sábado, 2 de março de 2013





Político conservador grego condenado a prisão perpétua por desvio de 17 milhões de euros

Tribunal considerou que Vassilis Papageorgopoulos fazia parte de um esquema que desfalcou a Segurança Social enquanto esteve à frente do município de Salónica, o segundo maior do país.

Vassilis Papageorgopoulos foi presidente da Câmara de Salónica entre 1999 e 2010 Fani Trypsani/Motion Team/REUTERS

 grego condenou o antigo presidente da Câmara de Salónica a uma pena de prisão perpétua, pelo crime de peculato. Vassilis Papageorgopoulos, que presidiu à segunda maior autarquia da Grécia entre 1999 e 2010, foi considerado culpado do desvio de 17 milhões de euros do erário público, sensivelmente metade do orçamento disponível para obras no município.

Além do autarca, foram também condenados à mesma pena o antigo secretário-geral do município, Mihalis Lemousias, e o tesoureiro, Panagiotis Saxonis, acusados dos crimes de falsificação e branqueamento de capitais. Dois directores financeiros municipais receberam penas de 10 e 15 anos, naquele que foi o primeiro grande caso de corrupção política desde o início da crise financeira na Grécia – 17 arguidos responderam pelo desvio de verbas do município num valor estimado de 52 milhões de euros.
Papageorgopoulos, um membro do partido Nova Democracia do primeiro-ministro Antonis Samaras, foi “considerado culpado de cumplicidade directa no desfalque” do dinheiro público, disse uma fonte judicial à Reuters. O ex-autarca – um antigo corredor de alta competição e dentista, conhecido como o “Médico Voador” – foi implicado pelos outros arguidos, mas declarou a sua inocência durante o julgamento. “Não tenho nada a ver com este caso. Algumas pessoas vão morrer de culpa por isto”, declarou, depois de conhecida a sentença.
O político conservador, que foi atleta olímpico em 1972 e 76 e serviu como vice-ministro do Desporto no início da década de 90, acusou a justiça grega de ter conduzido um “processo político” com o único objectivo de “satisfazer o desejo de vingança do público, que pede o sangue dos políticos”.
O Ministério Público abriu uma investigação às finanças de Salónica na sequência de denúncias que apontavam para o misterioso desaparecimento de milhões de euros que deveriam ter sido transferidos dos cofres municipais para a Segurança Social grega. O seu sucessor, Yannis Boutaris, disse que depois de tomar posse, em Novembro de 2010, constatou que a informação financeira que Papageorgopoulos lhe transmitiu era imprecisa e não correspondia ao saldo contabilístico municipal.
Segundo o tribunal deu como provado, os três arguidos montaram um esquema que consistia em apropriar-se das contribuições devidas à Segurança Social dos salários dos funcionários municipais. O tesoureiro Panagiotis Saxonis, responsável por esses pagamentos, fazia o lançamento das verbas nos fundos da Segurança Social, mas retinha o dinheiro, guardando uma parcela de 10% para si e distribuindo o resto por Lemoussias e Papageorgopoulos – os dois nomes constavam como titulares da conta bancária onde esse dinheiro foi depositado.



Novas detenções na luta contra a corrupção na Grécia

A luta contra a corrupção na Grécia traduziu-se hoje por detenções de três membros do organismo grego de luta contra o crime financeiro (SDOE) e de dois polícias, em operações separadas, anunciaram as autoridades gregas.
Estas duas detenções são as últimas de uma série de incidentes semelhantes ao longo da semana na Grécia Yorgos Karahalis/Reuters (arquivo)
A luta contra a corrupção na Grécia traduziu-se hoje por detenções de três membros do organismo grego de luta contra o crime financeiro (SDOE) e de dois polícias, em operações separadas, anunciaram as autoridades gregas.
Os três elementos do SDOE foram detidos no oeste da Grécia por presumível extorsão de fundos de um homem de negócios local. Um dos indivíduos é um alto responsável da brigada de repressão de fraudes, disse uma fonte policial à AFP.
Numa segunda operação, foram detidos em Atenas dois agentes da polícia grega, suspeitos chantagearem um paquistanês proprietário de uma loja de alimentação.
De acordo com testemunhas, os polícias detiveram na passada quinta-feira o comerciante e um ajudante, também de nacionalidade estrangeira, por alegadas infracções aos regulamentos sanitários e fraudes fiscais, e em seguida exigiram dinheiro pela sua libertação.
Estas duas detenções são as últimas de uma série de incidentes semelhantes ao longo da semana na Grécia, no quadro da luta contra a corrupção, um flagelo no país, que se encontra no seu sexto ano consecutivo de recessão económica.
Na passada quarta-feira, o chefe da polícia de um bairro operário em Atenas foi detido por suspeitas de se ter apropriado de 4000 euros que um comerciante paquistanês transportava na sua viatura.
Antes disso, um outro alto responsável da polícia em Atenas foi detido depois de ter tentado extorquir dinheiro a um outro paquistanês, proprietário de uma tabacaria

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