domingo, 21 de agosto de 2011



Obama sobre Kadhafi: 'O seu tempo acabou'

Casa Branca diz que os dias de Kadhafi estão contados

21 de Agosto de 2011, 17:01

A Casa Branca previu este domingo que os dias do líder Muamar Kadhafi estão contados, num momento em que os rebeldes disparam os primeiros tiros pelo controlo de Trípoli.

FRANÇA DÁ ARMAS AOS REBELDES DA LIBIA

Líbia: Protestos anti-Kadhafi e combates em Tripoli, NATO bombardeia quartel-general do líder líbio

21 de Agosto de 2011, 16:04

Cairo, 21 ago (Lusa) - Protestos contra o regime de Muammar Kadhafi estão hoje a decorrer em Tripoli, segundo relatos de agências internacionais, enquanto a NATO bombardeou o quartel-general do líder líbio e o aeroporto de Maitika, também na capital.

A agência norte-americana Associated Press cita Mukhtar Lahad, um comandante de forças rebeldes que avançam sobre Tripoli, que refere que familiares seus residentes na capital líbia relataram manifestações com centenas de pessoas em vários bairros de Tripoli.

De acordo com a mesma fonte, os protestos estão a ser encorajados pelos imãs das mesquitas que estão a difundir através de altifalantes a frase "Allahu Akbar" (Deus é Grande), mas em pelo menos um dos bairros houve disparos de atiradores furtivos contra os manifestantes.

Comentários

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· alberto


Este kaddafi nao é o mesmo que Europa (incluindo Portugal)aupaba e vendia armas ate há pouco?.So quem tem ja o cerebro engomado pela comunicação socio-privada e quem não repara que por trz de tudo isto o que esta em jogo são os apetites economicos das grandes potencias como aconteceu em Irak com o embuste das armas de destruição maçiça. O problema Kaddafi é em principio do povo libio como s-ao dos povos marroquinos,sauditas e yemenitas os reyes tiranos que o governam apoiados pelas democracias occidentais.

Comentário enviado em 2011-08-21 às 16:53:41

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A Revolução Árabe

O enviado especial da Antena1, José Manuel Rosendo, faz a cobertura jornalística da convulsão social no mundo árabe

José Manuel Rosendo

2011-03-14 11:52:52

Reflexão sobre a situação na Líbia

O "Ocidente" deve intervir na Líbia? E se acontecerem situações semelhantes noutros países? Também deve intervir? Ou será que se está à espera que a situação seja de tal modo gritante que qualquer intervenção estará justificada?

Reflexão sobre a situação na Líbia

jmrNuma "sexta-feira de raiva" este homem expressa o que muitos líbios sentem: querem construir uma nova Líbia, mas sem Mohamar Kadhafi.

Posso estar demasiado desconfiado com as atitudes do "Ocidente" em relação ao Médio Oriente e Norte de África (e todas as outras zonas onde há interesses estratégicos), mas o que me parece óbvio é que ainda não houve uma intervenção na Líbia porque os EUA, a NATO e a UE têm receio de criar um precedente. Isto é: se depois no Iémen, no Bahrein, eventualmente na Arábia Saudita ou em Marrocos e na Argélia, e... o maior receio, no Irão, os regimes responderem à revolta com a brutalidade que Mohamar Kadhafi está a responder? Sim, se houver uma resposta assim brutal a uma revolta, depois de o "Ocidente" ter uma intervenção na Líbia, o que faria o "Ocidente" nos outros países? Voltaria a intervir? E como? Com que meios? Esquecendo que grande parte do petróleo tem origem nestes países?

É certo que têm sido os próprios líbios a dizer que não querem uma intervenção do "Ocidente". Inicialmente o Conselho Nacional Interino pediu ataques aéreos às posições de Kadhafi, mas acabou por recuar porque a questão estava a dividir os rebeldes líbios, ficando-se por pedir uma zona de exclusão aérea.

Há ainda outra questão a considerar: é aceitável possibilitar uma saída de Kadhafi do país, para um exílio onde possa não ser incomodado pela justiça internacional e podendo manter grande parte dos seus bens? Por mim sou tentado a dizer que não, mas se esse for o preço a pagar para parar o banho de sangue, terei que aceitar qualquer resposta que os rebeldes líbios entendam dar a esta questão.

