sexta-feira, 16 de novembro de 2012



GREVES PARA QUÊ? 
Alinhamos em tudo e eles ganham sempre

Posted: 14 Nov 2012 04:10 PM PST Se não aderes à greve não podemos mamar do pote "(...) por ano as confederações patronais e as centrais sindicais com assento na Concertação Social recebem cerca de 500 mil euros do Orçamento do Estado, através do Conselho Económico e Social (CES). Mas a este valor ainda acrescem mais 551 mil euros de despesas com pessoal do próprio CES e cerca de 90 milhões destinados aos centros protocolares e participação na concertação social."Fonte Se realmente estes senhores quisessem resolver os problemas dos trabalhadores, sufocados por impostos e massacrados pelo flagelo do desemprego, convocavam uma greve contra a corrupção. colocando em evidencia, o reconhecimento da corrupção como o maior flagelo de Portugal. Se realmente estes senhores defendessem os interesses que fingem defender, e não os interesses dos políticos, denunciavam a corrupção e criavam movimentos anti corrupção, pois é devido a ela que os trabalhadores estão a ser sacrificados. Estas paralisações a frio, ordeiras e pacíficas, são na verdade a cara metade do circo eleitoral da democracia dos ricos. Vão todos comer ao mesmo tacho, e beber o mesmo suor. O de quem trabalha. VÃO GOZAR COM OUTRO Denunciar o que está mal nos sindicatos, não significa estar contra as greves em geral e contra a revolta popular. Porque razão o bi sindicalismo do regime partidocratico da oligarquia portuguesa não convoca uma greve sem fim determinado? Até obter o que se pretende? Porque insistem em convocar greves que no fundo apenas visam negociar aumentos dos subsídios sindicais? Nada de positivo e definitivo é conseguido para os trabalhadores? Para o país, para a luta contra o flagelo da corrupção. Ou o flagelo do desemprego. Os problemas de raiz poderiam ser resolvidos se eles quisessem. Possuem força para isso e são pagos para defender os trabalhadores. Mas o circo partidocratico negoceia com o circo sindical. " Eu mantenho, ou até aumento, os subsídios se me controlarem o povo e canalizarem a revolta para uma grevezita tranquila e organizada, de um só dia." " Ok. Eu faço a grevezita então para justificar os nossos subsídios e calar os afiliados" "O economista Luís Bento elaborou um estudo, dividindo o Produto Interno Bruto (PIB) pelo número de dias de trabalho, e conclui que um dia de paralisação equivale a uma perda de 764 milhões de euros a Portugal, alertando, porém, que este é apenas um valor de referência." fonte Em suma, os portugueses, contribuintes, são mais uma vez os únicos que ficam a perder. Perdem impostos para pagar sindicatos, pagam cotas, empobrecem o país pois as greves tem um custo real, geram o caos geral que apenas afecta cidadãos pobres e trabalhadores, e contribuem para alimentar o circo deles. O desemprego, os cortes aos desfavorecidos e a corrupção prosseguem, devastadores. Mas... "The show must go on" Assim - as sistemáticas greves debilitam o já frágil tecido produtivo nacional - a chaga do desemprego afecta mais de 600.000 portugueses, a atitude da CGTP e de outras centrais sindicais, todas elas partidarizadas, configura uma falta de respeito para com estes e uma irresponsabilidade face ao país. - os líderes do sindicato, vivem à custa da população e necessitam destas acções de folclore para justificarem a sua existência. - Além de danosas, estas greves não servem ninguém, visto que nada irão alterar nas políticas do governo servo da Troika. - É legítimo que as pessoas protestem, mas nesta fase, talvez seja de ponderar que se façam ao sábado e não prejudiquem a liberdade daqueles que querem trabalhar e a economia de um país à beira da ruína. Não há ninguém no governo, que consiga redigir um contrato em que o Estado não seja sempre comido por parvo? Posted: 14 Nov 2012 03:05 PM PST Miguel Sousa Tavares, sem papas na língua. «Há alguns incompetentes, mas poucos inocentes. (...) Durão Barroso, veio alinhar-se com os conselhos da troika sobre Portugal: não há outro caminho que não o de seguir a “solução” da austeridade e acelerar as “reformas estruturais” — descer os custos salariais, liberalizar mais ainda os despedimentos e diminuir o alcance do subsídio de desemprego. Que o trio formado pelo careca, o etíope e o alemão ignorem que em Portugal se está a oferecer 650 euros de ordenado a um engenheiro electrotécnico falando três línguas estrangeiras ou 580 euros a um dentista em horário completo é mais ou menos compreensível para quem os portugueses são uma abstracção matemática. Mas que um português, colocado nos altos círculos europeus e instalado nos seus hábitos, também ache que um dos nossos problemas principais são os ordenados elevados, já não é admissível. Lembremo-nos disto quando ele por aí vier candidatar-se a Presidente da República. Durão Barroso é uma espécie de cata-vento da impotência e incompetência dos dirigentes europeus.