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11 Apr 2014 09:09 AM PDT
Uma procuradora-adjunta foi suspensa pelo Conselho Superior do Ministério
Público (CSMP) por, alegadamente, ter deixado prescrever 19 processos.
A magistrada estava inserida na comarca de Santa Maria da Feira desde 3 de setembro de 2008 e foi alvo de uma inspeção extraordinária que se destinava a monitorizar o serviço da mesma entre a data da sua colocação e o dia 14 de novembro de 2011. Ao que tudo indica, a procuradora deixou vários processos sem movimento durante esse período, entre os quais estavam casos que envolviam menores ou, até mesmo, crimes de violência doméstica. Contactada pelo Tugaleaks, a Procuradoria-Geral da República (PGR) explicou que “o inspetor considerou que o trabalho desenvolvido pela magistrada na comarca de Santa Maria da Feira foi insatisfatório, tendo verificado uma incapacidade para decidir os processos que lhe estavam atribuídos nos prazos e com a qualidade necessária.” Procuradora “medíocre”A inspeção propôs também que fosse atribuída a notação de “medíocre” à procuradora-adjunta em causa, cenário que acabou por se confirmar, com a atribuição dessa mesma notação por deliberação do CSMP em novembro de 2013.A PGR explicou ainda que, segundo o Estatuto do Ministério Público, foi “instaurado um inquérito disciplinar à magistrada por inaptidão”, tendo a mesma sido “suspensa do exercício de funções”, um procedimento normal nos termos da lei, sempre que um magistrado recebe a classificação de “medíocre”. Não se conformouA procuradora-adjunta, inconformada com a situação, decidiu interpor-se à decisão do CSMP, instaurando uma providência cautelar no Supremo Tribunal Administrativo, pedindo para continuar a trabalhar enquanto o processo disciplinar decorre: “A magistrada instaurou uma providência cautelar com vista a suspender a eficácia da deliberação do CSMP, tendo o Supremo Tribunal Administrativo indeferido a pretensão”, afirma a PGR.No acórdão dos juízes pode ler-se que “a produtividade extremamente reduzida, o desempenho funcional descuidado, os atrasos relevantes em processos urgentes e de risco, a somar às apontadas deficiências técnicas, são índices de que a continuidade da requerente em funções é danosa para os cidadãos e compromete a regular administração da justiça.” Deixa prescrever 33 processos e continua a trabalharUm caso semelhante ocorreu na passada semana, em que o Supremo Tribunal Administrativo aceitou a providência cautelar interposta pelo magistrado José Lemos, do Ministério Público de Braga. José Lemos terá, alegadamente, deixado prescrever 33 processos, tendo contestado os cinco meses de suspensão deliberados pelo CSMP.O post Procuradora “medíocre” deixa prescrever processos importantes aparece primeiro no Tugaleaks. |
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08 Apr 2014 03:19 AM PDT
O Motorista tinha o nome no site do Governo em 2011 mas foi apenas nomeado em
2012. Entretanto, o Assessor de Imprensa do Secretário de Estado violou várias
vezes a lei.
O Gabinete do Secretário de Estado da Cultura tem actualmente, além do secretário, 28 pessoas e o Tugaleaks encontrou problemas numa das nomeações de um motorista. No endereço actual do Governo, os três motoristas existentes (Sérgio Paulo Mendes Campos, Nuno Miguel de Jesus Gonçalves e André Wilson da Luz Viola) todos com a data de nomeação de 26-10-2012. Até aqui, nada de estranho. No dia 10-02-2014 o Tugaleaks contactou o Assessor de Imprensa do Secretário de Estado da Cultura, João Povoas (um homem com apenas 24 anos que recebe 3.069,33EUR brutos) onde questionou a nomeação de André Viola de 22 anos. pois tínhamos tido a informação de que em 2011 (data da publicação do seu nome no site do Governo pela primeira vez) não tinha tirado ainda a carta de condução nem sido ainda nomeado. Ao dia 04-03-2012 este mesmo contacto efectuado pelo Tugaleaks não foi respondido, violando assim o Código de Procedimento Administrativo e a Lei de Acesso a Documentos Administrativos que estipulam dez dias úteis para resposta a este tipo de pedidos. Depois de insistência na resposta, foi-nos apenas respondido que Informo-o de que “[a] informação solicitada é pública e pode ser consultada no Diário da República”, violando novamente pareceres e jurisprudência anteriores, nomeadamente do Acórdão do Tribunal Central Administrativo Sul de 2011 (processo 07549/11) que afirma que “[a]inda que estejam publicados em Diário da República, atenta a dificuldade em identificar os actos em causa, a Administração está obrigada a prestar a informação sobre a sua existência e conteúdo, sob pena de denegar o acesso aos documentos administrativos, violando o princípio da colaboração, contemplado no art. 7º, do CPA”. Ou seja, em apenas uma resposta a um pedido o assessor de imprensa do Secretário de Estado da Cultura, com 24, anos violou três vezes a lei em diferentes formas. Recentemente, tivemos acesso a um ofício enviado pelo Secretário de Estado da Cultura (publicado no final do artigo) que, em relação aos motoristas, informava que não havia alteração de datas e que estaria tudo normal. Uma breve pesquisa no site do Governo através do Arquivo da Web mostra que em 2012 no site do Governo o mesmo motorista tinha nomeação no dia 18-07-2011 e os restantes motoristas nomeação do dia 28-06-2011. A discrepância nas datas devem-se ao facto de, segundo uma fonte confirmou ao Tugaleaks, André Viola não ter ainda em Junho de 2011 terminado a carta de condução. Sobre esta situação, o Assessor de Imprensa do Governo não quis comentar. Acresce ainda que segundo a nota circular da nomeação deste motorista em Fevereiro de 2012, no ano de 2011 era motorista da OPART E. P. E. e nunca podia ser ao mesmo tempo do Secretário de Estado da Cultura. Como é que o nome dele apareceu em 2011 no site do Governo de Portugal é ainda um mistério. Informação no site do Governo actualmenteInformação em meados de 2012Apenas com o 12º ano e com experiência profissional como Comissário de Bordo, André Viola obteve o seu primeiro emprego, sem experiência e como motorista, numa empresa estatal e posteriormente para um secretário de estado. Pode-se por isso constatar que, realmente, Portugal é um país de oportunidades. |
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