terça-feira, 11 de setembro de 2012

Pico de mortes entre idosos. Será que o governo considera os idosos as gorduras a cortar?

SNS idosos morrem crise
"Estima-se que tenham morrido mais de três mil pessoas numa semana, a maioria idosos com mais de 65 anos.
As baixas temperaturas, associadas a um aumento da actividade gripal, são apontadas como causa mais provável para a ocorrência do "pico".
fonte
A explicação parece razoável - um cenário de frio e época gripal matam idosos...
Mas pouco credível, pois esse é o cenário que se repete todos os anos e por isso não explica o pico deste ano... Aliás já tivemos anos muito mais frios!!

O que mudou então, este ano?
- Talvez tenha mudado o acesso aos serviços de urgência, cada vez mais distante dos que precisam e mais inacessível economicamente.
- Talvez tenha mudado a forma como as pessoas podem dispor das suas parcas reformas, tal como já se noticiou aqui antes, os médicos queixam-se de que estão a aparecer muitas pessoas que não se medicam para doenças crónicas e graves, tais como problemas derivados da diabetes, tensão alta, problemas de coagulação, pois não tem dinheiro para os medicamentos, e obviamente isto somado a uma simples gripe torna-se fatal.
- Talvez as pessoas idosas, muitas vezes incapazes de conduzir ou sustentar um carro, tenham ouvido na televisão que as ambulâncias chegam a custar 250 euros num transporte até ao hospital, e preferem esperar em casa por melhoras... mas morrem.
- Talvez as pessoas de uma forma geral e visível a todos, tenham perdido muita da sua capacidade económica para empreender uma luta contra a doença... Para quê pagar uma ambulância se depois não tenho dinheiro para as consultas? Para quê pagar consultas se depois não tenho dinheiro para os exames? Ou para medicamentos? E desistem...
- Talvez a usura da EDP não deixe margem para pagar aquecimento.
Óbvio que tais misérias humanas, jamais serão publicadas ou sondadas. As estatísticas tal como o governo, a justiça ou a saúde servem interesses que em nada convergem com os do cidadão.

Vejamos o quão favorável é para o governo, este quadro calamitoso e injusto para os cidadãos.
Supondo que morrem 3 mil reformados e que usufruíam em média 350 euros de reforma. O governo poupa, num só mês, mais de 1 milhão de euros, o que por ano perfaz mais de 12 milhões, com a cessação do pagamento destas reformas. Se somarmos a esta poupança ainda o que se poupará nos medicamentos que cessarão de usar, assim como serviços sociais de apoio ao domicilio, ambulâncias, médicos, exames etc ... é verdadeiramente rentável este novo negócio do governo.
Permite um aumento mais agradável nos luxos dos deputados por exemplo... ou um aumento no financiamento das campanhas, ou partidos!!! Ou até para pagar as polémicas garrafas de água mineral nas mesas da Assembleia da Republica. Pois parece que na AR, ao contrário de todos os locais de trabalho em Portugal, o pessoal acha que o "patrão" tem que sustentar certos luxos. Já não basta as cantinas!!!???

Enquanto os portugueses se debatem por bens essenciais e direitos básicos estes carrascos dos portugueses debatem-se por luxos e direitos ridiculamente supérfluos e ofensivos.

Mais noticias, recentes, que tornam pouco credível a teoria de que foi apenas o frio e a gripe que causou este aumento na mortalidade entre idosos.

"O número de doentes que chegam às urgências com problemas cardíacos porque não têm dinheiro para
comprar os medicamentos está a crescer.
«Todas as semanas faço pelo menos um internamento de um doente que viu o seu problema de saúde agravado porque não podia comprar os medicamentos», diz ao SOL o director do serviço de cardiologia do Hospital Amadora-Sintra. «Cada vez é mais frequente e está a tornar-se um problema social terrível».
Passos Coelho avisou... Custe o que custar vai respeitar a Troika, nem que mate ou desrespeite os direitos dos portugueses.

Artigo aqui no blog
"Hospitais do Norte limitam remédios. Médicos denunciam terapias mais baratas e menos eficazes contra o cancro."
CM

SOMATÓRIO DE CASOS ASSUSTAM.
"No distrito de Bragança há muitos doentes, sobretudo oncológicos, que estão a faltar a consultas e tratamentos porque não podem pagar o transporte de ambulância. Uma viagem entre Alfândega da Fé e o IPO, no Porto, pode custar 250 euros." (Rtp)
"Idosas hoje encontradas em casa morreram de forma dramática." (iolonline)
"António e Adelina Duarte vivem em Mafra. António sofre de cancro colorrectal, e a reforma do casal (500 euros) não chega para pagar os remédios." (CM Jornal)
"A população idosa e isolada não tem maneira de pagar o transporte de acordo com a nova lei. Em Odemira, como conta a repórter Maria Augusta Casaca, há casos de reformados que recebem 250 Euros por mês e têm de pagar 200 Euros pelo transporte nas ambulâncias. Há mesmo quem pergunte aos bombeiros se é possível o pagamento em prestações" (TSF)
Artigo aqui no blog


Actualização
(2/3/12): Número de mortes volta a ultrapassar o que era de esperar para esta altura do ano. Entre 20 e 26 de Fevereiro, morreram mais de três mil pessoas, como aconteceu na semana anterior. Público
Aparentemente Passos Coelho continua a olhar para as gorduras erradas, fingindo que não sabe nem vê que as gorduras mais dispensáveis mais supérfluas e ofensivas são exibidas todos os dias por ele e por todos os seus "amigos" (políticos e gestores públicos), que o peso do estado que preocupa os portugueses não é o peso da saúde ou do ensino, mas os luxos, incompetência, esbanjamento, corrupção, etc etc dos políticos e amigos. Isso sim pesa no orçamento e nas vidas dos portugueses...


"O ex-director-geral da Saúde Constantino Sakellarides declarou que a crise económica pode ser responsável pelo aumento do número de mortes das últimas semanas. “O facto de as pessoas viverem com mais dificuldades são hipóteses plausíveis” (...) a electricidade estar mais cara, haver mais dificuldade em aquecer as casas, haver mais dificuldade em ter acesso aos medicamentos e saúde” pode estar relacionado com as mortes em excesso.
Fonte
"Bastonário da Ordem dos Médicos aconselha governantes a viver com 600 euros por mês para perceber população."

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