quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

grátis


acreditar. amar. andar. fazer o jantar. beijar. ler. dormir. cheirar. falar com amigos. rir. mandar uma mensagem fofinha. nadar. enterrar os pés na areia. escrever. passear. imaginar.

quer queiramos quer não, muitas das melhores coisas são demasiado preciosas para as podermos comprar

Isaltino de Morais: veja a razão porque não vai preso.





ESTÁ AQUI A RAZÃO:

JOSÉ Moreno, advogado e antigo assessor de Manuela Ferreira Leite no Ministério das Finanças, é, desde Setembro, o novo grão-mestre da Grande Loja Legal de Portugal (GLLP) - a maçonaria regular que, só no último ano, ganhou 500 membros. Fundador da Loja Mercúrio, uma das mais mediáticas por contar com Isaltino Morais, tem como vices do seu cargo dois dirigentes activos do PS. Aos 58 anos, o mais novo dos grão-mestres diz-se preocupado com a falta de verdade dos políticos quanto à gravidade da crise que se vive no país e defende um governo de coligação.

Como novo grão-mestre pretende trazer algo de novo para a maçonaria regular portuguesa?

A maçonaria é uma instituição muito antiga. E cada grão-mestre não pode influir muito nisso. Mas devemos estar atentos à sociedade. O grão-mestre não é um ditador e deve interpretar o sentir dos seus irmãos. Mas gostaria que déssemos um bocadinho mais de abertura à sociedade civil.


Ainda Mário Nogueira


Do nosso leitor Robles Mondego recebemos o seguinte texto, que não resisto a publicar:


O bigode e o homem público. Há, na pólis, uma estreita relação entre estas duas entidades.
Alguém consegue imaginar Hitler sem bigode? Estaline sem bigode? No limite, Charlot sem bigode?
E se me disserem que Charlot não era político, replicarei na mais pura tradição marxista que tudo é política.
Não andarei muito longe da verdade. Pois lembrarei aqui um homem que se esforça por se considerar sindicalista sendo sim uma força da natureza retintamente militantona/comunistóide: Mário Nogueira, possuidor e mesmo cultor de um bigode inigualável.
Raramente terá havido uma identificação tão forte entre o bigode e o seu possuidor: encrespa-se quando tece as suas críticas, como que se contém, ficando acetinado, aquando de alguma ideia luminosa que lhe permita chatear um ministro, um director de escola adverso, um professor desafecto.
E ocorre-nos uma maldade: suponhamos que por qualquer razão lhe desaparece o bigode. A nosso ver ficaria incaracterístico, glabro, quase lunar. Sem carisma, (sem bigode!) seria apenas mais um vociferador ridículo e chatarrão. Em Nogueira o bigode é uma essência do pensamento. Mais, Nogueira é o bigode. Rape-se-lhe este e desaparecerá, como que varrido por um vento imperialista, o estalinismo educacional que o seu bigode alimenta e propaga. Nogueira não tem pois como inimigo o Crato ou, mesmo, a sensatez de docentes que não queiram as sopas pró-moscovitas. O seu inimigo, ou melhor, inimiga, é algo mais prosaico mas infinitamente mais eficaz: uma simples e vulgar, uma modesta mas letal lâmina de barbear...

PAPAGAIOS POLÍTICOS DA NOSSA TERRA LUSA - PASSOS COELHO: "PAPAGAIO CINZENTO"


Passos afirma-se?
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18 Dezembro 2011 | 23:30, Pedro Santos Guerreiro
O Governo reuniu-se para aprovar um novo ciclo de reformas estruturais, um novo discurso virado para o crescimento e o emprego, um nova agenda de mudança. Mais do que uma anunciação, este Conselho de Ministros foi uma confissão: o País está a ser esfalfado mas não está a ser mudado. O Governo está perto da desilusão.
A vida do primeiro-ministro deve ser um inferno. É compreensível que a obcecação com o cumprimento das metas da troika consuma todas as energias; que a indefinição na zona euro, a falta de expectativas de crescimento, as ameaças à estabilidade social e os receios de desvio orçamental já em Janeiro roam as unhas do cérebro. Mas isso apenas desculpa o falhanço: o que mudou verdadeiramente no País nos últimos cinco meses? O que, além de mais impostos e menos apoios sociais, iniciou um novo País - um país que não volte a falir depois de ser salvo?
Não é à toa que se diz que um Governo deve esvaziar a cartucheira das medidas impopulares logo no início. Esse início está a gastar-se. E neste início havia uma oportunidade única: a humilhação de termos o país intervencionado exige a sua mudança. A mudança da justiça. A mudança dos poderes locais. Mais concorrência, menos lóbis, um mercado de trabalho diferente. Basta ler os livros de Álvaro Santos Pereira e do próprio Pedro Passos Coelho, está lá quase tudo. Está feito quase nada.
Mesmo na Saúde, o mais independente dos Ministérios: como aceitar a vergonhosa nomeação em catadupa de "boys" sociais-democratas para cargos de chefia? Não há vergonha no PSD? Ou Passos Coelho não manda no seu partido? O país está quebrado mas anda tudo a tratar da vidinha.
O problema dos "boys", das mini-reformas estruturais, do reagrupamento dos lóbis que está a consumar-se, de um sistema político alapado na inércia que o protege é tudo isso ser uma provocação social. O Governo está a desperdiçar a paz social, confrontando-a. É uma asneira monumental fechar o ano com um défice orçamental abaixo de 4,5%, isso será sempre entendido pelos portugueses como uma afronta, pois nada os convencerá que não lhes tiraram meio Natal em vão.
Os portugueses estão a perder o emprego, os empregados estão a perder salário, os desempregados estão a perder subsídio, a única via apontada pelo próprio Governo para fugir à trituradora é fugir do país: emigrar. Desistir. Os sacrifícios não estão a ser repartidos por todos. E aquilo que nos trouxe até esta ruptura está a permanecer. Estamos a remediar esta crise mas não estamos a prevenir a próxima. O mesmo tipo de pessoas está a tomar o mesmo tipo de decisões, o que só pode levar ao mesmo tipo de resultados. Estaremos daqui a 15 anos na mesma?
As reformas estruturais nunca passaram de um chavão. É preciso uma coragem sem limites para fazer a mudança de regime e criar uma sociedade nova em Portugal, mais livre e independente, mais sujeita ao risco mas com mais oportunidades.
Talvez falte espessura intelectual no Governo. Talvez dois dos pilares da troika (finanças públicas e sistema financeiro) estejam a ensombrar o terceiro (as reformas). Mas se tudo isto, esta consumição, esta hiper-tributação, esta vergonha de sermos pedintes, esta pobreza crescente for apenas para manter o que sempre existiu, na política, na economia, na sociedade, então será como prenunciou Lampedusa, é preciso que algo mude para tudo fique na mesma.
Passos Coelho ainda precisa de provar que consegue fazer o que quis prometer. Tem a última chance agora. Porque se tudo isto for para ficar na mesma, então o primeiro-ministro tem razão: o melhor é emigrar.