A TODA PODEROSA CGD
CGD:resultados negativos de 500 milhões de euros no banco público
Prejuízo da Banca sobe para 1,5 mil milhões
Foi o pior ano de sempre da Banca em Portugal. Pela primeira vez, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) apresentou um resultado líquido negativo de 488,4 milhões de euros, arrastando os prejuízos do sector financeiro para os 1587,3 milhões de euros em 2011.
Ao contrário do que aconteceu com vários bancos privados, não foi a Grécia que pressionou as contas da CGD. As perdas assumidas com a dívida grega - presente nas carteiras das seguradoras - atingiram os 133 milhões de euros. Mas foram as participações no capital das maiores empresas portuguesas - PT, BCP, Zon e Brisa - e o crédito em incumprimento que mais contribuíram para os maus resultados. A desvalorização das acções destas empresas obrigou o banco a registar perdas de 613,1 milhões de euros. E o crédito malparado penalizou as contas em 827,4 milhões de euros. Desta forma, entre provisões e imparidades, os resultados consolidados da CGD sofreram uma penalização de 1674,6 milhões de euros.
"É evidente que preferia que as coisas não tivessem sido como foram, mas termos prejuízos não nos fragiliza", garantiu o presidente executivo do banco, José de Matos. O gestor assumiu ainda que "a CGD tem uma actividade muito grande, muito dispersa e com actividades distantes da área bancária". Sem esclarecer se e quando irá vender a posição do banco na EDP, PT, BCP, Brisa e Zon - em que participa como representante do Estado -, garantiu apenas que o grupo se vai centrar "exclusivamente na actividade bancária".
Sobre o malparado, José de Matos reconheceu que o valor do crédito em risco é elevado - o mais alto de entre os cinco maiores bancos nacionais - e que tal poderá penalizar novamente as contas em 2012. "Não podemos excluir que a situação se mantenha", disse, adiantando que a CGD já criou uma direcção central para acompanhar as situações de pré-incumprimento e exigir a reestruturação de créditos e de empresas de forma a evitar novas situações de incumprimento.
CAVACO SILVA RECUSA COMENTAR
O Presidente da República escusou-se ontem a comentar a conversa informal entre os ministros das Finanças de Portugal e Alemanha, argumentando que ambos "já esclareceram este assunto". Cavaco Silva, que se encontra na Finlândia, salientou apenas que há "boa troca de informações" com a Alemanha e o conhecimento generalizado do "cumprimento" de Portugal.
CONVERSA FAZ BAIXAR OS JUROS
Os mercados financeiros reagiram de forma positiva à disponibilidade alemã de flexibilizar o programa de resgate a Portugal, admitida numa conversa informal entre o ministro das Finanças de Portugal, Vítor Gaspar, e o seu homólogo alemão, Wolfgang Schäuble.
Os juros recuaram nos diferentes prazos, com maior expressão para a dívida a dois anos, que caiu 133 pontos-base e está agora nos 13,75%. Uma tendência justificada pela posição alemã de admitir aliviar as condições do acordo entre a troika e Portugal depois de se conseguir uma solução para a Grécia, durante uma conversa informal no Eurogrupo, captada pela TVI .
O ministério alemão já veio contudo desmentir que esteja a ser preparado um novo pacote de ajuda a Portugal, e Vítor Gaspar diz agora que o reajustamento do programa não está em cima da mesa.
ESTADO COBRA 118 MILHÕES
O Estado arrecadou 118,2 milhões de euros com a contribuição extraordinária aplicada aos cinco maiores bancos nacionais. O Millennium BCP foi o que pagou mais neste imposto extraordinário, tendo registado 32 milhões de euros para este efeito.
VIOLÊNCIA E CAOS AFUNDAM GRÉCIA
Dezenas de manifestantes envolveram-se ontem em confrontos com a polícia em Atenas, durante uma manifestação de milhares de pessoas no primeiro dia de nova greve geral de 48 horas contra a austeridade.
Paralelamente, seis membros do governo demitiram-se e o LAOS, partido de extrema-direita da coligação governativa, anunciou que não viabilizará o acordo com a troika, de que depende um empréstimo de 130 mil milhões de euros
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