Olhando para a situação no terreno, ela parece-me muito clara: de um lado as forças leais a Kadhafi, bem armadas, treinadas, com mercenários e com armamento pesado e muito superior, com força aérea e com logística para fazer avançar tropas em grande número; do outro lado milícias mal treinadas, sem disciplina de grupo, militares com armamento obsoleto, desorganização, inexistência de capacidade logística. Mais ou menos o retrato é este.

Resta dizer algo que pode ser determinante: Mohamar Kadhafi pode ter forças suficientemente poderosas para ganhar esta guerra, pode ir conquistando cidade atrás de cidade, mas não parece ter capacidade nem forças suficientes para manter a ocupação de cidades rebeldes porque as milícias podem não conseguir parar o avanço das forças de Kadhafi, mas têm certamente capacidade para manter uma guerrilha.

Depois do que foi feito com o Iraque, é difícil entender as hesitações em relação a Saddam Hussein. Ou talvez não, porque afinal Saddam tinha dizimado milhares de xiitas e curdos e o "Ocidente" ficou-se pelas sanções da ONU, permitindo que proliferasse o contrabando de petróleo.

Será que o "Ocidente" tem coragem para impor um bloqueio total à exportação de petróleo da Líbia enquanto Mohamar Kadhafi estiver no poder?
por: José Manuel Rosendo
Tags: Revolta,Líbia,Mohamar Kadhafi

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2011-03-14 11:48:40

Funerais colectivos

Milhares de pessoas juntaram-se num dos muitos funerais colectivos em Ajdabiya. Um momento de raiva e dor.

Funerais colectivos

jmrNo cemitério de Benghazi uma oração antecedeu a descida dos corpos à terra. Corpos envolvidos na mortalha branca, deitados em posição fetal e com a cabeça em direcção a Meca.

O ritual repete-se um pouco por todo o lado. Funerais colectivos são momentos para expressar a dor mas também a determinação em levar por diante o derrube do regime líbio. Choram-se os mortos que são mártires e promete-se vingar o sangue derramado. As armas disparam em direcção ao céu. Não porque queiram atingir alguém, mas porque é preciso dar sinal da dor e da revolta. É assim. Depois enxugam-se as lágrimas e a vida segue. Provavelmente no dia seguinte, as mesmas pessoas voltarão ao cemitério para sepultar mais alguém.
por: José Manuel Rosendo
Tags: Líbia

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2011-03-14 11:46:15

Livro Verde queimado na fogueira

Muitos líbios expressaram o seu ódio a Mohamar Kadhafi queimando o famoso Livro Verde. É como se queimassem todo o pensamento de Kadhafi.

Livro Verde queimado na fogueira

jmrLivros quase sagrados (para Kadhafi) reduzidos a montes de cinzas. Vai ser mais difícil “queimar” o regime.

Numa sexta-feira, duas enormes fogueiras foram alimentadas com exemplares do Livro Verde de Mohamar Kadhafi. É nele que está descrita toda a ideologia em que assenta o regime que tem dominado a Líbia. Não há constituição, não há presidente, basicamente existem comités pseudo-populares que expressam a vontade do povo e é suposto o país ser governado de acordo com essa vontade. Afinal, parece que não era bem assim.

Os Livros Verdes foram atirados para a fogueira com os rostos a expressarem enorme desprezo por este documento. Alguns não resistiram a rasgá-lo em pedaços antes de o lançarem às chamas. Os livros arderam mas o líder continua vivo e a ganhar terreno aos rebeldes.
por: José Manuel Rosendo
Tags: Líbia,Mohamar Kadhafi

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2011-03-14 11:40:09

O Bordel de Kadhafi

Um líbio exibe roupa interior feminina. É o que resta do Bordel de Kadhafi, para além das ruínas.

O Bordel de Kadhafi

jmr

A cultura islâmica condena especialmente este tipo de conduta. Para os líbios, as meninas e os meninos que sempre rondavam Kadhafi eram um sinal claro da depravação do líder. Em Benghazi, numa área específica do quartel da cidade, ficava a residência para quando o grande líder visitava a segunda cidade da Líbia. Diz quem agora vem ver o local que havia sempre muitas mulheres nesta residência. Por vezes Kadhafi recebeu aqui, neste quartel, representantes de países "ocidentais", entre eles governantes portugueses. O quartel foi destruído e está à mercê das visitas dos líbios que podem agora ver por dentro um local de má memória. Para além dos calabouços, o Bordel de Kadhafi é um dos locais mais visitados. No local há ainda muitas roupas femininas que alguns fazem questão de não deixar passar despercebidas aos jornalistas.
por: José Manuel Rosendo
Tags: Revolução,Líbia,Benghazi,Mohamar Kadhafi

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2011-03-14 11:33:45

Armas para todos os gostos

O cenário é assustador. Há armas e munições por todo o lado e sem nenhum controlo.

