sábado, 19 de outubro de 2013

Posted: 18 Oct 2013 03:13 AM PDT
São 15 casos de impunidade de políticos que fizeram com que uma jornalista espanhola escrevesse um livro. O livro chama-se “Impunidade” e leva-nos pela memória chocante de crimes, alguns por resolver.
O livro é descrito como um avivar de memória para os Portugueses. Um blog chega mesmo a questionar “O que têm em comum casos como o de Camarate, o Fax de Macau, o dos Submarinos ou o caso BPN? Em todos eles os portugueses ficaram com a sensação de Impunidade…a sensação que não foram apuradas responsabilidades e que ninguém foi julgado nem condenado.”.
São crimes, cometidos por políticos, que nos 40 anos de democracia que temos ficaram por resolver.
O livro começa com o crime de Camarate. Será atentado ou acidente? Ainda não se descobriu.
Desde a licenciatura de Sócrates, à de Relvas, ao caso BPN, ao caso do Saco Azul em Felgueiras passando também por Isaltino Morais.



Poucos são os casos que marcaram a actualidade da impunidade política que não estão investigados neste livro.
O livro traça não só a história mas a forma como a justiça actuou – ou não – em todos os casos e conta-nos que há uma sensação comum a todos os visados: a sensação de impunidade.

O olhar de uma pessoa de fora, com a crítica de uma jornalista que é correspondente em Portugal há dez anos para o jornal espanhol “El Mundo” e para a “Rádio Cadena Ser”.
O Semanário O Diabo na sua última edição fez referência ao livro e colocou algumas questões à autora. O Tugaleak disponibiliza um excerto da entrevista:

Doutores e engenheiros
No nosso país há uma verdadeira mania dos títulos académicos, que não existe em Espanha, ou noutros países. Os casos das licenciaturas de Sócrates e de Relvas reflectem esta necessidade de ter umas letrinhas antes do nome que garantem uma suposta credibilidade e um reconhecimento social. Por isso talvez haja a necessidade de o conseguir a todo o custo. Virginia López considera que “há que dar o exemplo”, porque
os portugueses precisam que a classe política do País dê o exemplo, que seja uma classe política com rigor. Se pedem sacrifícios aos portugueses e rigor, isso também deve ser exigido à classe política. Há muitas pessoas que fazem sacrifícios para estudar, por isso quaisquer favoritismos não podem acontecer. A jornalista espanhola diz que esta situação se deve muito também à “filosofia da cunha” que há em Portugal, porque a “cunha” é algo socialmente aceite no nosso país, que é permitida a qualquer nível. Reconhece que em Espanha há uma situação semelhante, porque o tráfico de influências está no dia-a-dia e muitas vezes nem nos apercebemos. Voltando à questão dos títulos académicos, Virginia considera que “ser doutor é muito importante em Portugal”, mas que é possível ser um bom primeiro-ministro sem se ser licenciado. Mas, considera que, “como aqui é tão importante ser doutor, engenheiro, professor, parece que se não o são, não fica bem”. Por isso, é preciso encontrar uma maneira de o ser.



O crime compensa?
Como jornalista estrangeira, observando a actualidade política portuguesa de fora, Virginia diz a surpreendeu quando assistiu à eleição de Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro e Isaltino Morais. Apesar das suspeições que recaíam sobre eles, mesmo tendo perdido o apoio dos partidos, não perderam o apoio do eleitorado. O que levou as pessoas a reelegerem-nos? A autora recorda uma frase que leu num jornal na altura que pode explicar tal atitude: “Se todos o fazem, pelo menos estes fazem-no pelo bem da terra”. É essa, para ela, a grande razão do actual descrédito da classe política em Portugal. Os portugueses “põem todos no mesmo
saco e acham que todos vão fazer igual, por isso tanto faz, mal vale votar no que se conhece.” Considera que é “mau, no geral”, mas que é um pouco uma ideia comum nos países do Sul da Europa.


Veja  aqui o prefácio e informações de venda


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