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19 Dec 2012 09:39 PM PST
Sei, há muito tempo, que todo o noticiário nos EUA segue uma
agenda. Pois hoje descobri que a mesma agenda que comanda o noticiário nos EUA,
comanda também o noticiário no resto do mundo.
Por razões que minha razão
não alcança, a rede Russia Today Moscou solicitou-me uma entrevista ao vivo, via
Skype, sobre o tiroteio em Newtown, Connecticut, numa escola, em que morreram 20
crianças pequenas e vários adultos. Fiquei interessado em saber o que
interessaria a Moscou, naquele caso, e concordei em dar a
entrevista.
Para minha grande surpresa, o único interesse da rede russa
era repetir a história oficial dos EUA sobre os tiros e perguntar a minha
opinião sobre se “armas de assalto” deveriam ser proibidas depois do ‘evento’ em
Newtown.
Inúmeros objetos podem ser definidos
como armas de assalto. Um taco de beisebol, uma faca, um punho, um rifle .22 de
um tiro, uma arma de cano duplo, um atiçador de lareira, um revólver de seis
balas, um tijolo, uma espada, arco e flecha, lança. E a lista pode aumentar à
vontade.
Os que defendem o controle de armas definiram “arma de assalto”
como qualquer versão civil de armas semiautomáticas de uso militar, como a
AR-15, versão civil da M-16 militar, e a AK-47. Durante o governo Clinton, não
se permitia que a versão civil dessas armas apresentasse várias características
inofensivas, apenas porque aquelas características davam aos rifles aparência de
arma militar; e as armas não podiam ter carregadores para mais de dez
tiros.
Hoje, se compram carregadores de 20 e 30 tiros. Para um
profissional, o número de balas no carregador é irrelevante. Com experiência,
carregar armas é trabalho de um segundo. Aperta-se um botão, o carregador
salta, insere-se um novo. Por razões que ninguém entende, os que advogam a favor
do controle de armas pensam que carregador para dez tiros converteria a tal
“arma de assalto” em alguma outra coisa.
Disse à rede Russia Today de
Moscou que os EUA são o mais completo estado policial que jamais houve na
história da humanidade. Graças à tecnologia, Washington consegue espionar quem
queira espionar, muito mais e melhor que Joseph Stalin e Adolf Hitler. Até a
imaginação de George Orwell, no romance1984, já foi ultrapassada pelo que
Washington faz hoje. A “guerra ao terror” é o pretexto para que continue a
existir o Estado Policial Americano (EPA).
“Mas que sentido teria um
estado policial”, perguntei eu, “se a população estiver armada?”. Depois de já
terem sido rasgadas todas as emendas constitucionais, a última que resta, a
Segunda Emenda [“Sendo necessária à segurança de um Estado livre a existência de
uma milícia bem organizada, o direito do povo de possuir e usar armas não poderá
ser impedido.”] não sobreviverá por muito tempo.
Mas por que a rede
Russia Today Moscou tanto se preocupa com “armas de assalto”? O acusado, Adam
Lanza, foi sumariamente declarado culpado. Segundo a Associated Press, o médico
da polícia de Newtown, Connecticut, Dr H. Wayne Carver, disse que “todas as
vítimas foram mortas à queima-roupa, por vários tiros de rifle”.
Mas a
rede Fox News diz que “repórter da CNN informa que a polícia recuperou três
armas na cena do crime: uma Glock e uma Sig-Sauer, que são pistolas, além de um
rifle 223 Bushmaster. O rifle estava no banco traseiro do carro que o atirador
dirigiu até a escola. As pistolas estavam dentro da escola.”
A mesma Fox
News diz: “Medidas de segurança implementadas esse ano na escola Sandy Hook
incluíam manter as portas trancadas durante as horas de aula. E era preciso
tocar a campainha para entrar no prédio. Havia uma câmera que mostrava quem
entrasse no prédio”. Se essa notícia está correta, como Lanza entrou,
armado?
Tentei explicar à rede Russia Today Moscou que essas notícias
indicavam que o atirador acusado, já morto, e que não poderá ser interrogado,
se, digamos que seja, foi o responsável, ele matou as crianças com pistolas, não
com algum “rifle de assalto” deixado no carro, embora o médico tenha falado de
tiros de rifle.
Nada faz sentido. Ou as notícias estão erradas, ou o
médico está errado, ou as criança não foram assassinadas por Adam
Lanza.
Foi demais, para a entrevistadora da rede Russia Today Moscou. Ela
cortou-me a palavra, dizendo que fato era que as crianças estão mortas.
Interrompeu-me, isso sim, porque o foco da entrevista eram os “rifles de
assalto”. Minha suspeita confirmou-se em seguida, quando me pediram para
continuar conectado, para uma pergunta pós-entrevista.
