segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Criminosos portugueses contra as suas próprias vítimas


6 de Outubro, 2013 
Portugal está no centro de uma grave crise social e económica sem fim à vista. O Estado Social que nasceu com a Revolução de Abril tem sido friamente destruído pelas elites reinantes. Os fundos de coesão da CEE foram desbaratados por cleptocratas insaciáveis que à sombra de partidos democráticos se comportaram como vulgares ladrões sem sequer se disfarçarem com colarinhos brancos.

 . O Portugal que deu as mãos aos novos países que nasceram das suas antigas colónias está crivado de dívidas. Face ao esvaziamento dos cofres públicos, até as pensões e reformas dos idosos são confiscadas. Milhares de jovens quadros são obrigados a procurar em países estrangeiros o pão nosso de cada dia. Angola é um desses destinos. Como disse em entrevista a uma televisão portuguesa o Presidente José Eduardo dos Santos, são todos bem-vindos e têm o apoio e a solidariedade dos seus irmãos angolanos.
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As elites portuguesas famintas de dinheiro entraram em desvario. À medida que a crise aperta, eles disparam em todas as direcções, atingindo por vezes membros do bando. À medida que a “troika” drena milhares de milhões de euros para os bolsos dos credores, as elites reinantes ficam sem cheta e tornam-se mais agressivas. E Angola é sempre o alvo destes deserdados dos dinheiros do depauperado Estado Português.
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Se em Portugal alguém ousa lançar um pouco de água na fervura, é crucificado na praça pública e lançado às feras da SIC e de outros órgãos de informação onde falsos jornalistas obedientes aos donos fazem o papel aviltante de juízes de um Santo Ofício anacrónico e ridículo. Não se pode dizer que perdem a cabeça, porque nunca a tiveram, nem como ornamento.
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O ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Rui Machete, fez uma declaração à Rádio Nacional de Angola sobre um episódio aviltante que devia encher de vergonha o Poder Judicial em Portugal. Órgãos de comunicação social portugueses fizeram manchetes “informando” que o Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, estava a ser investigado em Portugal pelo Ministério Público. E deram pormenores do processo. Pouco tempo depois, a vítima foi o Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa. O Ministério Público em Portugal é titular da investigação e acção penal. Portanto, estas notícias só podem ter sido dadas por essa instituição.
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Face às reacções indignadas contra tão graves crimes de que estavam a ser vítimas os cidadãos Manuel Vicente e João Maria de Sousa, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) emitiu um comunicado onde informou que existiam investigações mas ninguém tinha sido constituído arguido.
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O Ministério Público e a Procuradora-Geral da República, Joana Vidal, nunca mais se dignaram falar do assunto. E tinham que fazê-lo. Porque se exigia, no mínimo, que fosse investigado isto: quem, como e quando violou grosseiramente o segredo de justiça. E ao fazê-lo, violou a honra e o bom-nome de dois cidadãos angolanos. Acresce que Manuel Vicente foi eleito Vice-Presidente da República com mais de 70 por cento dos votos dos eleitores. E João Maria de Sousa é o Procurador-Geral da República.  . Também por isto se exigia, num Estado democrático, um esclarecimento cabal de tão graves crimes contra duas pessoas que até prova em contrário são inocentes. Ao alimentar machetes e notícias falsas que têm no centro figuras públicas angolanas, o Ministério Público e a Procuradora-Geral da República Joana Vidal puseram-se fora da lei. E deram esse salto arriscado, para atentarem contra a honra e o bom-nome de dois cidadãos que desempenham altas funções no Estado Angolano.
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Face a este quadro é natural que o ministro Rui Machete tivesse vontade de deitar água na fervura. O que ele foi fazer! Os “pivots” anti-angolanos Mário Crespo e João Soares abocanharam-lhe os calcanhares, deixando-o sem base de sustentação. Os sindicatos dos juízes e do Ministério Público crucificaram-no e lembraram urbi et orbi que em Portugal há separação de poderes. Só é pena que essa separação não inclua também os órgãos de comunicação social.
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O episódio que envolveu dois dirigentes angolanos prova à puridade que há uma relação espúria e aviltante entre o Ministério Público e uma comunicação social que actua na lógica das associações de malfeitores. A senhora Procuradora-Geral Joana Vidal, toda abespinhada, atirou-se ao ministro Rui Machete. Melhor fora que revelasse o nome ou os nomes dos procuradores do Ministério Público que violaram o segredo de justiça, ferindo a honra e o bom-nome de dois cidadãos que desempenham altos cargos no Estado Angolano.
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Rui Machete, como jurista que é, pediu diplomaticamente desculpa (não desculpas diplomáticas) pelas patifarias cometidas pelo Ministério Público e órgãos de comunicação social contra o Vice-Presidente da República, Manuel Vicente, e o Procurador-Geral da República, João Maria de Sousa. Os mais assanhados membros das elites corruptas e caloteiras portuguesas trucidaram o ministro e por tabela lançaram a habitual chuva de calúnias contra os dirigentes angolanos, eleitos democraticamente.
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Como temos três meses para organizar a Cimeira Angola-Portugal, fico por aqui. Mas continuo a exigir que a Procuradora-Geral Joana Vidal e a Direcção Central de Investigação e Acção Penal expliquem aos angolanos e portugueses quem foram os membros do Ministério Público que violaram o segredo de justiça, violando gravemente a honra e o bom nome de duas altas figuras do Estado Angolano.

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