se preocupou muito com isso, tem hoje uma economia que está em muito melhor estado que a média do país, uma economia em que o crescimento da exportação é o dobro da média nacional, o desemprego é muito menor, o saldo da balança comercial é positivo, é um dos poucos distritos do país – o outro é Aveiro – que têm há já muitos anos um saldo da balança comercial positivo, o que corresponde ao grande objectivo nacional, e regista um número superior de empresas criadas que de empresas a fechar. O distrito de Leiria tem portanto na economia do país uma posição de liderança e o Código do Trabalho nunca foi ali uma obsessão dos empresários.

Que problemas são essenciais?
Por exemplo: os custos dos serviços que os empresários compram, nomeadamente ao sector de bens não transaccionáveis, que são os grupos económicos que estão no mercado interno, sejam serviços financeiros, sejam telecomunicações, energia, etc. – um sector que tem sido privilegiado pelo Estado. Esses custos são para os empresários, nomeadamente os exportadores, mais pesados e mais importantes que os problemas ligados ao Código do Trabalho. O banco de horas, que é uma das ferramentas agora introduzidas, já era praticado por algumas empresas do distrito de Leiria, nomeadamente na minha, há uns dez ou doze anos.

Porquê?
Porque havia diálogo com os trabalhadores, que perceberam que aquilo era bom para a empresa e não era mau para eles, porque lhes permitia juntar fins- -de-semana maiores, ter umas férias ou receber o dinheiro no caso de trabalharem horas que depois não eram compensadas com horas num prazo de três meses. As leis do trabalho nunca foram aquele papão que muita gente – políticos e associações empresariais – aponta.

Essa obsessão é contraproducente?
Ao fixarem-se muito nessa questão das leis do trabalho, os governos acabam por menosprezar os factores mais relevantes, que podiam fazer crescer e dinamizar a economia portuguesa.

Que factores?
Por exemplo, a formação dos recursos humanos, mas também a exportação, o financiamento adequado das empresas, a organização judicial, a atracção de investimento estrangeiro – que é mal feita ou não é sequer feita, a promoção dos produtos portugueses no estrangeiro – com uma estratégia que defina onde promover, que é uma questão muito importante. Quando se fixam nas leis do trabalho, os governos acabam por menosprezar coisas muito mais importantes. Ou até a logística, que é um dos grandes problemas da economia portuguesa. Os governos têm ignorado aquilo que realmente poderia empurrar a economia portuguesa para o crescimento.
Dificultando assim a vida aos empresários dos sectores mais dinâmicos e mais modernos da economia, sim?

A insistência do governo nas leis do trabalho acaba por reforçar a parte da economia mais tradicional, mais conservadora, aquela que provavelmente vai desaparecer, aquela que vê na mão-de-obra a única salvação, sem perceber que não conduz a nada.

Voltemos aos problemas da economia portuguesa. Quais são?
O problema maior são os custos dos transportes, da burocracia, da energia e das telecomunicações – aquilo que se chamou “custos de contexto”, na versão de Miguel Cadilhe. Em segundo lugar, a logística – fizemos auto-estradas, gastámos dinheiro que não tínhamos em auto--estradas, e esquecemos o transporte marítimo e ferroviário. Ora seria o transporte marítimo e ferroviário que poderia cortar muitos dos custos e pôr Portugal numa melhor situação, aumentando a rapidez na exportação. Em terceiro lugar, a justiça – ter uma justiça rápida é essencial. E ter financiamento, nomeadamente um financiamento às encomendas que as empresas têm, porque acontece as empresas terem encomendas e não terem dinheiro para lhes dar resposta – um financiamento que já foi feito por Miguel Cadilhe, quando foi ministro, com grandes resultados.

Não seria de desejar uma articulação mais profunda entre as empresas e a universidade?
Claro que a ligação à universidade deveria ter sido muito mais promovida. Tem havido uma insistência nos doutoramentos feitos à revelia das empresas, nomeadamente, mais uma vez, das empresas dos sectores de bens transaccionáveis. No período do governo do professor Cavaco Silva desprezaram-se as pescas e a agricultura, foram promovidos processos de desindustrialização – nomeadamente na área da metalomecânica pesada. Tudo isto são erros, pois uma economia para se desenvolver tem de ser forte em todos os seus sectores, não apenas nos serviços. Deveríamos ter aberto o leque da oferta portuguesa, nomeadamente no sector alimentar – reduzir a dependência do exterior, que tem efeitos mortais, em especial num período como o actual.