A pergunta que
Russia Today Moscou tinha a fazer era se eu achava que armas de assalto seriam
banidas. Respondi que, na minha opinião, todas as armas devem ser banidas,
inclusive as do Pentágono. Já havia dito também, durante a entrevista, que penso
que todas as armas devem ser tiradas das mãos de cidadãos norte-americanos, mas
que não acredito na eficácia de nenhuma lei, para essa finalidade. Contei a ela
que, no início do século 20, os EUA, com sua infinita sabedoria, criaram leis
que proibiam completamente bebidas alcoólicas. E havia bebida por todos os
cantos. A “Lei Seca” foi o berço (e a fortuna) dos sindicatos do crime. Hoje, as
drogas são ilegais, já há décadas. E há drogas por toda parte, e os sindicatos
da droga ganham bilhões. Proibir armas terá idêntico destino. Há lei que proíbe
porte de armas na Inglaterra, e todos os criminosos andam armados. Hoje, até a
polícia britânica, que tradicionalmente era desarmada, já está pesadamente
armada. Quando vivi na Inglaterra, as armas não eram proibidas, e a política
tinha cassetetes, não armas de fogo.
Mas o foco nas “armas de assalto” é
intrigante também por outra razão. Segundo os noticiários, Lanza sofreria de
desordem de personalidade, ou de desordem mental, ou, talvez, fosse apenas
diferente. Seja como for, tomava remédios. Quero dizer: a culpa é da arma, ou do
remédio? Mas, como a agenda, hoje, é banir armas... a culpa é da arma.
No
tiroteio anterior, no cinema, no Colorado, cada testemunha viu uma coisa, todas
as coisas diferentes do relato oficial; segundo os noticiários, o suspeito
estaria envolvido numa espécie de experimento do governo sobre controle da
mente. Depois do tiroteio, ele foi encontrado sentado num carro, no
estacionamento do cinema.
O tiroteio na escola de Connecticut também tem
aspectos estranhos. Em depoimento à polícia, no local, um professor diz que viu
“duas sombras correndo por trás do ginásio”. O relatório da política também fala
de dois homens numa van que foram parados e detidos; e vários noticiários
disseram que a polícia prendeu um homem no bosque próximo. O homem diz: “Não fui
eu”. Mas como um homem, no bosque poderia saber que alguém fizera alguma coisa?
No bosque, não há televisores; mas o homem negou que tivesse matado crianças.
Muito estranho.
O que sempre acontece é vários relatos errados, que
começam no primeiro momento, como, no caso de Connecticut, a notícia de que a
mãe de Lanza era professora na escola, que foi morta na escola, Lanza também
matou o pai, que o irmão de Lanza poderia estar envolvido. As discrepâncias da
história oficial misturam-se com as falsas notícias, e vice-versa, e é
impossível saber o que realmente aconteceu. As pessoas aceitam a versão oficial,
porque não há outra.
Tudo isso considerado, mesmo assim, é quase
inacreditável que o Russia Today Moscou siga, sem qualquer crítica, o que diz a
imprensa nos EUA, e ponha-se a repetir a história oficial, mesmo tendo a dura
experiência de ver como a mídia ns EUA distorceu, deliberadamente, todas as
notícias da guerra Georgia-Rússia, guerra que foi iniciada pela ex-república
soviética da Georgia, mas a imprensa norte-americana noticiou que a culpa foi da
Rússia.
Será que Russia Today Moscou realmente acredita no que lê na
imprensa dos EUA? Que os mísseis das bases dos EUA que cercam a Rússia fazem
mira contra o Irã?
Os americanos vivem bem armados há vários séculos. Mas
a “violência das armas” é novidade. Por quê?
Haverá hoje mais gente
mentalmente perturbada? Mais gente que toma remédios? Os norte-americanos
teríamos perdido completamente o autocontrole? Nossa consciência moral? Os
norte-americanos estaremos sendo adestrados por filmes violentos, videogames
violentos e onze anos de massacre ininterrupto – o governo dos EUA massacrando
povos pelo mundo? Os norte-americanos perderam completamente a capacidade de
solidariedade, de amor ao próximo?
Tom McNamara, conferencista da
Academia Militar Nacional da França, lembra: “Mas a miséria e o tormento que
desabaram sobre Newtown têm de ser multiplicados por mil, para que se saiba o
que acontece no mundo árabe. As políticas e as ações dos EUA resultam ali na
morte de milhares, se não de centenas de milhares de inocentes. A morte de cada
uma daquelas crianças é crime de guerra e é crime contra a humanidade, dos mais
evidentes. São crimes que nos chocam e nos ofendem. Que nos obrigam a exigir
imediata mudança na política exterior dos EUA. Mas, para que isso aconteça,
temos, antes, de aprender que os árabes também choram seus filhos mortos. Isso,
os EUA ainda não sabemos.”
O tiroteio na escola em Connecticut é tragédia
em vários sentidos. Crianças mortas, famílias que perdem os filhos, e essas
tragédias estão sendo usadas para desarmar os norte-americanos. É como nos
entregar, rendidos e desarmados, à fúria de um estado policial que só cresce em
força e no alcance da ameaça.
Veja o vídeo no RT news abaixo (em
inglês):
Tradução:
Vila Vudu Via: http://www.anovaordemmundial.com/
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