quarta-feira, 14 de julho de 2010
CENSURA INJUSTIÇA MENTIRA HIPOCRISIA
Data: 07/14/10 14:06:12
Para: Undisclosed-Recipient:,
Assunto: Censura, injustiça, mentira e hipocrisia
Censura, injustiça, mentira e hipocrisia
O Sistema que, desgraçadamente, domina Portugal – ou seja, o conjunto dos detentores do Poder, como os governantes, comunicação social, comentadores… - configura o mais ignóbil totalitarismo: o totalitarismo democrático!
Este, manipulador, sufocante e mentiroso, sob uma capa de guardião da liberdade e igualdade de direitos e oportunidades, não passa de um Sistema blindado, hipócrita e terrivelmente perigoso. Perigoso, porque ilude muita gente; porque detendo uma poderosa máquina de propaganda, formata as mentes de muitos. Apenas os mais atentos e prevenidos detectam esse perigo, vendo que o Rei vai nu… sem pinga de vergonha! E desses, apenas uns poucos têm a suficiente coragem e determinação para combatê-lo.
Os Senhores do Poder partilham-no a partir de diversos poleiros, repartindo benesses e privilégios, promovendo-se entre si e desprezando ou reprimindo quem se lhes opõe.
Ao menos tivessem um mínimo de decoro ou alguma réstia de dignidade, para não estarem sempre a encher aquelas bocas maldosas dos termos “liberdade”, “igualdade de oportunidade” e por aí fora, quando todas essas suas palavras tresandam à mais reles mentira.
Censura, injustiça, mentira e hipocrisia, são apenas algumas das facetas do ódio que o Sistema nutre pelos Nacionalistas, que são enfim, os únicos que lhes fazem frente.
Censura, injustiça, mentira e hipocrisia (I)
Como se pode falar em igualdade de oportunidades quando, por exemplo, entre três candidatos anunciados à Presidência da República (além de um suposto quarto candidato e actual Presidente) apenas três têm tempo de antena – diário! - e outro é literalmente ignorado? O que é ignorado, claro está, sou eu. Porquê? Porque não partilho o Sistema a que eles pertencem.
Mas por favor: não digam que há igualdade, liberdade e outras balelas semelhantes. Tenham ao menos essa decência! Nesta “corrida”, três deles vão em potentes carros e eu a pé… Não venham por isso com a treta das "oportunidades e vantagens da democracia". Tenham vergonha, ao menos!
Censura, injustiça, mentira e hipocrisia (II)
Na sequência dos casos de criminalidade de há uma semana na Praia do Tamariz, o PNR organizou uma acção de rua, corajosa, marcando presença nessa bonita praia, outrora de referência e hoje covil de marginais.
Como sempre, tal iniciativa foi anunciada à Comunicação Social e, como sempre, apenas alguns escassos órgãos desta, marcaram presença. O serviço público, esse, já é habitual dizer que aparece e depois fazer o contrário, sofrendo, pelos vistos, da mesma doença da mentira que afecta os governantes. E também como sempre, a deturpação e a mais abjecta falta de isenção pautam as peças jornalísticas que depois reproduzem.
Falam elas num fracasso de manifestação - embora o destaque de primeira página contradiga tal ideia... - quando na realidade foi um sucesso de acção de protesto e distribuição de propaganda (como sempre o anunciámos). Será que as mais de 30 pessoas que estiveram na nossa acção não superam em número, muitas das acções nas Feiras, levadas a cabo por partidos com assento parlamentar?
Falam em provocação, quando na verdade se tratou de um protesto simbólico – como sempre se disse – marcando presença junto das pessoas, vítimas da falta de segurança.
Será que não podem referir o nosso civismo e disciplina? E os urros constantes de vários “jovens” incomodados com a nossa presença? E o apoio corajoso expressamente demonstrado por várias pessoas bem como o apoio mais tímido da parte de outras? Tenham ética profissional e isenção, seus medíocres!
Censura, injustiça, mentira e hipocrisia (III)
Na preparação da acção do PNR na praia do Tamariz, avisámos atempadamente as autoridades autárquicas - como estipula a lei - da nossa intenção, seus propósitos e pormenores da sua execução.
Não deixa de ser curioso que num mail dirigido ao PNR, em termos muito educados e cordiais, o Autarca de Cascais nos tenha pedido que nos cingíssemos aos Jardins do Casino (por pouco não era numa sala lá dentro…), sob o argumento do elevado risco que a nossa presença no Tamariz representaria. Ora se estava conhecedor do teor da nossa acção (obviamente civilizada e pacífica) e se já tinha publicamente manifestado preocupação com a criminalidade que assola a Linha de Cascais, então estava implicitamente a reconhecer que o crime e a delinquência são quem mais ordena e quem manda nas ruas, transportes e praias. E nós que nos confinássemos a um gueto para não incomodar, com a nossa presença, os “jovens” e atrapalhar os seus propósitos de delinquência, ou então para não agitar as consciências, levando a que a “paz” podre e cobarde do politicamente correcto sofresse sobressaltos, como convém…
Por outro lado, em declarações à comunicação social, referiu-se à nossa acção como sendo uma “provocação gratuita”. É por causa destas mentalidades e atitudes dos políticos que a criminalidade campeia livremente e toma conta da nossa Terra! Tenha coragem e determinação, Senhor Presidente da Câmara, que é para isso que lhe pagam!