(...) Quando um dia se fizer a triste história destes anos de suicídio europeu, haveremos de perguntar como é que a Europa foi governada e destruída por um clube fechado de irresponsáveis, sem uma direcção, uma ideia, um projecto lógico. (...) como é que as agências de notação, os mercados e a Goldman Sachs puderam livremente atacar a dívida soberana de todos os Estados europeus, excepto a Alemanha, numa estratégia concertada de cerco ao euro, que finalmente tornou toda a Europa insolvente. Ou como é que um pequeno país, como Portugal, experimentou uma receita jamais vista — a de tentar salvar as finanças públicas através da ruína da economia — e que, oh, espanto, produziu o resultado mais provável: arruinou uma coisa e outra. E como é que, no final de tudo isto, as periferias implodiram e só o centro — isto é, a Alemanha e seus satélites — se viu coberto de mercadorias que os seus parceiros europeus não tinham como comprar e atulhado em triliões de euros depositados pelos pobres e desesperados e que lhes puderam servir para comprar tudo, desde as ilhas gregas à água que os portugueses bebiam. Deixemos os grandes senhores da Europa entregues à sua irrecuperável estupidez e detenhamo-nos sobre o nosso pequeno e infeliz exemplo, que nos serve para perceber que nada aconteceu por acaso, mas sim porque umas vezes a incompetência foi demasiada e outras a inocência foi de menos. O que podemos nós pensar quando o ex-ministro Teixeira dos Santos ainda consegue jurar que havia um risco sistémico de contágio se não se nacionalizasse aquele covil de bandidos do BPN? Será que todo o restante sistema bancário também assentava na fraude, na evasão fiscal, nos negócios inconfessáveis para amigos, nos bancos-fantasmas em Cabo Verde para esconder dinheiro e toda a restante série de traficâncias que de há muito — de há muito! — se sabia existirem no BPN? E como, com que fundamento, com que ciência, pode continuar a sustentar que a alternativa de encerrar, pura e simplesmente, aquele vão de escada “faria recuar a economia 4%”? Ou que era previsível que a conta da nacionalização para os contribuintes não fosse além dos 700 milhões de euros? O que poderemos nós pensar quando descobrimos que à despesa declarada e à dívida ocultada pelo dr. Jardim ainda há a somar as facturas escondidas debaixo do tapete, emitidas pelos empreiteiros amigos da “autonomia” e a quem ele prometia conseguir pagar, assim que os ventos de Lisboa lhe soprassem mais favoravelmente? O que poderemos nós pensar quando, depois de tantos anos a exigir o fim das SCUT, descobrimos que, afinal, o fim das auto-estradas sem portagens ainda iria conseguir sair mais caro ao Estado? Como poderíamos adivinhar que havia uns contratos secretos, escondidos do Tribunal de Contas, em que o Estado garantia aos concessionários das PPP que ganhariam sempre X sem portagens e X+Y com portagens? Mas como poderíamos adivinhá-lo se nos dizem sempre que o Estado tem de recorrer aos serviços de escritórios privados de advocacia (sempre os mesmos), porque, entre os milhares de juristas dos quadros públicos, não há uma meia dúzia que consiga redigir um contrato em que o Estado não seja sempre comido por parvo? A troika quer reformas estruturais? Ora, imponha ao Governo que faça uma lei retroactiva — sim, retroactiva — que declare a nulidade e renegociação de todos os contratos celebrados pelo Estado com privados em que seja manifesto e reconhecido pelo Tribunal de Contas que só o Estado assumiu riscos, encaixou prejuízos sem correspondência com o negócio e fez figura de anjinho. A Constituição não deixa? Ok, estabeleça-se um imposto extraordinário de 99,9% sobre os lucros excessivos dos contratos de PPP ou outros celebrados com o Estado. Eu conheço vários. Quer outra reforma, não sei se estrutural ou conjuntural, mas, pelo menos, moral? Obrigue os bancos a aplicarem todo o dinheiro que vão buscar ao BCE a 1% de juros no financiamento da economia e das empresas viáveis e não em autocapitalização, para taparem os buracos dos negócios de favor e de influência que andaram a financiar aos grupos amigos. Mais uma? Escrevam uma lei que estabeleça que todas as empresas de construção civil, que estão paradas por falta de obras e a despedir às dezenas de milhares, se possam dedicar à recuperação e remodelação do património urbano, público ou privado, pagando 0% de IRC nessas obras. Bruxelas não deixa? Deixa a Holanda ter um IRC que atrai para lá a sede das nossas empresas do PSI-20, mas não nos deixa baixar parte dos impostos às nossas empresas, numa situação de emergência? OK, Bruxelas que mande então fechar as empresas e despedir os trabalhadores. Cumpra-se a lei! Outra? Proíbam as privatizações feitas segundo o modelo em moda, que consiste em privatizar a parte das empresas que dá lucro e deixar as “imparidades” a cargo do Estado: quem quiser comprar leva tudo ou não leva nada. E, já agora, que a operação financeira seja obrigatoriamente conduzida pela Caixa Geral de Depósitos (não é para isso que temos um banco público, por enquanto?). O quê, a Caixa não tem vocação ou aptidão para isso? Não me digam! Então, os administradores são pagos como privados, fazem negócios com os grandes grupos privados, até compram acções dos bancos privados e não são capazes de fazer o que os privados fazem? E, quanto à engenharia jurídica, atenta a reiterada falta de vocação e de aptidão dos serviços contratados em outsourcing para defenderem os interesses do cliente Estado, a troika que nos mande uma equipa de juristas para ensinar como se faz. Tenho muitas mais ideias, algumas tão ingénuas como estas, mas nenhumas tão prejudiciais como aquelas com que nos têm governado. A próxima vez que o careca, o etíope e o alemão cá vierem, estou disponível para tomar um cafezinho com eles no Ritz. Pago eu, porque não tenho dinheiro para os juros que eles cobram se lhes ficar a dever.» Miguel Sousa Tavares, Expresso

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