quinta-feira, 17 de março de 2011
A PRESSA DOS CHIPS
Estão a ver a pressa de aprovar os ditos chips...
É só coincidência?
Corruptos em Portugal
"A maior razão para não conhecer as respostas, é não ter feito as perguntas".
O RODOPIO DOS BOYS
Depois de ter dois ex-assessores (este e este) a trabalhar para a sua área, nomeou dois ex-sócios para trabalharem na área que tutela.
"picado" do 31 da armada
COMENTÁRIO: O secretário de Estado adjunto das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Paulo Campos!!! É este o nome a reter!!! Sim, o mesmo dos chips das Scuts...
ESTA MERDA NÃO VAI ACABAR???
Não há portugueses desesperados e com tomates que acabem com isto com um pum...?
SCUTS: Polémica no Ministério das Obras Públicas
Assessor dirige firma de chips
Um assessor do secretário de Estado Paulo Campos deixou o Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações para assumir o cargo de administrador executivo em Portugal da Q-Free, empresa fornecedora dos chips de matrícula que o Governo queria usar nas Scut. O gabinete de Paulo Campos diz que as "opções profissionais" do ex-assessor são "da sua inteira responsabilidade".
Por:Sandra Rodrigues dos Santos
De acordo com o o semanário ‘Expresso’, Pedro Bento foi assessor do governante até que, em Outubro do ano passado, passou para a administração da empresa pública que gere o sistema de pagamentos nas auto-estradas. O gestor e antigo capitão da Força Aérea pediu uma licença sabática em Janeiro último, e, em Março, assumiu a direcção da representação portuguesa da marca norueguesa que forneceu os equipamentos electrónicos instalados nos pórticos das três Scut que vão ser portajadas e os controversos chips.
Em comunicado emitido ontem, o Ministério das Obras Públicas sublinha que as relações e de trabalho de Pedro Bento com o gabinete governamental cessaram, "a seu pedido" em Dezembro de 2009. O documento adianta que "as opções profissionais tomadas pelo dr. Pedro Bento são da sua inteira responsabilidade e no âmbito das suas escolhas pessoais e éticas".
O gabinete de Paulo Campos considera, ainda, "abusivo" que se associe o secretário de Estado à contratação do ex-assessor pela Q-Free e frisa que o contrato de venda de equipamento foi concluído antes de Pedro Bento se juntar à empresa norueguesa.
Esta não é, porém, a primeira vez que um ex-assessor de Paulo Campos se vê envolvido
APONTAMENTOS
PERFIL
Pedro Bento é licenciado em gestão pela Academia da Força Aérea e foi capitão da Força Aérea até 2006, ano em que ingressou na PricewaterhouseCoopers, segundo escreve o próprio nos seus perfis nas redes Linkedin e Facebook.
EMPRESA
A Q-Free é uma empresa norueguesa de equipamento electrónico de pagamento em estrada que, segundo o site da mesma, fez o seu primeiro grande negócio nos mercados internacionais em Portugal, com a Brisa.
PSD AGUARDA AS RESPOSTAS DO GOVERNO
O vice-presidente do PSD Marco António Costa afirmou ter "sérias dúvidas" de que seja possível introduzir portagens no dia 1 de Julho nas três Scut do Norte e que a "responsabilidade é do Governo".
"Aquilo que dependia de nós [PSD] ficou manifestado com clareza no Parlamento. Agora está o País a aguardar que o Governo seja capaz de concretizar e objectivar as afirmações vagas que tem feito relativamente às intenções que tem sobre o modelo que pretende adoptar no alargamento e cobrança das portagens", salientou vice--presidente do PSD. Marco António Costa adiantou que "as pessoas do Norte sentem uma enorme incompreensão pela postura que o Governo tem assumido".
Trabalhos foram encomendados por ajuste directo
Scut: CDS exige explicações sobre adjudicação de estudos a empresa fundada por assessor do Governo
28.10.2006 - 18:35 Por Lusa, PUBLICO.PT
O CDS-PP exigiu que o primeiro-ministro explique no Parlamento a adjudicação de estudos sobre a introdução de portagens nas Scut a uma empresa fundada por um adjunto de um secretário de Estado.
