Depois de quase dois meses de silêncio, a mulher que acusa Dominique Strauss-Kahn de a ter violado deu uma entrevista à Newsweek e outra à ABC News. Entre os detalhes da sua versão dos acontecimentos, Nafissatou Diallo conta que DSK a agarrou e atacou «como um louco», enquanto ela lhe implorava que parasse.
«Empurrei-o. Levantei-me. Queria assustá-lo e disse: ‘O meu supervisor está aqui perto'» contou a empregada do hotel de Manhattan à revista Newsweek. Mas Strauss-Kahn terá dito que não estava ali ninguém e ter-lhe-á arrancado o uniforme, rasgado as meias e agarrado na cabeça, obrigando-a a fazer-lhe sexo oral.
Os advogados do antigo director do FMI já qualificaram a entrevista «como um acto desesperado para iludir o facto de Diallo já ter tido de admitir ter enganado» os procuradores.
Recorde-se que os responsáveis pela acusação já levantaram dúvidas sobre a sua credibilidade: no início de Julho afirmaram que Nafissatou tinha mentido sobre a sua história pessoal e que tinha dado descrições inconsistentes sobre o que tinha feito após o alegado ataque de Kahn.
Declarações que Keneth Thompson, o seu advogado, criticou, tendo pressionado os procuradores a não deixar cair o caso.
Nas entrevistas, Diallo disse que quer ver Strauss-Kahn responsabilizado, explicando que decidiu vir a publico para contar a sua versão dos factos e dissipar dúvidas sobre a sua credibilidade.
«Quero que ele vá preso. Quero que saiba que há lugares onde não se pode usar o poder e o dinheiro que se tem», disse ainda à Newsweek.
À ABC, a guineense de 32 anos afirmou que só mais tarde soube que Strauss-Kahn era um importante político francês.«Estava a ver as notícias e disseram que ele ia ser o próximo presidente de França», contou. «E eu comecei a chorar e disse: ‘Ó meu Deus’, ‘eles vão matar-me, eu vou morrer’».
«Deus é a minha testemunha de que estou a dizer a verdade», afirma Nafissatou Diallo. «Nunca quis vir a publico, mas não tive outra opção», acrescentou à ABC News.
Clique para ver excertos da entrevista à ABC
AP/ SOL
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