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19 Oct 2012 03:01 AM PDT
Afinal qual o intuito de o
FMI declarar que a austeridade imposta padecia de um erro de cálculo, se os
nossos governantes se divertem a prosseguir no erro? Será para mostrarem à Europa
e ao mundo que conseguem forçar os portugueses a tudo... até ao suicídio
colectivo????
O FMI acaba de reconhecer - (“FMI: o efeito recessivo da austeridade é muito superior ao que
se julgava“)
O previsto era que por cada euro gasto a menos pelo
estado
representaria uma retracção do PIB de €0,5. Contudo, diz agora o FMI, esse
multiplicador deve ser muito superior, oscilando entre os €0,9 e os €1,7
(ponto central €1,3).
Ou seja, o FMI admite agora que cortar €1 na
despesa pode fazer cair o PIB do país até €1,7. Por outra palavras, o efeito
recessivo pode ser mais de três vezes superior ao presente nos modelo de partida
em que se basearam os planos de austeridade.
Mas o governo persistirá em levar a cabo esta previsão
ruinosa? Resta saber se esta constatação terá algum reflexo na revisão do modelo
de política económica preferido e dominante entre as instituições da troika de
que o FMI faz parte.
Eis um excerto da peça de Jorge Nascimento
Rodrigues.
” (…) A
entidade que mais errou foi o FMI e depois a Comissão Europeia (CE). Por cada 1%
do PIB em ajustamento orçamental (austeridade), o FMI subestimou 1 ponto
percentual no efeito negativo e a CE 0,8. O erro de subestimação na previsão do
desemprego foi na ordem de 0,5 pontos percentuais por cada 1% do PIB em cortes.
E no investimento foi arrasador, na ordem de uma quebra de 2 pontos percentuais
mais por cada 1% de PIB de corte orçamental.
Este disparo
do efeito multiplicador recessivo das políticas de austeridade deve-se, explica
o FMI, ao contexto atual de Grande Recessão e crise financeira, em que o
crescimento é “frouxo”, a margem de atuação da política monetária pelos bancos
centrais está no limite (com taxas de juro de referência já perto de 0%) e os
países resolveram proceder a ajustamentos simultâneos, ampliando o efeito
negativo das políticas de austeridade.
Portugal foi um exemplo claro Segundo
Olivier Blanchard, o conselheiro económico do Fundo, e que assina o Prólogo do
WEO agora divulgado, foi o reconhecimento expresso deste facto, de que o efeito
recessivo da austeridade é muito superior, que levou à revisão das metas
nominais do défice orçamental no caso português e à extensão do seu plano de
ajustamento.(…)” fonte - Expresso Online
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