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21 Jun 2013 03:16 AM PDT
O programa INALENTEJO do QREN aprovou para uma
verba avultada para a recuperação de uma praça de touros. A praça não pertence à
Câmara.
As obras foram “financiadas pelo INALENTEJO, no âmbito do QREN, a uma taxa de 85% do valor total de investimento (1.788.443,13€)”, indicou o Presidente da Câmara Municipal. Mas, o problema é que a praça de touros não pertence à Câmara Municipal. Este é apenas o valor da obra, sendo que nele não está incluída a manutenção. A mesma foi cedida à Câmara Municipal, por um período de 25 anos, pelo Centro de Bem-Estar Social de Estremoz.
Imagem:
Sol
e Sombra
Estes fundos comunitários foram aprovados porque, numa das actas entendem-se que “terá que constar na candidatura que o espaço não poderá ser apenas utilizado como Praça de Touros, terá que ter outras valências e que quem desenvolver o projecto terá que introduzir pelo menos um palco, mesmo que seja amovível, para se poderem realizar espectáculos ou outros eventos, para que a candidatura seja mais facilmente aprovada” (página 29). Nessa mesma acta foi colocada a hipótese de dar acesso a privados para a exploração do espaço . No entanto, o Presidente da Câmara Municipal esclareceu ao Tugaleaks que “Não está prevista qualquer concessão da Praça de Toiros a privados. A gestão do equipamento será da responsabilidade do Município de Estremoz.”. E tinha razão a deliberação da acta de 2010 porque, dois anos mais tarde, a eurodeputada Ana Miranda questionou o Parlamento Europeu sobre esta mesma questão, colocando a hipótese de se estar a financiar a longo prazo os eventos tauromáquicos. A resposta diz respeitar a cultura dos estados membros. Entretanto e paralelamente a isso, a Câmara Municipal pediu empréstimos para pagar dívidas, conforme anuncia o Elvas.com.pt, que indica, citamos, a “contração de um empréstimo, pelo período de 14 anos, cujo valor vai resultar da decisão da Comissão de Análise do PAEL e que se situará entre 50 a 90 por cento do montante de 3.011.925,65 euros” Numa das votações o Vereador António Carvalho insurgiu-se pois “os gastos que vão ser consignados aos projectos apresentados nos pontos 4 e 5 da ordem do dia são muito volumosos, entendendo que no exercício da democracia e de uma forma tolerante, que quem dirige os destinos da autarquia só tem a ganhar com os contributos pertinentes que as pessoas possam dar”. Saiu da sala antes da votação, que foi aprovada por maioria. Embora o Presidente da Câmara Municipal de Estremoz tenha garantido que “irão também decorrer eventos culturais, desportivos e económicos” e que “[p]ode até acontecer que o número de eventos desta natureza seja superior ao número de espetáculos tauromáquicos“, o programa do Governo O Meu Movimento, que já vai na sua segunda edição, teve sempre em mente o fim dos dinheiros públicos para os eventos tauromáquicos. Ao que parece, os dinheiros Europeus já é outra história diferente. E o leitor, o que acha deste investimento? |
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