Armas para todos os gostos

jmrCaixas e caixas cheias de munições de todos os tipos e feitios. Outras tantas estão abertas e vazias.

Num quartel próximo de Tobruk, estas munições para tanques de guerra estão assim à vista de quem chega. Apenas alguns militares estão por perto, mas acham que tudo isto é normal. Ou pelo menos assim parece. Os Tanques estão todos na rua, as armas desapareceram e apenas ficaram as caixas, e os militares também se juntaram aos rebeldes.
por: José Manuel Rosendo
Tags: Revolução,Líbia

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2011-03-13 22:13:54

Os refugiados esquecidos

Os refugiados esquecidos

jmrDezenas de milhares de refugiados enfrentaram duras esperas para deixar a Líbia. Dias e dias na zona de fronteira sem uma solução à vista.

Quem era de países "ocidentais" saiu da Líbia com relativa facilidade. As Embaixadas funcionam, os Governos também, e com mais ou menos dificuldade conseguiram deixar a Líbia. De barco, de avião, e em alguns casos com recurso a incursões de forças especiais em território líbio.

Os "outros" e países como a Nigéria, Sudão, Chade, Gabão, Filipinas, Índia, Bangladesh, passaram dias e dias nas zonas de fronteira e, por exemplo, no porto de Benghazi. Foi neste porto que assisti a uma cena pouco digna: foi interrompida a entrada no navio de refugiados de várias nacionalidades, que aguardavam há muito, para dar primazia aos quadros da sul-coreana Daewoo. É verdade eu a empresa tratou de retirar os seus trabalhadores, mas esta discriminação era desnecessária.

Igualmente quando regressei ao Egipto, pela fronteira de Salooum, os guardas afastaram refugiados sudaneses aos gritos e aos empurrões, para que dois jornalistas pudessem passar. São as diferenças de tratamento. Os desprotegidos ficam sempre a perder.
por: José Manuel Rosendo
Tags: Egipto,Líbia,Benghazi

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2011-03-13 10:08:54

Muita raiva

O General Mahmod Haohiyyoh estava furioso e desalentado: porquê fazerem isto, foi a pergunta serviu de resposta à pergunta do jornalista.

Muita raiva

jmrA espuma aos cantos da boca são o sinal da raiva que este homem sente.

Este General é o homem responsável por esta zona militar de Ramjah, bombardeada pelas forças leis a Mohamar Kadhafi. Descartou a possibilidade de ter sido um ataque aéreo e explicou que foram pelos menos dois mísseis lançados com um intervalo de 15 minutos.

Este militar sabe que a destruição destas armas e munições pode ter um alto preço no futuro, se o conflito estiver para durar. Os rebeldes têm pouco armamento e a maior parte dele está obsoleto. Mas este homem também sabe que foi um erro enorme ter mantido as armas e as munições nos mesmos locais de antigamente, quando o exército era fiel a Kadhafi.

por: José Manuel Rosendo
Tags: Revolução,Líbia,Mohamar Kadhafi

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2011-03-13 09:54:00

Ataque cirúrgico e devastador

Sexta-feira, 4 de Março, mais ou menos 18h30, em Ramjah, os rebeldes sofreram um poderoso ataque: uma enorme quantidade de armamento e munições foi destruída.

Ataque cirúrgico e devastador

jmrA foto é redutora da dimensão da destruição. Num perímetro de centenas de metros ficou tudo reduzido a cinzas e escombros.

Centenas de anti-aéreas e muitas toneladas de munições foram destruídas por este ataque das forças leais a Mohamar Kadhafi. Foi na localidade de Ramjah, a cerca de 20 quilómetros de Benghazi. Os depósitos subterrâneos de munições explodiram e deixaram pelo menos duas enormes crateras. Os edifícios ficaram destruídos e as armas neles guardadas arderam ou ficaram danificadas. Foi um duro golpe nas forças rebeldes que, face à pouca organização, não alteraram os locais de armazenamento de armas e munições. As forças de Kadhafi conhecem os locais porque são áreas do exército.

por: José Manuel Rosendo
Tags: Líbia,Benghazi,Mohamar Kadhafi

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2011-03-12 23:31:32

Vai um chazinho?