Os estudos determinaram introdução de portagens em três auto-estradas (Hugo Delgado/PÚBLICO (arquivo))
A notícia é avançada pela edição de hoje do semanário “Sol”, segundo o qual o Governo encomendou, por ajuste directo, dois estudos sobre as auto-estradas sem portagem à F9 Consulting, um empresa fundada em 2001 por Vasco Gueifão, actual adjunto do secretário de Estado das Obras Públicas, Paulo Campos.
Ainda de acordo com o semanário, os dois estudos, no valor de 275 mil euros, foram pagos pela Estradas de Portugal (EP), entidade tutelada por Paulo Campos.
"É injustificado, chocante e imoral que o Governo adjudique por ajuste directo estes estudos, que nem sequer eram necessários porque os factos são conhecidos, ainda para mais a uma empresa que teve como sócio um actual adjunto do secretário de Estado", afirmou Nuno Melo, líder parlamentar do CDS.
"À mulher de César não basta ser séria, é preciso parecê-lo. E este caso não me parece sério", acrescentou o dirigente popular, sustentando que o assunto deve constar da agenda do próximo debate mensal com o primeiro-ministro no Parlamento, a realizar ainda antes da discussão do Orçamento do Estado para 2007.
Nuno Melo revelou que o CDS-PP vai requerer também a presença do ministro das Obras Públicas, Mário Lino, e do secretário de Estado em comissão "para prestar as necessárias explicações", exigindo, designadamente, "uma discriminação do trabalho" dos dois estudos "que justificou um custo tão elevado".
Secretário de Estado denuncia em ataque político
O secretário de Estado das Obras Públicas já comentou hoje a notícia do semanário”Sol”, considerando-a uma "mistificação" e um "ataque político" para "descredibilizar o estudo" que determinou a introdução de portagens em três das sete auto-estradas até agora sem custos para o utilizador.
Trata-de se um estudo “rigoroso e que foi validado por uma consultora internacional reputada", argumentou.
Paulo Campos sublinhou que o valor pago pelos estudos não obriga à contratualização por concurso público e garantiu que o ajuste directo foi conduzido pela Estradas de Portugal (EP) e não pela secretaria de Estado, num processo que classificou de "completamente transparente".
Quanto ao seu adjunto, o secretário de Estado garantiu que Vasco Gueifão foi contratado "por ter um passado profissional de competência" e salientou que "assim que entrou, vendeu as acções na consultora" F9 Consulting
O LABIRINTO DE SOCRATES
O labirinto de Sócrates, o mitómano
por Daniel Oliveira
Que José Sócrates tem uma relação difícil com a verdade é coisa que todos sabemos. Mas a entrevista de terça-feira ultrapassou tudo o que poderíamos esperar.
Na versão de Sócrates, o que foi apresentado e elogiado pela Europa não são mais do que propostas. É falso. São propostas fechadas. Que não foi negociado com a Europa. É falso. É a moeda de troca para garantir que o FMI não virá e que será encontrada outra forma de auxílio externo. Que está apenas a tentar precaver uma situação difícil. É falso. A situação difícil já aí está. Que está aberto a propostas da oposição. É falso. Qualquer proposta de oposição que seja mais do que um mero adereço impedira esse acordo com a Europa e, muito em especial, com a senhora Merkel.
Na terça-feira, José Sócrates fez o que faz sempre, mas de forma ainda mais despudorada: simulou uma realidade que todos sabemos só existir nas suas palavras e construiu toda a sua argumentação com base nas suas próprias mentiras. É o que fazem os mitómanos. Só não sabemos se, como eles, Sócrates acredita nas suas próprias mentiras.
As mentiras de Sócrates não fazem aumentar o défice ou as taxas de juro. Não é por temos como primeiro-ministro um homem em que a coincidência dos factos com as suas palavras só acontece por mero acaso que estamos na situação económica em que estamos. Infelizmente, a realidade é bem mais complexa do que isso. E o PEC que Sócrates apresenta, ditado pela cegueira europeia, não resolverá coisa nenhuma.
Os danos causados pelas mentiras de Sócrates são outros, e também eles graves. Primeiro: todo o processo político é, com ele, um interminável quebra-cabeças. No labirinto de mentiras que ele próprio constrói tudo vai a dar a becos sem saída. E nesses becos, esbarramos sempre com a mesma chantagem: a da crise política. O segundo: de cada vez que o primeiro-ministro fala degrada a imagem das instituições democráticas. O contrato entre um eleito e os seus eleitores depende da credibilidade do eleito. Se nunca sabemos se o homem que nos governa nos está a dizer a verdade - se temos mesmo de partir sempre do princípio que nos está a mentir -, ele perde toda a autoridade moral para nos governar. E, sendo eleito, retira com as suas mentiras autoridade à democracia. E isso é relevante.
