sexta-feira, 6 de abril de 2012
O Sr. Macedo da Administração Interna terá consentido no abuso, talvez nem sequer medindo o alcance simbólico do acontecimento.
Pela primeira vez, veículos policiais estrangeiros passeiam-se pelas ruas e avenidas das nossas cidades. Andam em patrulha, como se de uma força de ocupação se tratasse. Por muitos sorrisos que distribuam, esta é a mensagem que fica.
Este governo pretende abolir a comemoração do dia da Restauração da Independência. Está pronto para fazê-lo, alegando de forma assumidamente idiota, com o permanente abandono de celebrações por parte das entidades públicas. Em reflexo, a sociedade que ao longo de décadas tem sido objecto de um imparável culto pelo desprezo das origens, até agora tem seguido a norma que de cima chega. Mas a polícia espanhola nas avenidas de Lisboa, significa algo mais, é insuportável.
O PSD e o CDS enganam-se quando julgam o país completamente tranquilizado pela "inevitabilidade dos novos tempos". Não gostamos nem queremos ver uniformes estrangeiros e gente que nem sequer balbucia uma frase em português a fazer o giro, como se isso significasse estarmos à beira de uma anexação.
No momento em que todos sabemos algo acerca daquilo que nos espera, arrastar a polícia espanhola para o meio da Praça dos Restauradores, poderá ser um disparate que lhes custará caro. Custará à gente do regime, no seu todo. Bem podem eles surgir de pin verde-tinto à lapela, confirmando ser aquele cada vez mais, uma nódoa que apenas confirma pouco discretas lealdades.
Dão asco.
publicado por Nuno Castelo-Branco