quarta-feira, 8 de abril de 2009

Promoção de Jaime Neves a Major General –
Uma honra merecida, apesar de tardia

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Em boa hora o Chefe de Estado Maior do Exército, General Pinto Ramalho, propôs aos seus pares das Chefias Militares, a promoção do Coronel Jaime Neves ao posto imediato.
Tal medida apenas peca por tardia, pois trata-se de um Homem a quem Portugal muito deve pelo facto de ser uma das figuras principais na instauração da Democracia em Portugal.
Para se compreender o sucedido, basta ler o alvará da mais alta condecoração - A Ordem Militar da Torre Espada, do Valor Lealdade e Mérito, assinado por Mário Soares:

Considerando que o Coronel de Infantaria Comando Jaime Alberto Gonçalves das Neves, ao longo da sua brilhante e valorosa carreira militar, prestou altos serviços às Forças Armadas e à Pátria, marcados pelo heroísmo, abnegação, altruísmo e notável espírito de decisão;
Considerando que no comando de tropas em campanha revelou invulgares qualidades de chefia, espírito de missão, coragem e sangue frio em acções de alto risco debaixo de fogo;
Considerando que o Coronel Jaime Neves teve uma participação decisiva nas acções militares que conduziram à restauração da democracia em Portugal e à sua intransigente defesa, nomeadamente pela sua actuação no 16 de Março, em 25 de Abril de 1974 e em 25 de Novembro de 1975 e que teve acção importantíssima na reestruturação e disciplina das Forças Armadas.
Considerando as suas qualidades de carácter, generosidade e frontalidade, que são timbre da sua da sua personalidade e o prestígio nacional de que goza, quer nos seus camaradas de armas, quer na sociedade civil.
Considerando os feitos de heroísmo militar e cívico do Coronel Jaime Neves, as elevadas condecorações e significativos louvores, que lhe foram atribuídos ao longo de toda uma carreira militar, que constitui elevado exemplo e o elegeu como motivo do maior prestígio para as Forças Armadas e credor da gratidão do Povo Português;
Mário Soares, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que (…) confere ao Coronel de Infantaria “Comando” Jaime Alberto Gonçalves das Neves (…) o grau de Grande-Oficial com palma, da Ordem Militar da Torre Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. (…)

Depois de qualquer cidadão português ler este texto, não poderá concordar com as incríveis afirmações do Coronel Vasco Lourenço, do passado dia 3-4-2009:
“(…) Não acredito que os responsáveis militares e políticos tenham tanta falta de bom senso e de decoro, não há quaisquer razões políticas ou militares que justifiquem uma decisão dessas, vai contra todas as regras, o seu “curriculum” militar não o justifica, e se isto acontecer estamos perante uma acto que em minha opinião indignificará o Exército e as Forças Armadas.
E acrescentou: “Politicamente e porque parece pretenderem com isto comemorar os 35 anos do 25 de Abril, ainda menos se percebe uma eventual promoção de Jaime Neves. Se querem refundir (a revolução do 25 de Abril) substituindo Salgueiro Maia pelo Jaime Neves, de qualquer modo estão a hostilizar e a ofender profundamente os militares de Abril e o próprio 25 de Abril.”

Estas desastradas declarações do autodenominado “capitão de Abril”, que pouco arriscou na altura do golpe de Estado, pois encontrava-se nos Açores, não tem o mínimo fundamento, pois para quem tivesse embarcado nas omissões históricas praticadas pela Associação 25 de Abril, de que é presidente “vitalício”, bastava conferir as acções de Jaime Neves na baixa lisboeta. A sua actividade com a G3 na mão e depois (desarmado) ter enfrentado o comandante do agrupamento de carros de combate, Major Pato Anselmo, na Avenida das Naus e o ter convencido a entregar-se, está bem realçada nas fotos de Eduardo Gajeiro.
Solucionado o problema no Terreiro do Paço, o comandante no local, Tenente-Coronel Correia de Campos deu ordem a Salgueiro Maia para seguir para o Carmo e a Jaime Neves para avançar para o Quartel da Legião Portuguesa, na Penha de França.

As infelizes declarações deste militar reformado não estão de acordo com a realidade dos factos e não dignifica quem as proferiu.
Esta promoção tardia de Jaime Neves, com um brilhante curriculum militar, devidamente destacado no alvará da Torre Espada, acima transcrito, dignifica e prestigia o Exército e as Forças Armadas, apesar do sr. Vasco pensar de maneira diferente.
E quer o sr. Vasco queira ou não, Jaime Neves goza de grande prestígio nacional pela sua acção no 25 de Novembro, que permitiu a restauração da Democracia e da Liberdade em Portugal. www.aloportugal.org www.portugalnoticias.com Em 8-4-2009


Cor. Inf.ª Reformado Manuel Amaro Bernardo