18 de Maio de 2012, 14:26
Novas oportunidades
18 de Maio de 2012, 14:26
Novas oportunidades
Operação: Negócios ilícitos envolviam tráfico de pedras preciosas
A rede de crime organizado dedicava-se a todo o tipo de negócios ilícitos: fomentava o tráfico de diamantes e outras pedras preciosas, de droga, de chifres de rinoceronte e mercúrio e chegavam até a clonar cartões. Lavavam também dinheiro através de transferências milionárias, que tinham a América do Sul na origem e Portugal como ponto de passagem.
Por:Tânia Laranjo/ Ana Isabel Fonseca
Os cinco membros que constituíam o núcleo duro do grupo, no qual está um advogado de Lisboa e um engenheiro do Mercado Abastecedor da Região de Lisboa (MARL), foram detidos anteontem pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ durante a operação ‘Miscelânea'. Os inspectores conseguiram ainda travar uma transferência de 50 milhões.
Os cinco detidos, que têm entre os 30 e os 45 anos, foram ontem presentes a tribunal. Ao fecho desta edição não eram conhecidas as medidas de co-acção.
Na operação, que culminou em 42 buscas domiciliárias e envolveu mais de cem inspectores, a PJ constituiu 19 arguidos, entre eles um advogado do Porto.
O núcleo duro da rede tinha como principal tarefa encontrar pessoas dispostas a prestar todo o tipo de serviços ilegais. Eram contactados por outros criminosos, que se dedicavam essencialmente ao tráfico de pedras preciosas e à lavagem de dinheiro. Depois cabia-lhes encontrar quem estivesse disposto a participar nos negócios ilícitos.
A rede era já investigada há mais de um ano. A PJ irá agora analisar em laboratório os diamantes encontrados, de forma a apurar o seu real valor.
SEM RENDIMENTO HÁ VÁRIOS ANOS
A operação foi levada a cabo pela Unidade Nacional que combate a criminalidade económica e financeira. As bus-cas foram feitas quase em simultâneo para evitar fugas de informação. Além dos advogados e empresários alvo de buscas, outros dos visados não têm qualquer actividade profissional. Dedicam-se apenas ao mundo do crime e não apresentam rendimentos há vários anos.
ORDEM ACOMPANHOU BUSCAS
Os escritórios dos dois advogados envolvidos na rede anteontem desmantelada pela Unidade Nacional Contra a Corrupção da PJ foram alvos de buscas. As diligências foram acompanhadas por um representante da Ordem dos Advogados e também por um procurador do Ministério Público.
Em causa está a necessidade de assegurar que o segredo profissional a que os advogados estão sujeitos não seja comprometido e garantir que apenas os documentos que dizem respeito à actividade criminosa em que os causídicos estão envolvidos sejam apreendidos. A Ordem é avisada antecipadamente pelos inspectores da Judiciária de que serão realizadas buscas a advogados.
O causídico de Lisboa, que pertencia ao núcleo duro e que foi um dos cinco detidos, poderá agora ser alvo de um processo disciplinar e o exercício da sua profissão poderá mesmo ser colocado em risco.
Já em relação ao advogado do Porto tal hipótese, para já, não se aplica, uma vez que durante a operação aquele apenas foi constituído arguido13 Abril 2012
Compravam metais à margem da lei e arranjavam faturas falsas para deduzir no IVA. O volume de negócios anual, entre 2003 3 2006, era de 30 milhões de euros.
O "Jornal de Notícias" escreve que três irmãos de Torres Novas com negócios de sucata montaram um esquema de fuga ao Físco que, de 2003 a 2006, lesou o Estado em 21 milhões de euros: além de não ter recebido 20 milhões de euros em IVA, IRC e IRS, o Físco fez reembolsos indevidos de IVA superiores a um milhão de euros.
Os valores constam do relatório da investigação da Polícia Judiciária de Coimbra, que acaba de ser enviado ao Ministério Público, com proposta de acusação dos 47 arguidos (34 indivíduos e 13 empresas), por fraude fiscal agravada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e associação criminosa
“...um delinquente político chamado Sócrates, o pior exemplo que jamais, na História de Portugal, foi dado ao país...” Maria Filomena Mónica no I.
Trata-se dos três sócios de uma empresa suíça, a Akoya Asset Management. Oficialmente, geriam e faziam aplicações de fortunas de clientes portugueses, mas na verdade agenciavam clientes para bancos da Suíça e actuavam como seus testas-de-ferro, criando empresas offshore nas quais era colocado o capital, em manobras de fuga ao fisco e branqueamento de capitais.
Entre os portugueses que utilizavam os serviços da rede encontram-se empresários, advogados e alguns políticos, como Duarte Lima.
A rede era encabeçada por Michel Canals – ex-director executivo do banco UBS (Union de Banques Suisses), onde geria, nomeadamente, as contas conjuntas do magnata Lúcio Tomé Feteira e da sua companheira, Rosalina Ribeiro, e também de Domingos Duarte Lima – e era integrada por dois portugueses residentes na Suíça, José Pinto e Nicolas Figueiredo, também ex-funcionários daquela casa de crédito suíça. Foram os três detidos ontem, no Porto.
Além destes três indivíduos, foi também preso um intermediário português, que aparentemente vivia da exploração de uma loja de medalhas, de onde lhe vinha a alcunha de ‘Zé Medalhas’. Os arguidos começam hoje a ser ouvidos pelo juiz Carlos Alexandre, do Tribunal Central de Instrução Criminal.
(actualizada às 10h17 de 18 de Maio)
Portugal a caminho da declaração de Estado de Sítio?
Posted: 17 May 2012 08:44 AM PDT