Algumas Verdades Inconvenientes Sobre Mário Soares...
Tal como António Marinho e Pinto, também
eu não tenho quaisquer simpatias, sejam pessoais, sejam políticas, em
relação a Mário Soares. Mário Soares para mim representa o pior que há
na política portuguesa, pelas razões que passo a explicar.
Mário Soares define-se a si próprio como
socialista, republicano e laico. Ora eu sou precisamente o oposto. Sou
conservador/liberal, monárquico e católico. Logo aí estamos em campos
opostos.
Apesar de achar que o meu País se
encontra à deriva, mal governado e entregue a uma cáfila de
incompetentes que só se sabem governar a si próprios, em amo o meu País,
que também é a minha Pátria. Ao invés, Mário Soares, despreza e trai a
sua Pátria.
Mário Soares foi um opositor do Estado
Novo. Nada a dizer. Só que Mário Soares, enquanto "oposicionista",
esteve ligado a grupos subversivos que planearam e executaram atentados
terroristas em Portugal, financiando esses mesmos grupos. Mário Soares
também financiou os movimentos ditos de libertação das Províncias
Ultramarinas de Portugal, que empreendiam uma luta armada contra
Portugal.
Ao financiar e apoiar os movimentos ditos de libertação do
Ultramar Português, que estavam em guerra com Portugal, e que mataram
para além dos nossos soldados e marinheiros, muitos civis inocentes,
incluindo mulheres e crianças, Mário Soares, ao colocar-se ao lado dos
inimigos de Portugal e a apoiar esses mesmos inimigos, estava a trair o
seu País.
Aquando de uma visita de Marcello Caetano
a Londres, em 1973, Mário Soares, liderando um grupo de oposicionistas
portugueses que protestavam contra a visita do Presidente do Conselho ao
Reino Unido, pisou e cuspiu na Bandeira Nacional. Ora quem comete tão
infamante acto, não tem nível, nem perfil, nem prestígio, nem autoridade
para desempenhar cargos governativos e de representação do País. Mas
Mário Soares foi Ministro, Primeiro-Ministro e Eurodeputado. E mais. Foi
também Presidente da República. Por aqui se vê o nível da República.
É também por a República ter
representantes pessoas como Mário Soares que sou assumidamente, e cada
vez mais Monárquico, pois os nossos Reis e Rainhas não tiveram os
comportamentos indignos e infamantes para com o seu País como teve Mário
Soares.
Francisco Sá Carneiro também foi
oposicionista do Estado Novo, e não tomou para com o seu País as
atitudes indecorosas que foram tomadas por Mário Soares.
Mário Soares está também relacionado a um
dos mais funestos acontecimentos da História de Portugal, que foi a
descolonização do Ultramar, que ele teve a ousadia e o atrevimento de
chamar de exemplar.
Os movimentos ditos de libertação surgem
em pleno período da Guerra Fria, em que o Mundo era dominado pelos EUA e
pela URSS, sendo que as Provinciais Ultramarinas de Portugal
despertavam a cobiça e o interesse de americanos e de soviéticos. Foi
então que os EUA organizaram e financiaram a UNITA em Angola, a RENAMO
em Moçambique e a UDT em Timor Leste, e a URSS o MPLA em Angola, a
FRELIMO em Moçambique, o PAIGC na Guiné Bissau e a FRETILIM em Timor
Leste.
Mais do que lutarem contra Portugal, os
movimentos de libertação lutavam entre si, e contra si, como aconteceu
em Angola, em Moçambique e em Timor Leste. Pelo que proceder-se à
descolonização imediata das antigas Províncias Ultramarinas de Portugal,
conforme pretendia o MFA, seria um erro político gravíssimo, com
consequências nefastas.
Após a Revolução de 25 de Abril de 1974, o
poder político daí saído, no qual Mário Soares era Ministro dos Negócios
Estrangeiros, em vez de preparar os povos das Províncias Ultramarinas
para uma autodeterminação e autonomia progressivas, promovendo a paz e
criando as condições para que as populações locais se pronunciassem em
referendo sobre que tipo de autodeterminação é que pretendiam,
entregaram de mão beijada o poder aos movimentos de cariz pró-marxista e
pró-soviético.
Os resultados estão à vista. Milhares e
milhares de compatriotas nossos que há várias gerações se encontravam
radicadas no Ultramar a terem que regressar à pressa à Metrópole apenas
com a roupa que tinham no corpo, e perdendo tudo aquilo que amealharam
ao longo de toda uma vida de trabalho. Guerras civis em Angola,
Moçambique e Timor Leste, com milhares e milhares de mortos e feridos.
Instabilidade política na Guiné Bissau, com Golpes de Estado a um ritmo
alucinante.
Mário Soares não teve a humildade sequer
de pedir perdão ao Povo Português pelos atrocidades que lhes infligiu
com a descolonização que ele denominou de exemplar. Pela simples razão
que Mário Soares é tudo menos humilde. Se a descolonização foi de
exemplar, conforme Mário Soares denomina, então foi-o pela negativa.
Claro que António Marinho e Pinto não faz
referência a estes episódios, porque António Marinho e Pinto é um homem
de esquerda, e estes temas são caros à esquerda. Mas os mesmos têm que
ser falados, para que a caracterização de Mário Soares seja completa, e
não apenas pela metade.
Miguel C. Marques,
Advogado
3 de Fevereiro de 2010