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12 Dec 2013 08:07 AM PST
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Pouco conhecido no ocidente, Kazantip é um
dos maiores festivais mondais de musica, que junta durante duas semanas 150 000
pessoas na Crimeia, republica autónoma da Ucrânia.
24 horas por dia, a festa faz-se ao som da
música electrónica no meio de muito sol, praia, álcool, droga e sexo. A meio
caminho entre as festas de Ibiza e Woodstock, este é o festival mais delirante
do planeta.
No país do faz de contas...
A Crimeia sempre foi o local de férias de
eleição das elites russas e ucranianas. Com praias e temperaturas de 40º no
verão, é neste local que durante 15 dias em agosto, tem lugar anualmente o
festival de Kazantip, em 60 000 metro quadrados de praia.
Todo começou em 1992 quando um certo Nikita,
presidente da associação de kitesurf, teve a ideia de convidar DJs para animar
as competições desportivas. Em 1997 teve a ideia de organizar uma noite de
musica techno no interior de uma central nuclear abandonada. Em 2000 deslocou o
festival anual para a praia de Popovka, onde ainda se realiza, e chamou a essa
zona a Republica laranja e independente KaZantip.
Nikita Marshunok auto proclamou-se presidente
desta "república", com o nome de Nikita I, tem um hino que muda todos os anos e
até uma constituição. Esta constituição dita os direitos dos seus cidadãos: ser
livre, acreditar nos milagres, tornar-se na pessoa que nunca teria ter
oportunidade de ser na vida real e sobretudo ser positivo.
Neste mundo irreal podemos-nos cruzar com
mulheres bonitas e meio despidas nas areias das praias ou dançando ao som da
musica numa das 15 pistas de dança. A média de idade dos participantes é de 25
anos, vindos sobretudo da Rússia e da Ucrânia, mas também (10%) da Europa.
Hedonismo e drogas.
O artigo 15 da constituição de Kazantip
"encoraja o amor, em todos os seus aspectos, excepto na promiscuidade", no
entanto podemos observar aqui e além casais tendo relações sexuais sem se
preocuparem com os passantes.
Este ambiente de conto de fadas, com liberdade
e felicidade para todos os participantes é realizado à custa de muito álcool e
apesar da organização o desmentir, à custa de numerosas drogas que circulam
durante o festival. As relações de Nikita com as máfias locais é pouco clara,
assim como com as autoridades locais que fecham os olhos ao tráfico de droga
durante o festival.
Um país onde o milagre é o lucro.
Esta utopia também tem um preço, e um preço
elevado: cada ingresso custa 250 euros (quando o salário médio na Ucrânea é de
240 euros) e as bebidas são caras. O seu presidente-ditador, assim como os seus
colaboradores tornaram-se milionários, como testemunham os vinte ou trinta
yachts ao largo de Kizantip.
O festival atrai cada vez mais o jet-set de
Moscovo e de São Petersburgo, mas também a máfia russa que gere o tráfico de
droga local e é atraída pela beleza das ucranianas alvo fácil de futura
prostituição.
O símbolo, desta república da boa disposição, é
uma mala amarela, que os que não têm a quantia de dinheiro necessária para o
ingresso no festival podem adquirir por um preço modesto, com a obrigação de a
transportarem constantemente consigo, sob pena de exclusão do festival. As malas
que vimos por todo o lado são a imagem de marca de Kazantip.
Essa mala tem origem num conto de fadas russo,
em que um homem oferece rebuçados às crianças, proveniente de uma mala e assim
torna as crianças felizes. A moralidade é que em Kazantip os que conseguem
tornar os outros felizes recebem em troca alegria e felicidade.
Infelizmente esta "república" que preconiza a
liberdade social, política e religiosa, o desenvolvimento da democracia, da
cultura da ordem e da felicidade, só pode ser utópica. Trata-se no fundo de um
festival entre a "rave" e a orgia, onde circula muito álcool e droga patrocinada
pela máfia local, dirigiodo por um excêntrico e multi milionário que se intitula
ele próprio de ditador.
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