Publicado no Expresso Online
PEÇA DE TEATRO
Arnaut junta-se a Passos Coelho para dizer que "a peça de teatro chegou ao fim"
O ex-ministro social-democrata José Luís Arnaut acusou hoje José Sócrates de estar "à procura de uma forma de saída tentando fugir às suas responsabilidades, vitimizando-se" e responsabilizando o PSD, considerando que não há peça de teatro que "lhes valha". Em declarações à Agência Lusa, o social-democrata José Luis Arnaut disse ser "claro que o primeiro-ministro está numa grande encenação", considerando que esta existe por José Sócrates "ter consciência absoluta que a situação em que está o país e a que ele levou o país é mais grave do que é o conhecimento público em geral". "Por isso, não há peça de teatro, encenação e vitimização que lhes valha", garantiu. Para Arnaut, "só é pena que nesta peça de teatro e de encenação o primeiro-ministro esteja a esquecer os interesses do país e dos portugueses, como se não bastasse tudo o que já fez e o buraco para onde" atirou Portugal.
E...NADA ACONTECE?
COM PROVAS E DOCUMENTOS E NADA ACONTECE?
Sexta-feira, 13 de Março de 2009
São 67 páginas de documentos bancários de Celestino Monteiro, irmão de Júlio Monteiro, ambos tios de José Sócrates, que Mário Machado, líder dos Hammerskins portugueses, colocou na Internet. Os papéis publicados vão desde os certificados de constituição de uma offshore até aos movimentos bancários efectuados durante alguns meses do ano de 2001. Entre compra e venda de acções, o valor global das transacções do tio materno do primeiro-ministro ultrapassou os cem milhões de euros.
Os documentos mostram a constituição de uma empresa offshore, a Medes, no estado do Wyoming, nos EUA, e de algumas subsidiárias, como uma
Rejeitou, isso sim, qualquer responsabilidade numa eventual violação do sigilo bancário: "Acabámos de tomar conhecimento desta situação. Os documentos, com data de 2001, não indiciam qualquer quebra de sigilo bancário" por parte da instituição bancária, afirmou Paulo Frutuoso, do departamento de comunicação. Isto porque, segundo a mesma fonte, se trata de "correspondência enviada ao cliente". E adiantou: "A BNC Cayman foi desactivada pelo Banco Popular no início de 2006."
Por sua vez, Maria Teixeira, advogada que representou Júlio Monteiro no processo Freeport, mostrou-se surpreendida com a revelação e com o teor dos documentos. Impossibilitada de contactar Celestino Monteiro (o DN também procurou contactar o empresário, mas sem sucesso), a advogada garantiu, ainda assim, que "o caso vai ser seguido", remetendo para hoje uma reacção formal.
Já Mário Machado, líder dos Hammerskins portugueses, descreveu desta forma como teve acesso à documentação: "Estava em casa, tocaram duas vezes à campainha. Quando abri a porta, vi um cobertor. Desenrolei-o e lá dentro estava a documentação. Se for chamado, será isto que direi na Polícia Judiciária."Mário Machado disse ainda estar preparado para assumir todas as consequências que a publicação dos documento possa envolver.(Diário Notícias)
em Sexta-feira, Março 13, 2009
Etiquetas: josé Socrates, Mário Machado, Offshores
Sábado, 31 de Janeiro de 2009
Mãe de Sócrates compra a pronto casa de luxo a offshore
Maria Adelaide de Carvalho Monteiro, a mãe do primeiro-ministro José Sócrates, comprou o apartamento na Rua Braamcamp, em Lisboa, a uma sociedade off-shore com sede nas Ilhas Virgens Britânicas, apurou o Correio da Manhã. Em Novembro de 1998, nove meses depois de José Sócrates se ter mudado para o terceiro andar do prédio Heron Castilho, a mãe do primeiro-ministro adquiria o quarto piso, letra E, com um valor tributável de 44 923 000 escudos – cerca de 224 mil euros –, sem recurso a qualquer empréstimo bancário e auferindo um rendimento anual declarado nas Finanças que foi inferior a 250 euros (50 contos). (CM)
Etiquetas: josé Socrates
Sexta-feira, 30 de Janeiro de 2009
E-mails revelam conluio e ‘luvas’ no caso Freeport
E-mails recebidos pela Freeport ilustram amplamente a corrupção. O Estudo de Impacto Ambiental é o que requer maiores ‘luvas’, designadas por ‘bribery’. Um dos homens-chave português é designado por ‘Pinocchio’. A empresa conhecia por antecipação as decisões políticas.
