sexta-feira, 9 de setembro de 2011
A diplomacia portuguesa continua caladinha
A polícia angolana impediu a tiro a realização de uma manifestação em frente à embaixada dos EUA, em Luanda, segundo testemunhos ouvidos pela agência Lusa e pelo “Jornal de Notícias”. Durante a manhã, já tinham sido detidas várias pessoas junto ao tribunal onde estão a ser julgados 21 jovens presos no sábado, num protesto contra o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
Os eurodeputados do Bloco de Esquerda Miguel Portas e Marisa Matias questionaram, esta terça-feira, a chefe da diplomacia europeia sobre a "repressão policial da manifestação de sábado" em Luanda, bem como sobre o "estado, número, paradeiro e condições de prisão dos detidos". O Governo português continua mudo, apesar das agressões de que foram vítimas alguns jornalistas portugueses que ali faziam o seu trabalho no passado Sábado.
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Empurrado por Filipe Tourais
Mais detenções em Luanda
Polícia impede a tiro manifestação em Angola
08.09.2011 - 18:50 Por PÚBLICO
A polícia angolana impediu a tiro a realização de uma manifestação em frente à embaixada dos EUA, em Luanda, segundo testemunhos ouvidos pela agência Lusa e pelo “Jornal de Notícias”.
Durante a manhã já tinham sido detidas várias pessoas junto ao tribunal onde estão a ser julgados 21 jovens presos no sábado, num protesto contra o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.
"Há um grande aparato [policial] que foi reforçado e dá para ver que estão a prender pessoas", disse à Lusa o advogado David Mendes.
“Muita agitação em Luanda. Tenho notícia de várias prisões de elementos ligados ao Bloco Democrático”, escreveu no Facebook o escritor José Eduardo Agualusa. Ouvido pela TSF, também o jornalista Alexandre Neto, da rádio Voz da América confirmou que as autoridades detiveram algumas pessoas, incluindo o líder da Juventude da UNITA, o principal partido da oposição.
Alexandre Neto confirmou ainda a existência de “tumultos”. Na sala de espera do tribunal a aguardar ser chamado como testemunha, este jornalista adiantou que a área em redor do edifício onde está a ser feito este julgamento esteve “cercada e isolada”. Para além disso, algumas ruas foram fechadas.
Sobre os jovens que estão a ser julgados, Neto disse acreditar que foram mal tratados: “Têm escoriações e adesivos por tudo quanto é parte. Têm partes ensanguentadas e há jovens com gesso. Prevalecem os sinais de agressão física”.
No sábado, para além de manifestantes foram agredidos jornalistas, incluindo membros de uma equipa da RTP, cujo equipamento foi danificado.
O desfile, em que se reclamava a democratização do país e a saída do poder de José Eduardo dos Santos, foi autorizado. A violência terá começado quando parte dos participantes se desviaram do itinerário previsto e procuraram dirigir-se ao palácio presidencial para exigirem a libertação de um companheiro detido antes do início do protesto, que começou na Praça da Independência.
A organização Human Rights Watch afirma que pelo menos 30 detidos continuam incontactáveis e com paradeiro desconhecido.
Notícia actualizada às 19h35