quinta-feira, 31 de outubro de 2013


Há que ter peninha de Manuel Maria Carrilho

Henrique Raposo
Última atualização há 36 minutos
E, de repente, um professor de filosofia, que também é um político medíocre, transforma-se numa personagem literária, uma personagem que, confesso, inspira-me muita peninha, piedade da boa, da pura, coitadinho. O que leva um homem a humilhar uma mulher com a conversa dos trambolhões causados pelo álcool? O que leva um indivíduo, coitadinho, a lançar ao vento a ideia de que a ex-mulher é um pequeno camião de silicone e botóx e que está numa espécie de menopausa dos quarenta? O que leva um homem a dizer publicamente que a sua ex-mulher foi abusada pelo padrasto, forçando assim os filhos a chafurdar nesta roupa suja? A resposta comum passará por palavras como maldade, perversão, amoral.
Tendo em conta o CV marital de Carrilho, a hipótese tem pernas para andar. Uma das ex-mulheres de Carrilho veio a público dizer que "teve uma faca encostada ao pescoço". Na resposta, o nosso homem garante que a senhora é doida varrida. Caramba, se tivéssemos em consideração a palavra de Carrilho, chegaríamos à conclusão de que este indivíduo, coitadinho, casou sempre com doidas varridas. Bárbara Guimarães seria doida, a outra senhora seria doida e, calcula-se, todas as outras mulheres e namoradas também seriam malucas. É como se Carrilho tivesse uma quota conjugal no Júlio de Matos. Não, ele não seria o nosso Dominique Strauss-Kahn, seria apenas um pobre desgraçado com azar, calhava-lhe sempre a fava, ficava sempre com a Maria Maluca. Seria ou não seria caso para termos peninha? Seria se a palavra de Carrilho ainda tivesse um valor transaccionável.

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