Os E-MAILS recebidos em 2001 e 2002 pelos responsáveis da Freeport no Reino Unido, provenientes de Portugal – designadamente de Charles Smith, sócio da empresa contratada para obter as aprovações necessárias à construção do outlet de Alcochete –, implicam José Sócrates e responsáveis de organismos do Ministério do Ambiente e da Câmara de Alcochete numa negociação quanto aos passos a dar para conseguir que o empreendimento tivesse luz verde.
Estes e-mails revelam ainda uma grande promiscuidade entre os representantes da Freeport e esses dirigentes, bem como um conhecimento antecipado das decisões oficiais e das datas em que seriam tomadas.
Na correspondência trocada, as «bribery» – pagamentos por baixo da mesa ou ‘luvas’, acordados entre os dois lados – são palavras recorrentes.
Alguns excertos dos e-mails trocados:
- «tudo deve estar concluído antes do novo Governo tomar posse»
- «tenho estado sob ordens muito rígidas do ministro para não dizer nada»
- «enviar a taxa em duas partes, uma para o Estudo de Impacto Ambiental e outra para os protocolos. Tenho as pessoas sob controlo graças a essa transferência»
- «para o Estudo de Impacto Ambiental é necessário pagar mais 50K. Não digo para pagar já, faça só a transferência»
Fonte: Sol
Bloqueados 100 milhões de dólares do Presidente Angolano
"Há dez anos que os tribunais suíços iniciaram um longo processo para bloquear os fundos depositados nos seus bancos por ditadores e políticos corruptos de todo o mundo, cujas fortunas, por vezes colossais, foram obtidas através da espoliação de bens públicos pertencentes aos povos que governam, usando para tal os mais diversos expedientes de branqueamento de capitais.
O processo começou em 1986 com a devolução às Filipinas de 683 milhões de dólares roubados por Ferdinando Marcos, bem como a retenção dos restantes 356 milhões que constavam das suas contas bancárias naquele país. Prosseguiu depois com o bloqueamento das contas de Mobutu e Benazir Bhutto. Mais tarde, em 1995, viria a devolução de 1236 milhões de euros aos herdeiros das vítimas judias do nazismo.
Com a melhoria dos instrumentos legais de luta contra o branqueamento de capitais, conseguida em 2003 (também em nome da luta contra o terrorismo), os processos têm vindo a acelerar-se, com resultados evidentes: 700 milhões de dólares roubados pelo ex-ditador Sani Abacha são entregues à Nigéria em 2005; dos 107 milhões de dólares depositados em contas suíças pelo chefe da polícia secreta de Fujimori, Vladimiro Montesinos, 77 milhões já regressaram ao Peru e 30 milhões estão bloqueados; os 7,7 milhões de dólares que Mobutu depositara em bancos suíços estão a caminho do Zaire; mais recentemente, foram bloqueadas as contas do presidente angolano José Eduardo dos Santos, no montante de 100 milhões de dólares.
É caso para dizer que os cleptocratas deste mundo vão começar a ter que pensar duas vezes antes de espoliarem os respectivos povos. É certo que há mais paraísos fiscais no planeta, mas também é provável que o exemplo suíço contagie pelo menos a totalidade dos off-shores sediados em território da União Europeia, diminuindo assim drasticamente o espaço de manobra destas pandilhas de malfeitores governamentais.
No caso que suscitou este texto, o bloqueamento de 100 milhões de dólares depositados em contas de José Eduardo dos Santos, presidente de Angola há 27 anos, pergunta-se: que fez ele para se tornar o 10º homem mais rico do planeta (segundo a revista Forbes)? Trabalhou em quê para reunir uma fortuna calculada em 19,6 mil milhões de dólares?
