sábado, 10 de agosto de 2013

 COITADOS DOS POBRES

Posted: 09 Aug 2013 01:42 AM PDT
O corte chega a todos os lados menos aos que ganham mais. Começam a partir das pensões com 300EUR mas deixam de fora os chamados “1%”.
Juízes, aposentados da CGD, políticos e diplomatas são áreas onde o Governo não toca. Os cortes de pensões anunciados, que podem chegar aos 10%, deixam de fora a parte que os maiores valores. Mas parece que o Governo tem explicação para isso.
Segundo a RTP, as pensões vitalícias, pagas a cerca de 400 pessoas e que rondam, em média os 2000EUR mas que existem pensões superiores a 5000EUR, “não são pensões de compensação assumindo antes uma forma de compensação extraordinária pelo exercício de funções públicas.


Recorde-se que o Tugaleaks tentou saber quem é que recebia pensões vitalícias e quanto recebiam mas esta informação foi negada, tendo em conta que as informações respeitantes a pensões vitalícias e subsídios de reintegração recebidos por ex-deputados “são dados pessoais (até sensíveis, por relativos à vida privada), não públicos, constantes de documentos normativos”

Já as pensões da CGD não têm cortes porque são considerados ex-banqueiros e não funcionários públicos, segundo avançou também a RTP.
Já quanto aos juízes jubilados, afirmam que os mesmos já tiveram cortes em 2011 porque têm a pensão indexada ao vencimento dos trabalhadores no activo.

O rosto de um povo

Não foi difícil encontrar quem tivessem familiares afectados. Um dos quase 80.000 fãs da página de Facebook do Movimento Cívico Tugaleaks contactou-nos e fizemos depressa um apanhado da sua avó, viúva, que vive no Norte de Portugal: recebe 330EUR e gasta cerca de 120EUR em medicamentos. Vive sozinha, numa casa já comprada, e tem que ter 200EUR para água, luz, comida e idas ao médico de família, que têm que ser de táxi, e custam cada vez, ida e volta, 17EUR. Esta senhora sempre trabalhou no campo e é o rosto de muitos portugueses em situação idêntica.

Sindicatos contra cortes de pensões

Os habituais sindicatos também estão contra, tendo a UGT indicado que “O corte das pensões, a acontecer, é uma medida com efeitos retroactivos, que a UGT rejeita totalmente e que viola princípios fundamentais, como o da confiança no Estado, atingindo um grupo muito vulnerável, que já não tem, nesta fase da vida, outra alternativa de rendimentos”.


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