quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Susana Barbosa.
2010… 2011… 2012…
Alguém saberá até quando?
Aveiro, 24 de Julho de 2009 \ Susana Barbosa
Na passada semana, Vítor Constâncio, governador do Banco de Portugal (BdP), prestou publicamente duras declarações sobre a recessão portuguesa, após a divulgação do Boletim Económico de Verão, e avisou que a evolução da economia nos próximos anos vai depender da capacidade de Portugal se ajustar ao mercado externo, após esta recessão. Disse ainda que os maiores problemas são estruturais, ou seja, «o capital humano, o funcionamento dos mercados do trabalho, e o sistema de justiça».
Para 2010 as exportações deverão cair mais do que o previsto, ou seja estima-se agora que venham a cair 17,7 por cento, o que equivale a mais três pontos percentuais do que a anterior previsão. Também as importações descem 17,1 por cento, praticamente mais oito pontos percentuais do que o valor previsto em Abril deste ano. Mediante este cenário, obviamente que a procura interna também cairá mais do que previsto, ou seja cairá 4,5 por cento, o que representará mais um ponto percentual do que a anterior previsão, e significando ainda que os consumidores e investidores continuarão cada vez mais retraídos.
Entretanto, os analistas económicos em geral avisam que a recessão deve prolongar-se por “mais dois anos”, e alertam para o elevado endividamento, que é transversal a todos os sectores da economia portuguesa.
De acordo com o Boletim Económico de Verão, a economia portuguesa deverá continuar em contracção em 2010, com uma quebra de 0,6 por cento do PIB, uma previsão também mais negativa do que a avançada em Janeiro deste ano pelo BdP, que previa um ligeiro crescimento de 0,3 por cento.
Segundo o BdP, os valores projectados «só encontra paralelo na recessão de 1975», com esta contracção a traduzir essencialmente «os efeitos associados à deterioração do enquadramento económico e financeiro internacional», levando à diminuição do peso das exportações e a uma «redução e adiamento de despesas de consumo e investimento por parte dos agentes económicos nacionais».
A projecção do banco central aponta ainda para uma contracção significativa do consumo privado, que deverá levar a maiores poupanças pelos particulares, reflectindo o ajustamento das famílias à evolução do mercado de trabalho e de riqueza, «num contexto de elevado endividamento».
O aumento das necessidades de financiamento externo de Portugal é justificado pela redução «muito significativa» das necessidades de financiamento do sector privado, devido à tendência do aumento da poupança e redução do investimento, e a um aumento muito significativo das necessidades de financiamento do sector público.
O relatório do BdP sublinha também que a recuperação da economia portuguesa após a recessão tem de «implicar o reinício do processo de consolidação orçamental através de
uma estratégia clara que promova a criação de um quadro macroeconómico orientado para a estabilidade e crescimento». Para o emprego as previsões não são melhores, o Banco de Portugal prevê uma diminuição do emprego de 2,6 por cento em 2009, seguida de uma nova redução do nível do emprego de 1,5 por cento em 2010.
Estratégia clara para a estabilidade e crescimento?
- Sim é possível, quando este ou o próximo executivo entenderem que impossível será continuar a sangrar as classes médias!
- Sim é possível, se em vez da preocupação de cobrar impostos, exista a preocupação de estimular novas empresas que possam pagar impostos! E se em vez do verbo “penhorar” passemos a ouvir mais o verbo “produzir”.
- Sim é possível, quando o Estado deixar de esvaziar os cidadãos dos seus direitos e da sua propriedade, e iniciar um contra ciclo de corte de regalias aos excessos do próprio Estado!
- Sim é possível, quando se convencerem que tem de existir um abaixamento geral de impostos para alívio das famílias e das pequenas e médias empresas, por contrapartida da eliminação das injustas acumulações de reformas, que abundam um pouco por todos os altos cargos da Nação!
- Sim é possível, quando colocarem de parte projectos de obras megalómanas, e colocarem em acção programas de incentivos económicos à agricultura portuguesa, ao comércio e indústria portugueses, e no seu todo, à produtividade dos trabalhadores portugueses e à rentabilidade de toda a produção nacional!
Lá dizem os velhos ditados “Se semeias ventos colhes tempestades”, ou apenas, “Só colhes o que semeias”.
Se nada for feito, admirem-se que daqui a dois anos, já mesmo nada haja a fazer…
Aveiro, 24 de Julho de 2009 \ Susana Barbosa
1ª Signatária do Partido da Liberdade
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