Em Benghazi, na zona onde diariamente há manifestações, não falta chá e tâmaras para oferecer a quem passa.

Vai um chazinho?

jmrDuas mesas pegajosas do chá doce e das tâmaras estão ao dispor de quem passa: numa há chá, na outra as tâmaras, com bastante pó mas muito saborosas.

Há sempre alguém de serviço para colocar as chaleiras em cima das brasas num enorme fogareiro. Confesso que as tâmaras são melhores do que o chá porque tem um sabor demasiado intenso. Quem passa tira umas tâmaras, depois recebe um chá em copo de plástico e segue caminho. Se é estrangeiro tem um simpático interrogatório garantido. E se for jornalista e mostrar um microfone, vai ter dificuldade em deixar o local: todos querem falar. Mais à frente está o ajuntamento de pessoas que vai crescendo à medida que o dia avança.

por: José Manuel Rosendo
Tags: Benghazi,Líbia

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2011-03-12 23:26:25

A nova bandeira

Esta é a bandeira que tem sido estandarte da revolta na Líbia. Foi a primeira bandeira do país após se ter tornado independente da Itália, em 1951. Depois de Kadhafi chegar ao poder, esta mesma bandeira foi usada como símbolo da oposição e da corrente monárquica. A actual bandeira da Líbia foi adoptada em Novembro de 1977. É toda verde.

A nova bandeira

jmrNuma parede de Benghazi, a nova bandeira da Líbia e as principais cidades, todas na costa mediterrânica.

por: José Manuel Rosendo
Tags: Benghazi,Líbia

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OS FILHOS DA GUERRA COLONIAL


PRECIOSA HISTORIA DE AMOR
VER ECRAN INTEIRO







ENGANEI-ME REDONDAMENTE... "AFINAL O SENTIDO DA INDEPENDÊNCIA DOS PRETOS (NÃO É PEJORATIVO) ERA OUTRO O DO "GAMANÇO"!

E se o "preto", brother, levanta a grimpa...Porrada nos cornos!