Sem que tenha sido incentivada a exportação, sim?
Esse é outro grande problema. Portugal é o único pequeno e médio país da União Europeia que tem uma estrutura económica própria dos grandes países. Os grandes países como a Alemanha, a Espanha, a Polónia, a França, a Itália, têm uma economia em que as exportações representam cerca de 30% a 40% do PIB. Os países pequenos, como a Irlanda, a Holanda, a Dinamarca, a Áustria, a República Checa, a Eslováquia, têm exportações que se situam entre 55% e 85% do PIB. E é natural que assim seja, visto que têm pequenos mercados internos e, para rentabilizar aquilo que fazem, têm de conquistar mercados maiores, e portanto têm de exportar, senão não têm desenvolvimento. As exportações de Portugal representam 32% do PIB – ou seja, temos um nível de exportações semelhante ao da Espanha ou da Alemanha, como se tivéssemos um grande mercado interno. Há que ter consciência de que menos de 60% não vai permitir que haja emprego em Portugal.

Como conseguir isso, na situação em que estamos?
Há que dialogar com os empresários. Em Portugal não existe um diálogo dos governos com os empresários portugueses. O governo privilegia aquelas grandes empresas que precisamente fazem os custos mais elevados – a EDP, a GALP, a PT, etc. –, que são os sectores parasitas da economia portuguesa, os sectores de bens não transaccionáveis, quando os governos deveriam ter, já há muitos anos, dado prioridade absoluta aos bens transaccionáveis. E há que ter uma logística eficiente – só o porto de Sines, se fosse bem capacitado, poderia ser um grande factor de atracção do investimento estrangeiro e de grandes empresas, que chamo integradoras – a Autoeuropa é uma empresa integradora, pois compra componentes que vêm dos EUA, da China, de Portugal, da Espanha, da Alemanha, que são montados ali em Palmela, exportando em seguida os carros para a China, os EUA, etc. A forma, a rapidez e os custos do que chega e a rapidez com que isso chega aos mercados de destino nos outros continentes e ao centro da Europa é essencial hoje, numa economia moderna. A Autoeuropa está a exportar bem para a China e os EUA porque tem um porto quase privativo e os navios chegam ali quando eles querem.

Não está assegurado o escoamento da produção das empresas portuguesas?
Os navios não param cá. Só param quando têm uma carga inteira e isso só acontece uma vez por mês para os EUA, uma ou duas vezes por mês para a China, e as pessoas não podem ficar à espera um mês que o barco pare aqui. O porto de Sines não foi feito com a dimensão necessária. Os barcos na última década cresceram e transportam agora 12 mil contentores, estão em construção barcos para transportar 18 mil contentores, barcos que precisam, para descarregar, de portos muito especiais, que têm de ser muito rápidos e têm de dispor de um espaço muito grande de armazenamento. Descarregam tudo e outros navios pequenos encarregam-se de distribuir as mercadorias por outros pontos da Europa. Os espanhóis desenvolveram isso em Algeciras, os marroquinos criaram um porto em Tânger, e hoje esses grandes navios, que podiam vir aqui descarregar e carregar, vão para Valência, Algeciras e Tânger-Med. Portugal tem a melhor posição, eles levam mais meio dia de viagem para lá chegar, mas Portugal não tem um porto à altura. Se tivéssemos esses navios a parar aqui regularmente, isso seria uma grande fonte de atracção de investimento estrangeiro.

O actual governo tem uma estratégia?
O principal problema é que os governos não têm tido uma estratégia. E este governo não tem uma estratégia. Podemos dizer que os governos de Mário Soares tinham uma estratégia, se chamarmos estratégia à decisão de entrar na União Europeia e aderir ao euro. Depois disso nunca mais houve nenhuma estratégia. Muito bem, entrámos na UE. E depois? Transformámos Portugal naquilo a que chamamos o “bom aluno”. Tínhamos tido um certo êxito económico nos anos 60 e 70, com a entrada de Portugal na EFTA, o que levou muitas empresas internacionais a fixarem-se em Portugal. Na altura tinham um incentivo, que eram os baixos custos de mão-de-obra. A partir da entrada da China no mercado mundial, teríamos de ter encontrado novas vantagens.