Usou-se o poder para espoliar as riquezas do povo que governa, deixando-o a viver com menos de dois dólares diários, que devem fazer os países democráticos perante tamanho crime de lesa humanidade?
Olhar para o outro lado, em nome do apetite energético?
Que autoridade terá, se o fizerem, para condenar as demais ditaduras e estados falhados?
Olhar para o outro lado, neste caso, não significa colaborar objectivamente com a sobre-exploração indigna do povo angolano e a manutenção de um status quo anti-democrático e corrupto que apenas serve para submeter a esmagadora maioria dos angolanos a uma espécie de domínio tribal não declarado?
Na Wikipedia lê-se:
"Os habitantes de Angola são, em sua maioria, negros (90%), que vivem ao lado de 10% de brancos e mestiços. A maior parte da população negra é de origem banta, destacando-se os quimbundos, os bakongos e os chokwe-lundas, porém o grupo mais importante é o dos ovimbundos. No Sudoeste existem diversas tribos de box imanes e hotentotes. A densidade demográfica é baixa (8 habitantes por Km quadrado) e o índice de urbanização não vai além de 12%.
Os principais centros urbanos, além da capital, são Huambo (antiga Nova Lisboa), Lobito, Benguela, e Lubango (antiga Sá da Bandeira). Angola possui a maior taxa de fecundidade (número de filhos por mulher) e de mortalidade infantil do mundo.
Apesar da riqueza do país, a sua população vive em condições de extrema pobreza, com menos de 2 dólares americanos por dia." O recente entusiasmo que acometeu as autoridades governamentais e os poderes fácticos portugueses relativamente ao "milagre angolano" (crescimento na ordem dos 21% ao ano) merece assim maior reflexão e, sobretudo, alguma ética de pensamento.
Os fundos comunitários europeus aproximam-se do fim.
Os portugueses, entretanto, não foram capazes de preparar o país para o futuro difícil que se aproxima. São muito pouco competitivos no contexto europeu. As suas elites políticas, empresariais e científicas são demasiadamente fracas e dependentes do estado clientelar que as alimenta e cuja irracionalidade por sua vez perpetuam irresponsavelmente, para delas se poder esperar qualquer reviravolta estratégica.
Quem sabe fazer alguma coisa e não pertence ao bloco endogâmico do poder vai saindo do país para o resto de uma Europa que se alarga, suprindo necessidades crescentes de profissionais nos países mais desenvolvidos (que por sua vez começam a limitar drasticamente as imigrações ideologicamente problemáticas): Espanha, Alemanha, Luxemburgo, Suíça, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Noruega...
No país chamado Portugal vão assim ficando os velhos, os incompetentes e preguiçosos, os indecisos, os mais fracos, os ricos, os funcionários e uma massa amorfa de infelizes agarrados ao futebol e às telenovelas, que mal imaginam a má sorte que os espera à medida que o petróleo for subindo dos 60 para 100 dólares por barril, e destes para os 150, 200 e por aí a fora...
A recente subida em flecha do petróleo e do gás natural (mas também do ouro, dos diamantes e do ferro) trouxe muitíssimo dinheiro à antiga colónia portuguesa.
Seria interessante saber que efeitos esta subida teve na conta bancária do Sr. José Eduardo dos Santos.
E que efeitos teve, por outro lado, nas estratégias de desenvolvimento do país. O aumento da actividade de construção já se sente no deprimido sector de obras e engenharia português. As empresas, os engenheiros e os arquitectos voam como aves sedentas de Lisboa para Luanda. É natural que o Governo português, desesperado com a dívida... e com a sombra cada vez mais pesada dos espanhóis pairando sobre os seus sectores económicos estratégicos, se agarre a qualquer aparente tábua de salvação.
E os princípios?
E a legalidade?
Se a saída do ditador angolano estiver para breve, ainda se poderá dizer que a estratégia portuguesa é, no fundo, uma estratégia para além de José Eduardo dos Santos. Mas se não for assim, e pelo contrário viermos a descobrir uma teia de relações perigosas ligando a fortuna ilegítima de José Eduardo dos Santos a interesses e instituições sediados em Lisboa (1), onde fica a coerência de Portugal?
Micheline Calmy-Rey, Ministra suíça dos Negócios Estrangeiros, veio lembrar a todos os europeus que tanto é ladrão o que rouba como o que fica à espreita ou cobra comissões das operações criminosas."