"Revolta tem crescido" entre as forças de segurança
"Revolta tem crescido" entre as forças de segurança
Polícias voltam esta quinta-feira a sair à rua contra as medidas de austeridade, um protesto acompanhado por fortes medidas de segurança depois da invasão da escadaria do Parlamento, em Novembro.
05-03-2014 22:56 por Celso Paiva Sol
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Manifestação de polícias condiciona trânsito na quinta-feira
Os organizadores da manifestação de polícias desta quinta-feira, em Lisboa, garantem que tudo vão fazer para tentar evitar incidentes, mas reconhecem que o ambiente é muito tenso.
Paulo Rodrigues, porta-voz da comissão que junta seis estruturas sindicais, disse à Renascença que os polícias não podem perder a razão, embora admita que estão identificados alguns riscos, alguns até completamente alheios às forças de segurança.
“Não podemos ignorar que há uma grande preocupação, não só por causa desta revolta que tem crescido nos últimos tempos por parte dos polícias de todas as áreas, mas também de eventuais movimentos que já são conhecidos das redes sociais ou outros cidadãos que não têm nada a ver com o objectivo desta manifestação e possam participar e criar situações que, eventualmente, podem desvalorizar os objectivos da manifestação. Claro que tudo isto nos preocupa. Há uma grande tensão e uma grande preocupação.”
Paulo Rodrigues explica que o Parlamento foi novamente escolhido como destino da manifestação, porque é “o sítio que de facto representa todos” e “é a casa que deve dar respostas a todas estas situações e questões que estão a prejudicar muito os polícias e, de alguma forma, a própria segurança interna”.
Os organizadores esperam mais uma manifestação muito participada, talvez até maior do que a anterior, marcada pela invasão das escadarias.
Paulo Rodrigues destaca o facto de a Associação dos Profissionais da GNR trazer desta vez o dobro dos autocarros.
A comissão coordenadora justifica o regresso aos protestos com o facto de o Governo nada ter mudado nos três meses e meio que passaram desde a última manifestação.
As associações e sindicatos da PSP, GNR, Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), Guarda Prisional, Autoridade da Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e Polícia Marítima exigem ser compensados, “pelos deveres especiais que têm e pela redução de direitos em relação aos outros cidadãos pelo facto de serem polícias”, sublinha Paulo Rodrigues.
Manifestação com medidas extra de segurança
Três meses e meio depois de terem protagonizado uma inédita invasão das escadarias da Assembleia da República, os polícias voltam esta quinta-feira à tarde a manifestar-se nas ruas de Lisboa e, outra vez, com o Parlamento como destino.
Os argumentos são os mesmos, mas o ambiente que rodeia esta manifestação é diferente. Nenhuma das promessas governamentais das últimas semanas conseguiu travar esta nova manifestação. Nem o novo estatuto profissional dos guardas prisionais, nem a garantia de que a PSP voltará a ter um regime especial na função pública, nem a abertura de vagas para inspectores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), nem mesmo o desbloqueamento de algumas promoções e o aumento dos subsídios de fardamento na PSP e na GNR.
Nenhuma das promessas inverteu os efeitos que, entretanto, se começaram a sentir nos recibos de ordenado ou, como dizem os organizadores, nenhuma trouxe qualquer esperança de que os polícias possam vir a ser positivamente descriminados pelas funções especiais que desempenham.
Não mudam os argumentos, nem muda o destino da manifestação. As seis forças e serviços que estão na origem do protesto são tuteladas por quatro ministérios diferentes e entendem, por isso, que S. Bento é o local certo para levar estas reivindicações.
O que seguramente será diferente é o plano policial pensado para garantir o habitual perímetro de segurança. Desta vez, a PSP nem tentará disfarçar e no local vai ter um significativo dispositivo, ostensivamente visível e preparado para travar qualquer tipo de incidente.
É preciso não esquecer que há apenas três meses e meio, por causa da manifestação anterior, a PSP ficou sem director nacional e que ainda decorrem dois processos de apuramento de responsabilidades: um criminal, no Ministério Público de Lisboa, de conteúdo para já sujeito a segredo de justiça, e outro disciplinar, na Inspecção-Geral da Administração Interna, que já tem como alvo dois oficiais da PSP que coordenaram as operações a 21 de Novembro do ano passado e que ainda tenta nesta altura identificar, através de imagens, os manifestantes que cometeram infracções disciplinares.
A manifestação desta quinta-feira volta a ser convocada por estruturas associativas e sindicais de seis forças e serviços de segurança – da PSP, GNR, SEF, Guarda Prisional, ASAE e Polícia Marítima.
A concentração está marcada para as 18h00, no Marquês de Pombal, e o desfile irá seguir depois até ao Parlamento, através da Rua Braamcamp, Largo do Rato, e Rua de S. Bento.
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Comentários (2)
» antonio, vila pouca aguiar, 06-03-2014 9:27
^ topo
As razões que apresentam para a manif são de índole comuna tipo armênio! Se as forças de segurança pedissem seguro de vida; seguro nas viaturas que conduzem em serviço, farda gratuita etc..eram razões normais! Agora se TODO ou quase todo (há por aí umas castas) PAGAMOS a crise quem são estes senhores para não pagar? Além do mais todos temos os problemas que esses senhores têm!
» Salazar, Portugal, 06-03-2014 8:53
^ topo
Quando a Comissão de Protecção de Dados autoriza o MAI a filmar a manifestação dos agentes das Forças Policiais, algo vai mal neste País e por esta ordem de ideias começo a dar razão a Pinto Monteiro, quando diz que o governo está cada vez mais parecido com o Partido Nazi.
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