Posted:
26 Aug 2013 08:30 AM PDT
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O gás representa mais de um quarto do
consumo energético da Europa e a tendência é para aumentar rapidamente. A
visualização, neste caso dos gasodutos, explica muitas das guerras e tensões no
Médio Oriente.
O continente europeu importa 50% do gás que
consome, sendo a Rússia, a Argélia e o Qatar os principais fornecedores. Um
quarto desse gás vem da Rússia, através de uma única empresa: Gazprom.
Para contornar a passagem actual do gás pela
Ucrânia, a Bielorússia e a Polónia, a Rússia decidiu criar dois gasodutos, a
norte o "North Stream" e a sul o
"South Stream", como podemos
observar, a vermelho, no mapa seguinte:
O "North
Stream" é um projecto caro, dado que deverá passar por baixo do mar
Báltico para atingir directamente a Alemanha. Este projecto é financiado a 51%
pela Gazprom, mas também pela Alemanha, através da E. On e BASF com 20%
cada.
O "South
Stream" deverá atravessar a Bulgária, a Hungria e a Sérvia e
transportar 63 mil milhões de m3 de gás por ano. A Servia, aliado histórico da
Rússia ira ter um papel determinante, com a construção de um depósito de 300
milhões de m3 de gás para eventuais falhas de abastecimento. Este projecto é
co-financiado pela italiana ENI.
Este último projecto é um concorrente directo,
como podemos ver do projecto europeu de "Nabucco", a vermelho no mapa seguinte:
O gás proveniente do Azerbaijão deveria chegar
até à Hungria, onde depois, seria distribuído na Europa ocidental.
No entanto, o consorcio Shah Deniz, do
Azerbaijão, optou recentemente por um projecto alternativo: o "Trans-Adriatic Pipeline" (TAP), no mapa
seguinte a laranja.
O projecto TAP tem a vantagem de ter uma
extensão com menos 400 km de que o gasoduto de Nabucco. De qualquer maneira,
apesar de concurente do projecto russo, TAP ou Nabucco terá um custo duas vezes
superior ao de "South Stream" e só estará concluído em 2018 contra 2015 para o
russo.
Existe um outro projecto de abastecimento
europeu com o gás proveniente do Qatar, terceira maior reserva do mundo, este
deverá ser encaminhado através do sul do Iraque, da Jordânia e da Síria para
chegar à Turquia. Aliás, a Turquia já tem essa parte do gasoduto pronta.
A Síria é um obstáculo a esse projecto,
compreende-se melhor a participação activa da Turquia e da Jordânia na queda do
presidente Sírio.
Existe, finalmente, um projecto para abastecer
a Europa com gás proveniente do Irão com um gasoduto que atravessa o Iraque e a
Síria, onde sairia em direcção aos vários países europeus: o "Islamic Gas Pipeline":
O projecto de um eixo Irão-Iraque-Síria não é
bem visto pelos americanos e seus aliados europeus, mas não projedica o projecto
russo e pelo contrario compete com os projectos americanos e europeus. Este
facto explica, em parte, a instabilidade criada pelos Estados Unidos na Síria,
que tem neste quadro uma importância estratégica
fundamental.
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