quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Posted: 06 Feb 2013 08:44 AM PST
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Todos os anticontraceptivos orais (pílula) aumentam o risco de trombose venosa profunda que pode resultar em embolia pulmonar e potencialmente em morte, mas existem diferenças significativas entre eles.

No início, pensou-se que o problema seria a dose de estrogénios, como tal a dose de etinilestradiol (o estrogénio usado nas pílulas) foi progressivamente diminuído até chegarmos às pílula mini-doseadas. Mais tarde, verificou-se que o progestagénio utilizado também tinha influência.



O mundo das pílulas:


O componente progestagénico da pílula é, tradicionalmente, classificado numa de quatro gerações de compostos, tendo como critério o momento em que ocorreu a sua introdução no mercado, e não a sua estrutura ou acção farmacológica, o que, por vezes, se torna bastante confuso e cientificamente pouco útil.


A pílula anticontraceptiva oral é uma combinação de um estrogénio e de um progestagénio, sendo que o estrogénio utilizado o etinilestradiol. Devido aos efeitos secundários dos estrogénios, sempre se procurou diminuir a sua dose, e para isso foram desenvolvidas novas moléculas de progestagénio.



O quadros seguinte mostra os vários compostos das principais pílulas:



DERIVADOS DA TESTOSTERONA:


1ª Geração : Noretisterona (não usada como anti-contraceptivo)


2ª Geração : Levonorgestrel - Microginon, Trinordiol, Miranova


2ª Geração : Norgestrel (não usado como anti-contraceptivo)


3ª Geração : Desogestrel - Marvelon, Mercilon, Novynette


3ª Geração : Gestodeno - Gynera, Tri-Gynera, Harmonet, Microgeste, Minigeste, Minulet, Tri-Minulet, Minesse,


4ª Geração: Ciproterona - Diane 35



DERIVADOS DA ESPIRONOLACTONA:


4ª Geração: Drospirenona - Yasmin. Yasminelle, Yaz




Yasmin, Yasminelle e Yaz: não utlizar.


Como podemos verificar, os progestagénios até aqui utilizados eram derivados da testosterona. Recentemente, há cerca de dez anos, o laboratório Bayer iniciou a comercialização de uma pílula em que o progestagénio é um derivado, não da testosterona mas sim, da espironolactona, a drospirenona.


A espironolactona é um diurético, isto é, aumenta a eliminação de líquidos no organismo, e por isso é utilizada no tratamento da hipertensão e em certas doenças em que existe retenção de líquidos, como na insuficiência cardíaca congestiva.


A espironolactona tem a particularidade de ser um poupador de potássio, isto é, impede que o organismo absorva muito sal e previne que os níveis de potássio fiquem muito baixos. Este factor poderá estar na origem de um risco aumentado de trombose verificado com a toma das pílulas Yasmin, Yasminelle e Yaz (pílulas de 4ª geração)


http://octopedia.blogspot.pt/2011/12/yasmin-e-yasminelle-triplicam-o-risco.html




A Diane 35 deveria ser definitivamente retirada do mercado.


Após a morte de 4 mulheres, em França, relacionadas com a toma de Diane 35, e a supteitade de mais três casos que estão a ser investigados, a agência francesa do medicamento decidiu a sua retirada do mercado. Além disso, a pedido da França, a Agência Europeia do Medicamento (EMA), vai reexaminar as pílulas anti-contraceptivas de 3ª e 4ª geração.


A Diane 35 é uma pílula de 4ª geração, assim como Yasmin, Yasminelle e Yaz, que apesar de terem um progestagénico diferente, têm sido alvo de muitas queixas contra a Bayer, por parte das utilizadoras, sobretudo nos Estados Unidos, por aumentarem o risco de trombo-embolismo.


A Diane 35, comercializada em 116 países, além de anti-contraceptivo, também é muito utilizada no tratamento do acne, apesar da sua eficácia moderada e apenas observável ao fim de vários meses de tratamento.


As suas contra-indicação são numerosas: má circulação nas pernas, episódios anteriores de isquémia ou trombose, angimna de peito ou infarto, AVC, diabetes ou suspeita de cancro.



Trinordiol e Microginon: o melhor benefício-risco.


Nas mulheres que não tomam qualquer pílula, o risco de trombose venosa é de 5 a 10 casos por 100 000 mulheres por ano, no caso das pílulas de 2ª geração o risco é de 20 casos por 100 000 mulheres por ano, no caso das pílulas de 3ª geração o risco é de 30 a 40 casos, número esse que sobe para 80 casos nas pílulas de 4ª geração.










Todos estes dados sugerem que no caso de uma mulher escolher como meio anti-contraceptivo uma pílula, deverá preferencialmente usar uma da chamada 2ª geração, com levonorgetrel, ou seja Microginon ou Trinordiol.





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