E que tipo de vantagem devia ter sido procurada?
Aquilo a que chamo uma estratégia euro-atlântica: estarmos em Portugal, sermos um país europeu, interessado nos mercados europeus, mas ao mesmo tempo um país atlântico, virado para o mar. Daí Sines, daí os portos. E seria essa a nossa vantagem competitiva – sermos um país europeu, mas termos a melhor posição geográfica e logística para nos relacionarmos com os outros continentes. Um porto de dimensão moderna daria continuidade e razão de ser ao investimento estrangeiro que foi a nossa safa nos anos 60 e 70. À medida que a China ia ganhando mercado na Europa e no mundo inteiro, era evidente que o factor mão--de-obra teria de ser substituído por outro. Faltou a estratégia de ligação aos outros continentes.

O que no fundo fora a nossa estratégia durante séculos, não?
Pelos menos ao longo de seis séculos. Éramos um país europeu, mas já tínhamos problemas nos séculos xiv, xv e xvi, porque tínhamos uma economia menos agrária e menos desenvolvida que os outros países. Virámo-nos para o Atlântico porque era uma vocação natural – para África, o Oriente, a América do Sul, os Estados Unidos.

Vê neste governo essa falta de estratégia?
O actual governo mantém a falta de visão estratégica. O maior erro estratégico português do pós-25 de Abril foi cometido por Durão Barroso, então primeiro-ministro, com o acordo que assinou em 2003 com os espanhóis na Figueira da Foz, que sancionava a construção do TGV. Uma decisão trágica, pois foi contra séculos de história portuguesa. Recentemente o primeiro-ministro anunciou ao país a intenção de fazer uma linha ferroviária de bitola europeia de Sines até Badajoz. No dia seguinte o “Público” escrevia que isto é impossível, pois em Espanha só há bitola europeia de mercadorias a partir de Barcelona. Entre Badajoz e Barcelona não há nenhuma linha férrea.

Ou seja, estamos a aceitar que Lisboa entregue a Madrid a nossa ligação à Europa?
Isto é tão estúpido e tão absurdo que revela a falta de estratégia de qualquer governo. Durante oito séculos, os nossos dirigentes tudo fizeram para não reforçar o poder de Madrid, tirando até partido da dificuldade de Castela em amarrar as autonomias ao poder central de Madrid. Nunca negociámos com Espanha, fora raras excepções, como Tordesilhas. Negociávamos com o Vaticano, a Inglaterra, a França, a Holanda, mas nunca com a Espanha. O que era compreensível, pois queríamos estar defendidos com alianças com outros mais fortes que nós. E os nossos antepassados mantiveram essa coerência quando chegou a hora do caminho-de-ferro – fizeram uma linha entre o Porto e Lisboa, de Lisboa para o Sul, e a linha para Irún e depois Paris. Nunca por Castela. Espanha utiliza a logística para dominar as autonomias: através das ligações a Sevilha, Barcelona, Bilbao, Vigo – nem todas terminadas. E nós, em vez de furar isto e fugir a esta estratégia espanhola de centralização logística, aceitámos. E agora vem Passos Coelho e defende uma linha ferroviária de bitola europeia para mercadorias para Madrid !!!

E há a electricidade francesa, mais barata que a espanhola, que poderíamos ir buscar.
Embarcámos no Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL). Os espanhóis insistiram, na Figueira da Foz e depois disso, que ligássemos a nossa rede eléctrica à Espanha. E a REN anda a gastar milhões a fazer linhas para a fronteira, quando não devia fazê-las. Mas está a gastar milhões para ligar a Espanha, para os espanhóis nos venderem electricidade. Mas os espanhóis não fizeram nem uma linha de ligação a França, pois a electricidade em França é mais barata e a partir do momento em que a electricidade francesa pudesse entrar em Espanha também entrava em Portugal mais barata. Os espanhóis têm uma estratégia clara e coerente, nós não temos estratégia e em tudo vamos atrás daquilo que nos impingem.

A inércia e o seguidismo é consequência do provincianismo a que nos remeteu o salazarismo?
Um provincianismo não seguidista – Salazar nunca seguiu ninguém, o salazarismo não pecou por falta de estratégia. Salazar usava uns contra os outros. Ajudou Franco a chegar ao poder para travar a Alemanha nazi – tendo aqui ao lado um governo amigo dos alemães, estávamos protegidos. Mas nunca deixou de atender aos ingleses e junto dos ingleses defendeu os espanhóis, pois os ingleses tinham--se batido contra o regime de Franco. Vendia volfrâmio aos alemães e aos ingleses, em quantidades que combinou com as duas partes. Depois quando os americanos entraram na guerra, para conter os espanhóis, cedeu os Açores e aliou-se aos EUA. Acabada a guerra, entrou na NATO e fez tudo, junto da Inglaterra e dos EUA, para que a Espanha entrasse, pois a Espanha dentro da NATO era menos perigosa. Hoje não é com exércitos que se defendem interesses e se conquista poder – é economicamente, através da logística, do acesso às fontes de energia. Salazar dá voltas no caixão quando hoje fazemos concessões à estratégia de Madrid.