Veja aqui o vídeo da detenção dos jovens manifestantes em Luanda

LÁ COMO CÁ..... A Grande Familia.Tá bonito, tá!
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17 Agosto 2011 - Club-k.net - O salário mensal do Director Nacional das alfândegas de Angola, Silvio Franco Burity, está na casa dos 100 mil dólares norte-americanos. A revelação foi recentemente feita em tribunal, na Sala dos Crimes Comuns da 7ª Secção, à margem do processo judicial que o mesmo move contra o director do Folha-8, William Tonet.
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Durante a acareação, dirigida pelo juiz Manuel Pereira da Silva, o director Sílvio Franco Burity sancionou os dados, tendo apostilado que o seu salário é adjudicado em função de procedimentos de multas/impostos arrecadados por aquela direcção ligada ao Ministério das Finanças. Nas explicações dadas pelo mesmo, o auditório ficou igualmente a saber que o seu salário é instável, havendo momentos em que chega a ser equivalente a 200 mil dólares americanos.
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Em reacção ao processo judicial que envolve o Director Nacional das Alfândegas, sectores em Luanda têm sido unânimes em afirmar que o caso contra o jornalista William Tonet abriu precedentes, precipitando a exposição da imagem de Silvio Burity.
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A saber:
- Foi reafirmado no cargo em finais do ano passado; porém, em aproveitamento do assunto, uma corrent do MPLA, que também cobiça aquele cargo, tem estado a fazer corredores para o seu afastamento em honra da política de “tolerância zero”.
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- O Ministério Público, por exemplo, deu “razão” para absorção do réu por se ter provado em tribunal as acusações que a sua publicação fez em torno do suposto caso de nepotismo envolvendo nomes de familiares de Silvio Burity colocados nas Alfândegas.
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- O seu assunto deu azo a que o Serviço de Inteligência e Segurança de Estado (SINSE) apreciasse informações que corriam em torno do mesmo. O caso que está agora em consideração envolve uma funcionária que fora afastada há cerca de 5 meses, por supostas incompatibilidades, mas que em cooperação com o mesmo arrecadava verbas que eram alocadas numa conta privada de Silvio Burity.
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O SINSE sempre se dedicou a manter elementos seus nas estruturas das alfândegas e em outras instituições “chaves” do aparelho de Estado. Muitos desses elementos estão reunidos em torno de uma estrutura “sombra”, o QPE – Quadro do Pessoal Estratégico - cuja a missão é manter informado a Presidência da Republica. Um dos quadros mais activos que o SINSE tinha na direção das Alfândegas era Elias André, já falecido em circunstâncias pouco claras. Esteve colocado no Departamento de Fiscalização Aduaneira.
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23 JUNHO 2011 - Club-k.net - O Director Nacional das Alfândegas de Angola, Silvio Franco Burity, foi confrontado em tribunal com uma lista de familiares e filhos de amigos que o mesmo empregou na organização que dirige, tendo sido convidado a provar que os mesmos entraram naquela instituição por concurso público.
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A confrontação foi feita no passado dia 15 de Junho à margem de um processo de calúnia, difamação e injúria que o mesmo moveu contra o Jornalista William Tonet. Este, através dos seus advogados de defesa, Tiago Ribeiro, David Mendes e André Dambi, apresentou as evidências da suposta difamação.
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Lidas na presença na 7ª secção da Sala dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda Dona Ana Joaquina, sob orientação do juiz de direito Manuel Pereira da Silva, as posições da defesa do jornalista seguiram as seguintes argumentações, que o Club-K, repassa:
“- Os valores oriundos da transportação do crude entram na conta bancária da Alfândega e às vezes transitam dessa conta para a outra dos funcionários seniores do Departamento de Fiscalização Aduaneira, cujo chefe é o senhor Elias André.
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- No que diz respeito à gestão da Alfândega, o semanário publicou que tem havido irregularidade na atribuição das obras de construção civil, beneficiando uma empresa construção civil portuguesa sem antes realizarem concurso público, cujo sócio maioritário é amigo pessoal da directora geral adjunta. Em troca deste favor, a empresa reabilitou a casa dela no Projecto Nova Vida.
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- A empreiteira CRSO reparou a delegação aduaneira do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro.
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Familiares do director geral, Sílvio Burity.
- Andreia Burity, irmã, colocada no Departamento de Contencioso (onde se pagam as multas).
- José Burity Neto, sobrinho, Gabinete de Orçamentos e Contas da Alfândega.
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- O advogado da Alfândega, Jerónimo Basto de Almeida, também arranjou forma de empregar lá, de forma ilícita, a sua esposa, Carla de Almeida, funcionária da delegação regional de Luanda. Departamento de contencioso.
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- Gisela Mawete, filha do actual governador de Cabinda, Mawete João Baptista, foi enquadrada com o estatuto dos funcionários mais antigos, apesar de ser nova na instituição.
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- Adriano Gregório, ex-quadro da Polícia, entrou também sem concurso público e foi contemplado com a criação de um gabinete, denominado Petróleo e Gás, por ser esposo da chefe do Departamento de Recursos Humanos, Teresa Gregório.
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- Catarina dos Santos, sobrinha do Presidente da República, colocada num departamento que também não existe no organigrama. O seu marido, António Bento do Amaral, também funciona na instituição como chefe de um dos departamentos.
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- Aida Morais, sobrinha do antigo ministro das Finanças, José Pedro de Morais, trabalha na área de cobrança das multas, enquanto Paula Morais, filha deste, trabalha na repartição de Intercâmbio e Cooperação.
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- O Departamento de Orçamentos e Contas é dirigido pelos advogados Garcia dos Santos e mais um outro sobrinho do Presidente da República. Estes moveram um processo estranho contra o antigo chefe desta área, Pedro Benga.
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- A directora nacional adjunta da Alfândega, Maria da Conceição dos Santos, tem as duas filhas a trabalharem nesta instituição, nomeadamente, Salomé e Marta dos Santos (Departamento de Contencioso e Contas) da Direcção Provincial de Luanda. E acomodou uma cunhada de nacionalidade cubana no Departamento de Tecnologias de Informação e Informática.” Fim de citação da exposição da defesa do jornalista William Tonet.

Jose Martins


MANIFESTAÇÃO CONTRA A POBRESA EM LUANDA-ANGOLA