O mal é deles?
Afinal, como em Hamlet, existe "método"
na "loucura" do papelucho do senhor vice PM. Aliás, recordo-me de ter
tido de explicar a um agora secretário de Estado (o Bruno Maçães que,
comigo e com o Miguel Morgado, compilava os "contributos" dos vários
ministérios para o programa do Governo, em Junho de 2011) o que era o
"Estado paralelo" a que se aludia no preâmbulo desse programa.
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Apesar de
já não ter idade para ingenuidades, convenci-me que, face ao lastro
rapace nessa matéria, o novo Governo iria usar mais a administração
pública e os seus organismos de consultadoria e de assessoria jurídicas
do que os pequenos e grandes impérios da advocacia portuguesa dos
negócios.
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O próprio PM, antes de o ser, tinha mencionado isso num jantar
em que o conheci: "vamos privilegiar a administração pública na
composição dos gabinetes do Governo".
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Mas eis que somos confrontados com
o "papelucho Portas" - e com a complacência de muita gente, da esquerda
e da direita do regime, com aquilo -, nem que seja a título de "base de
trabalho" para futuras coligações regimentais.
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E uma das "bases" é,
justamente, o progressivo abatimento do "Estado não paralelo" para
reforçar o outro que se afectava "combater" onde, generosamente,
participam as mencionadas "tropas de elite" do direito e dos interesses
privados.
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Este
artigo de João D'Espiney explica, em excelente e entendível português,
em que medida os contribuintes têm "ajudado" a essa empresa.
E, indirectamente, por que, com estes ou outros "homens de palha" nos
sucessivos governos, o regime é obrigado a perpetuar-se.
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Pouco tardará
para que os assessores, consultores e juristas do Estado sejam
remunerados, e depois tratados, "à chinesa" para não perturbar "o mar
como de rosas" (de um verso chinês) do Estado paralelo prometido pelo
dr. Portas. Salvo, naturalmente, os do Banco de Portugal
que, entre outras actividades (como, por exemplo, consultores do PR
e/ou professores universitários), também lá passam.
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Afinal, não foi em
vão que vi tantas vezes desfilar pelos corredores do Governo o "Estado
paralelo" que imaginava parvamente andar a contrariar. O mal é deles?
Nota: A versão online do i entretanto retirou o artigo citado embora faça manchete na edição em papel
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