Durante o governo de José Sócrates denunciou técnicas da maçonaria que, no seu entender, abafavam, no PS, os processos democráticos. O PS mudou desde então?
Técnicas maçónicas, usadas por maçónicos. A maçonaria tem uma grande importância no PS. A maçonaria tem essa diferença em relação ao país – a maçonaria tem e sempre teve uma estratégia, uma estratégia de poder. Não o poder como instituição, mas o poder para os membros da maçonaria. Hoje o poder é poder económico. E como o secretismo é uma vantagem, é fácil aos maçons controlarem deliberações, grupos de decisão. Tenho experiência de quando estava no parlamento. Numa comissão de inquérito, se quatro ou cinco das 20 pessoas são da maçonaria, os outros votam de acordo com a sua visão e eles decidem todos juntos a nomeação de alguém, numa instituição, num concurso público, e a maçonaria tem vantagem.

E quando estão em partidos diferentes?
Agora nesta polémica recente com as secretas, verificou-se que três dos cinco líderes parlamentares são da maçonaria. Quando foram escolhidos, não foi a maçonaria que enviou uma carta a mandar que fosse escolhido aquele senhor, mas foram as pessoas da maçonaria que estavam no grupo parlamentar que foram empurrando os seus correligionários.

Se os temos em diferentes partidos, há maior risco de serem tomadas decisões contra os interesses do Estado?
Estes problemas da energia, os custos da energia, uma pessoa como o António Mexia, ou o Jorge Coelho, ou o Relvas – têm todos ligações à maçonaria. Sabemos que há grupos de interesses. A Ongoing estava a organizar o seu grupo de interesses, de certo modo estava a copiar o grupo BES, que tem isso já mais organizado na parte mais privada da economia, tem uma organização muito eficiente. Manuel Pinho é um homem do BES, o Durão Barroso era um homem próximo do BES, que lhe pagou os estudos nos EUA. Ao Manuel Pinho não pagaram os estudos, mas pagou a EDP, que o Manuel Pinho tinha apoiado e onde o BES tem bastante poder, como na PT – o presidente da PT é um protegido do grupo BES há 30 ou 40 anos. É louvável proteger e dar educação a uma família pobre, mas tudo isto cria uma malha que depois desvirtua o método democrático. Miguel Frasquilho, vice-presidente da área de Economia do grupo parlamentar do PSD, é um homem do BES. Sócrates foi muito apoiado pelo BES, disseram bem do governo, Ricardo Salgado nunca negou elogios a Sócrates. Mais – os banqueiros, no seu conjunto, BCP, BPI, Santander, não foram mais cedo apontar a faca ao peito de Sócrates para ele pedir ajuda porque Ricardo Salgado lhes pediu, na sede da associação dos bancos, que não o fizessem. A Ongoing saiu do nada e sabia que tinha de criar a sua rede de influências. Eles ajudavam Sócrates com a TVI e o governo ajudava-os nos créditos do BES e da CGD. A nenhum português um banco emprestaria 500 milhões de euros como emprestaram à Ongoing.

Com resultados perversos para a democracia, não?
Um é perfeitamente evidente: o enfraquecimento daquilo que nas sociedades modernas é muito importante – a sociedade civil e as lideranças da sociedade civil. Os líderes da sociedade civil são capturados por esses interesses. Veja o exemplo do actual presidente da EDP, Eduardo Catroga. É um homem com qualidade, é um líder de opinião, e não temos tantos como isso. Antes de o governo actual ter sido eleito e mesmo depois, antes de ter sido nomeado para presidente da EDP, Catroga era dos críticos mais ferozes e mais contundentes da questão das rendas excessivas – na energia, PPP. A partir do momento em que passa a ser presidente da EDP, justifica, das maneiras mais absurdas, as rendas excessivas. Se pensarmos que isto acontece com um, dois, três, dez destes líderes – e acontece com as pessoas que estão nos mais diversos cargos na CGD, na GALP, na EDP, na REN, etc. –, há muito poucas que permanecem independentes, que não se vendem.

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