domingo, 31 de julho de 2011

Data: 27 de Julho de 2011 11:59
Assunto: Artigo de Pedro Afonso –
Médico psiquiatra

LEITURA OBRIGATORIA


Artigo de Pedro Afonso - Médico psiquiatra

Grande artigo o que se segue. Leitura obrigatória.

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Não é todos os dias que nos deparamos na imprensa com um rasgo de lucidez. Pena que sejam poucos os que vejam as coisas assim.... enfim como elas são!
Podem ler porque não vão perder o vosso tempo
A saúde mental dos portugueses
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Transcrição do artigo do médico psiquiatra Pedro Afonso, publicado no
Público, 2010-06-21
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Alguns dedicam-se obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Recentemente, ficámos a saber, através do primeiro estudo epidemiológico nacional de Saúde Mental, que Portugal é o país da Europa com a maior prevalência de doenças mentais na população.
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No último ano, um em cada cinco portugueses sofreu de uma doença psiquiátrica (23%) e quase metade (43%) já teve uma destas perturbações durante a vida.
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Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque assisto com impotência a uma sociedade perturbada e doente em que violência, urdida nos jogos e na televisão, faz parte da ração diária das crianças e adolescentes. Neste redil de insanidade, vejo jovens infantilizados incapazes de construírem um projecto de vida, escravos dos seus insaciáveis desejos e adulados por pais que satisfazem todos os seus caprichos, expiando uma culpa muitas vezes imaginária. Na escola, estes jovens adquiriram um estatuto de semideus, pois todos terão de fazer um esforço sobrenatural para lhes imprimirem a vontade de adquirir conhecimentos, ainda que estes não o desejem. É natural que assim seja, dado que a actual sociedade os inebria de direitos, criando-lhes a ilusão absurda de que podem ser mestres de si próprios.
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Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque, nos últimos quinze anos, o divórcio quintuplicou, alcançando 60 divórcios por cada 100 casamentos (dados de 2008). As crises conjugais são também um reflexo das crises sociais. Se não houver vínculos estáveis entre seres humanos não existe uma sociedade forte, capaz de criar empresas sólidas e fomentar a prosperidade. Enquanto o legislador se entretém maquinalmente a produzir leis que entronizam o divórcio sem culpa, deparo-me com mulheres compungidas, reféns do estado de alma dos ex-cônjuges para lhes garantirem o pagamento da miserável pensão de alimentos.
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Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque se torna cada vez mais difícil, para quem tem filhos, conciliar o trabalho e a família. Nas empresas, os directores insanos consideram que a presença prolongada no trabalho é sinónimo de maior compromisso e produtividade. Portanto é fácil perceber que, para quem perde cerca de três horas nas deslocações diárias entre o trabalho, a escola e a casa, seja difícil ter tempo para os filhos. Recordo o rosto de uma mãe marejado de lágrimas e com o coração dilacerado por andar tão cansada que quase se tornou impossível brincar com o seu filho de três
anos.
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Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque a taxa de desemprego em Portugal afecta mais de meio milhão de cidadãos. Tenho presenciado muitos casos de homens e mulheres que, humilhados pela falta de trabalho, se sentem rendidos e impotentes perante a maldição da pobreza. Observo as suas mãos, calejadas pelo trabalho manual, tornadas inúteis, segurando um papel encardido da Segurança Social.
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Interessa-me a saúde mental dos portugueses porque é difícil aceitar que alguém sobreviva dignamente com pouco mais de 600 euros por mês, enquanto outros, sem mérito e trabalho, se dedicam impunemente à actividade da pilhagem do erário público. Fito com assombro e complacência os olhos de revolta daqueles que estão cansados de escutar repetidamente que é necessário fazer mais sacrifícios quando
já há muito foram dizimados pela praga da miséria.
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Finalmente, interessa-me a saúde mental de alguns portugueses com responsabilidades governativas porque se dedicam obsessivamente aos números e às estatísticas esquecendo que a sociedade é feita de pessoas. Entretanto, com a sua displicência e inépcia, construíram um mecanismo oleado que vai inexoravelmente triturando as mentes sãs de um povo, criando condições sociais que favorecem uma decadência neuronal colectiva, multiplicando, deste modo, as doenças mentais.
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E hesito em prescrever antidepressivos e ansiolíticos a quem tem o estômago vazio e a cabeça cheia de promessas de uma justiça que se há-de concretizar; e luto contra o demónio do desespero, mas sinto uma inquietação culposa diante destes rostos que me visitam diariamente.
Pedro Afonso
Médico psiquiatra

Posted by Jose Martins at 07:23

DIA MUNDIAL DO ORGASMO



(in)justiça?!

Posted: 30 Jul 2011 06:04 PM PDT

"Dois agentes da PSP foram recentemente condenados a uma pena considerada rara em Portugal: quatro anos e três meses de prisão efectiva, num caso, e quatro anos, noutro. Em Julho de 2008, agrediram um estudante alemão no interior da esquadra das Mercês, no Bairro Alto, com murros e pontapés. (...)" In Público "Miguel, jogador do Valência, está envolvido num processo ligado a um tiroteio à porta da discoteca RS Dreams, no Seixal, mas as dificuldades em notificá-lo fizeram com que fosse separado deste julgamento. Ainda assim, sabe agora que quatro dos amigos do ‘gang de Chelas’ foram ontem condenados a penas de prisão suspensas por posse de arma e ofensas à integridade física. Se não tiverem condenações de outros processos, podem sair em liberdade.""Entre eles está Lamine Biai, arguido que, por convicção do tribunal, terá recebido das mãos de Miguel a pistola usada nos disparos à porta da discoteca RS Dreams, em Dezembro de 2009. Por estar na posse da mesma, foi condenado a ano e...
9,7 MILHÕES PARA O LIXO EM VACINAS DA GRIPE A
muitos países já reconheceram publicamente este negócio mundial das farmacêuticas


Vacinas pandémicas começam a perder a validade em Agosto. Doses que não foram usadas vão ser destruídas. As vacinas da gripe A que chegaram a Portugal para combater a pandemia de 2009 começam a perder a validade em Agosto. Dos dois milhões de doses pagos pelo Ministério da Saúde à farmacêutica GlaxoSmithKline (GSK), apenas 700 mil foram usadas. Para as restantes, a única solução passa pela destruição. São cerca de 9,7 milhões de euros deitados ao "lixo" por 1,3 milhões de vacinas que continuam em stock.