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15 Mar 2013 04:57 PM PDT
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É curioso constatar que o "Espírito Santo", que guia os cardeais na escolhas de um novo papa, tenha tido sempre um visão geopolítica conveniente para ajudar os interesses das potências ocidentais dominantes.
Depois de um papa polaco, João Paulo II, em
1978, que contribui de forma decisiva para o fim da URSS, tivemos um papa alemão
para combater a teologia da libertação.
Agora foi eleito um papa argentino para
destruir os governos progressista da América do Sul.
A religião ao serviço do poder político.
As religiões sempre estiveram intimamente
ligadas ao poder político; a mais flagrante é a judaica onde o projecto sionista
se confunde com a religião, mas também a muçulmana onde a "charia" se sobrepõe
ao direito civil. No caso da religião cristã os jogos de poder são mais subtis,
desde os reis que "nomeavam" os papas até papas que legitimavam os reis.
Desde então, poucas coisas mudaram. Cientes do
peso da igreja, o verdadeiro ópio do povo, as grandes potências ocidentais
sempre manipularam essa crença em seu favor. Para além das organizações mais ou
menos secretas ou cabalísticas como a Opus Dei, as escolhas papais estão
sujeitas e comandadas pelo poder estabelecido das grandes nações
dominantes.
João Paulo II, um papa que vem mesmo a
calhar.
Vendo a história recente, toda gente achou
"normal" a eleição de um papa polaco em 1978, isto após o assassinato de João
Paulo I, incómodo pela limpeza que pretendia no seio dos negócios de lavagem de
dinheiro por parte da banca do Vaticano. Estávamos em plena Guerra Fria. Era
essencial para os Estados Unidos derrotar a URSS e os países de Leste
Europeu.
A Polónia, o país mais católico dos Países de
Leste da Europa, refugiava-se do domínio comunista através da religião que
representava uma esperança espiritual. A eleição de João Paulo II em 1978 foi
decisiva para estimular a greves de Gdanks na Polónia e mais tarde o
desmoronamento da URSS. Mais uma vez, o "Espírito Santo", sempre atento, viu bem
as coisas.
Simpático e bonacheirão, ninguém analisou que
se tratava de uma pessoa que defendia os valores mais desprezíveis da moral
humana, como a liberdade de relacionamento entre duas pessoas sem que seja para
procriar, a recusa do preservativo, mesmo para pessoas infectadas ou o
menosprezar da mulher que sempre teve na igreja católica e que continua a ter,
um papel subalterno A igreja é coisa de "homens".
Bento XVI, da libertação à
devoção.
Surgiu depois Bento XVI, um teólogo conservador
que perante a emancipação de uma igreja mais perto das pessoas, sobretudo na
América Latina, combateu e perseguiu a teologia da libertação. Muitos desses
padres que apregoavam uma nova forma de libertação humanista foram afastados dos
seus locais de culto quanto aproavam a justa libertação dos povos.
A libertação passou à devoção, a oposição ao
consolo, a análise à utopia. As histórias bíblicas do Exode deram lugar ao
Apocalypto e aos santos. Com uma proliferação de nomeações de santos que já
vinha do seu antecessor .
A rotura da América do Sul com as suas antigas
potências coloniais iniciou-se com Hugo Chávez, polémico porque dava voz aos
mais desfavorecidos e fazia frente ao Estados Unidos para poder beneficiar o seu
povo. Muitos outros países da América do Sul lhe seguiram as suas pesadas: a
Argentina, o Equador ou a Bolívia.
A América Latina, quintal dos Estados Unidos,
não pode ter a veleidade de se tornar autónoma e com ideias democráticos que
projedicam as grandes multinacionais. Num continente profundamente cristão, a
influência da igreja vale mais de que qualquer controlo dos média. Entre duas
opiniões será ela que será ouvida.
Francisco: o papa da destruição da América
Latina.
Então, a eleição deste papa será fundamental
para domar estes países que pensavam poder mudar o mundo, com as suas pretenções
de dar voz ao povo. É eleito um papa, simpático, que até ande em transportes
público, portanto próximo do povo. Ele é o povo.
Esquecendo a colaboração da igreja com o
fascismo durante a ditadura argentina do qual este papa faz parte como agente
activo.
Entre outras coisas, defende, o ponto de vista
desta religião que se diz humanista, o impensável: o não aborto, mesmo nos casos
de violação da mulher. Condenação da vítima em benefício do agressor.
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