Domingo, Agosto 01, 2010
CLEPTOCRACIA:...Portugal é um paraíso para os criminosos
Sócrates imune à investigação
Na reunião de Haia, com as autoridades inglesas, foi recusada a possibilidade de a investigação visar o primeiro-ministro. Equipas mistas rejeitadas.
A reunião em Haia, na sede da Eurojust, em Fevereiro de 2009, marcou o rumo da investigação do caso Freeport. Várias fontes contactadas pelo CM garantem que nesse encontro ficou claro que a investigação ao licenciamento do ‘outlet’ de Alcochete não atingiria José Sócrates. Cândida Almeida, directora do DCIAP, ter-se-á mesmo indignado quando os ingleses sugeriram equipas mistas e mostraram interesse em investigar o actual primeiro-ministro português. A hipótese foi liminarmente recusada e o DCIAP manteve o rumo da investigação: determinar se houve subornos, mas sem que alguma vez se tentasse apurar se foram feitos efectivos pagamentos a membros do Governo.
Ainda segundo o CM apurou, na mesma reunião – realizada por proposta dos ingleses – foi igualmente equacionada a hipótese de as contas bancárias de José Sócrates serem alvo de análise. Mais uma vez, tal possibilidade foi liminarmente recusada.
Além de Lopes da Mota – então director da Eurojust – estiveram na mesma reunião Vítor Magalhães e Pais Faria, os procuradores do processo, bem como Moreira da Silva e Pedro do Carmo, directores adjuntos da PJ. Maria Alice, coordenadora superior, a quem a investigação estava entregue, acompanhou igualmente o encontro.
Depois disso, foram muitas as diligências efectuadas. Mas em nenhuma por alguma vez foi admitida a inquirição ou interrogatório de José Sócrates.
O último plano de diligências que consta no processo – elaborado pela responsável da PJ de Setúbal – é datado de Abril deste ano e enumera uma série de audições e pedido de informação bancária que ainda deve ser efectuada. Maria Alice, responsável da PJ, não incluiu Sócrates no rol de pessoas a ouvir – mas teve o cuidado de sugerir que as mesmas 'poderiam ser complementadas com diligências determinadas pelos magistrados'. Vítor Magalhães e Pais Faria emitiram um despacho onde diziam que 'concordavam integralmente' com o que havia sido sugerido.
Cândida Almeida esteve ontem incontactável. O gabinete da PGR disse ao CM que Pinto Monteiro nunca deu qualquer instrução no processo Freeport, nem na reunião de Haia, 'tendo a directora e os procuradores actuado com total autonomia'.
JUIZ PODIA TER PRORROGADO PRAZO DO SEGREDO DE JUSTIÇA
O prazo dado à investigação não tinha a ver com a realização de diligências mas sim com o levantamento do segredo de justiça, que terminava a 27 de Julho. No entanto, segundo o CM apurou, não foi pedida qualquer prorrogação do prazo ao juiz Carlos Alexandre, a quem o processo está distribuído. O magistrado poderia alargá-lo pelo menos por mais um mês – como, aliás, tem feito noutros processos do género.
A mesma posição foi anteontem defendida por Pinto Monteiro em comunicado. 'Nem a Directora do DCIAP, nem os magistrados titulares do processo requereram qualquer prorrogação de prazo ou invocaram a necessidade da realização de qualquer diligência', afirmou.
DESPACHO GERA DESENTENDIMENTO
A inclusão, no despacho final do caso Freeport, das perguntas que deveriam ser feitas a José Sócrates causou um diferendo de entendimento no DCIAP. Cândida Almeida não concordou com a inclusão das 27 perguntas, da responsabilidade de Pais Faria e Vítor Magalhães, e terá feito saber aos procuradores qual era a sua opinião. Face à aparente impossibilidade de chegarem a acordo e porque também não queria avocar o processo – o que a obrigaria a que fosse ela a elaborar o despacho final –, Cândida Almeida optou por deixar claro que caso as mesmas se realizassem o despacho não seria alterado. 'Das respostas eventualmente obtidas não resultariam alterações de fundo aos juízos indiciários, próprios desta fase, que subjazem ao despacho de arquivamento e de acusação deduzidos', lê-se também no mesmo documento.
Cândida Almeida deixou, no entanto, no ar a possibilidade de o processo ser reaberto. 'Foi levada a cabo uma cuidada e profunda análise da prova produzida e de diligências encetadas ainda sem resposta, por dependerem da cooperação internacional em matéria penal. Uma vez recebidas e caso determinem a alteração da decisão ora tomada, reabrir-se-á os autos', diz.
EQUIPA ESPECIAL DO DCIAP
O processo Freeport foi avocado pelo DCIAP em 2008 ao Tribunal do Montijo. Manteve-se a delegação de competências na PJ de Setúbal mas, há quase um ano, um despacho do procurador-geral da República determinava a criação de uma equipa especial. A mesma equipa, constituída por vários elementos da PJ, entre eles a responsável pelo departamento de Setúbal, foi trabalhar para a sede do DCIAP, na Alexandre Herculano. Trabalharam directamente sob as ordens dos procuradores, e foi com alguma surpresa que foi recebida a determinação de que deveria ser a PJ a elaborar o relatório final.
Fonte: CM
- Comentário feito por: Anónimo
- 31 Julho 2010
Mas ninguém tira a Portugal a fama de ser um país de corruptos.
- Comentário feito por:José Leitão
- 31 Julho 2010
Tásse a vêr o resultado! Tásse, tásse!...Ilibabado, pois claro!
- Comentário feito por:Maria Antonieta Santos
- 31 Julho 2010
No one above the law, no one bellow the law! É bonito mas só em teoria.
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VARA RECEBEU 24.000€ NA CGD POR 9 DIAS DE TRABALHO
indiciado de alguns crimes graves, Vara continua a rir-se dos portugueses
No "Relatório sobre o Governo da Sociedade", referente a 2008 (publicado em Abril de 2009), a Caixa Geral de Depósitos refere que Armando António Martins Vara, vogal do Conselho de Administração, terminou o seu mandato em 09.01.2008 e que, por ter trabalhado 9 dias na CGD como vogal da Administração, teve direito a uma remuneração base de 23.736,95 € (à média de cerca de 2.637,44 € por dia), tendo por conseguinte recebido uma verba superior ao vencimento mensal a que teria direito (18.550,00 €) se tivesse trabalhado, em condições normais, todo o mês. Logo de seguida, a 16 de Janeiro de 2008, seguiu para a Administração do BCP, acompanhando Santos Ferreira e Vítor Lopes Fernandes, também administradores cessantes da CGD.
Já outros administradores bem conhecidos da praça portuguesa, e que cessaram o mandato igualmente na mesma data, receberam as módicas quantias (pelos mesmos 9 dias de trabalho) de: Carlos Jorge Ramalho Santos Ferreira (presidente, que recebeu 33.648,42€, à média de cerca de 37.38,71 € por dia), António Manuel Maldonado Gonelha (vice-presidente, com 28.601,14 €), José Joaquim Berberan Santos Ramalho (vogal, com 22.691,31 €), Vitor Manuel Lopes Fernandes (vogal, com 23.553,17 €) e Maria Celeste Ferreira Lopes Cardona (vogal, com 23.553,17 €).
Fonte: Mafia Portuguesa