Censura, injustiça, mentira e hipocrisia (IV)
Há escassas horas atrás, e ainda acerca da nossa acção no Tamariz, um certo comentador que saltita de estação para estação de TV e é tido como de referência para a grande massa politicamente correcta, fez jus ao lugar que lhe cabe como manipulador de opinião de serviço…
Então, afirma tal senhor que meia dúzia de gatos-pingados que nada representam, foram lá provocar, ostentando um cartaz com os dizeres “Portugal aos Portugueses”? Senão vejamos: ou o Senhor precisa de usar óculos, ou mente sem peias. O nosso cartaz ostentava uma frase com a qual todos (?) concordamos: “Basta de criminalidade” e concluía com outra: “Exigimos segurança na nossa Terra”.
Ora, quem é que isto provoca? Só se for os criminosos por prática da delinquência, ou os politicamente correctos, também eles criminosos, por serem os primeiros responsáveis por este estado de coisas.
E já agora?... Será que “meia dúzia de gatos-pingados” não tem o legítimo direito à indignação e ao protesto? Ou qual é o número mínimo de gatos que o Senhor Professor determina para que tal aconteça? Ou terão que ser camelos ou macacos em vez de gatos? Então onde está a sua coerência e amor à liberdade?
Sim, claro, a sua tolerância esgota-se nos elogios ao PCP, tão “útil à democracia”. E já é legítima a sua indignação por nem todos prestarem reverência ao Comunista Saramago. Seja sério, Senhor Professor!
Presidente do :(PNR)
SARAMAGO E A AMARGURA
De: ALÔ PORTUGAL Data: 13-07-2010 20:29:30 Para: Undisclosed-Recipient:, Assunto: último intelectual marxista
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Por não ter mudado criou o cancro no sangue. Falta de alegria. E ressentimento.
Lábios finos. Esconder emoções e sentimentos.
Roi por dentro.
Saramago, o último intelectual marxista Zita Seabra |
.Morreu José Saramago e com ele morreu o último de muitos que, ao longo do século XX, se comprometeram com o comunismo e encontraram na ideologia marxista o sentido da sua escrita ou da sua arte. O seu nome junta-se ao de Gorki, Aragon, Picasso, Jorge Amado ou Paul Éluard, uma lista enorme de intelectuais que passaram pelas fileiras dos partidos comunistas. Saramago foi, como homem e como escritor, um empenhado militante da ideologia que abraçou e que lhe marcou sempre a vida e a escrita. A ideologia enquanto visão global do homem, da sociedade, da religião que Marx e Engels teorizaram e que Lénine, Mao, Brejnev ou Fidel, entre outros, levaram à prática.
Olhando para a vida e a escrita de José Saramago, o que mais impressiona é o facto de ele ter vivido e visto o comunismo ruir na URSS e nos países do bloco de Leste, como a RDA, a Hungria, a Checoslováquia, a Roménia, a Albânia, entre muitos outros, e ter silenciado esse facto. Confrontar-se com o sofrimento daqueles povos, já não nos relatos de Sakharov ou de Soljenítsin, mas nas imagens dos directos das televisões e passar ao lado da alegria com que abraçaram a liberdade.
Nem o confronto directo com o balanço dramático das vítimas dos que selibertaram do comunismo o fez alguma vez ter escrito ou dito qualquer palavra. O silêncio de quem usa a escrita é mais visível. Os seus gestos foram de quem passava ao lado: logo a seguir à queda do muro de Berlim, candidatou-se nas listas do Partido Comunista à autarquia de Lisboa. Que balanço faria dos anos de comunismo e do sofrimento das pessoas que viveram na pele um dos dois grandes horrores do século XX. Saramago não passou, que se leia em nenhum dos seus textos, por qualquer crise. Não lhe doeu, não se interrogou, não sofreu com o terrível juízo que a história fez, sem remissão nem perdão, do totalitarismo comunista.
.De Saramago, mesmo quando o comunismo foi julgado pela História, não se conhece nenhum sobressalto, nenhuma angústia. Muitas vezes me interroguei se seria uma total e completa insensibilidade moral?
É certo que, ao longo do século XX, muitos dos intelectuais marxistas viveram mergulhados na ideologia totalitária e nunca olharam à sua volta. Não foram todos, claro. Uns sobressaltaram-se logo em 1917, outros com o Pacto Germano-Soviético, na invasão da Checoslováquia, ou da Hungria, ou na chacina do Camboja, ou na loucura da Revolução Cultural Chinesa.
José Saramago não. Viveu e morreu mergulhado num mundo que ruiu à sua volta e cujo dramático balanço foi feito com muita dor. Sem uma palavra, sem uma linha, sem uma lágrima por quantos (milhões) de pessoas, de famílias, de gente, de operários, camponeses ou intelectuais que, ao longo do século XX, morreram e sofreram em nome do comunismo por todo o lado onde o marxismo passou da revolução ao Poder.
Nem um gesto teve quando lhe pediram apoio os dissidentes cubanos presos por Fidel. Nem mesmo quando Susan Sontag o confrontou com esse facto. Uma única dúvida subsiste, porém, quando se observa que visitou Cuba diversas vezes, mas nunca foi à Rússia libertada, apesar de ter sido convidado a lançar os seus livros e a debatê-los numa universidade de Moscovo - aí o confronto com a história seria certamente impossível de ignorar e de silenciar. Um confronto que, reconheço, é muito difícil de viver.