da marca Salazar
- Publicado por Isabel Metello em 28 março 2012 às 17:18 em Geral
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A iniciativa do Presidente da Junta de Santa Comba Dão de criar a marca Salazar tem dado azo a várias formas de censura (sim, são-no, de facto), com base na estratégia stalinista deste monstro histórico paradigmático para tanta gente (cuja imagem ainda deve estar presente nalgumas sedes do PCP, o partido comunista mais stalinista Europeu....:) - apagar das fotos quem não lhe interessava ou mandava liquidar, actualizando a máxima "100 mortes são uma tragédia, 100.000 são uma mera estatística", enquadrada numa Solução Final muito similar à de Hitler (outro monstro, bem rodeado, igualmente, por outros psicopatas como o Anjo da Morte...), mas com variantes nos m.o., o que vai dar no mesmo, segundo o que Hannah Arendt definiu como "a banalidade do mal", que não tem cor, mas tem um cheiro nauseabundo.
Ora, não sendo eu uma salazarista (nem por sombras, detesto tudo o que seja censura, seja esta azul, vermelha ou cor-de-rosa (esta última a que estivemos sujeitos no regime autocrático de Sócrates, cujas provas, mesmo que não dêem em nada (o que só comprovará, mais uma vez, não vivermos numa democracia, mas numa oligarquia reticular...:), as usual, se revelam, na sua pujança, como irrefutáveis. Mas dizia eu, sendo eu uma defensora acérrima da LIBERDADE, não como libertinagem (conceitos tantas vezes confundidos num país que perdeu tantos comboios de emancipação individual, com base em competências críticas activas e pró-activas, que assentam no Respeito pelo Outro e na noção de que "a liberdade de cada um acaba onde a do outro começa"), mas como BASE de qualquer sociedade evoluída, sou completamente anti qualquer regime opressivo, autoritário e ditatorial seja de que ideologia ou cor for (lá está a transversalidade da noção universal de Ética, com base em Princípios e não em interesses convenientes) .
E, por mero acaso, não considero, em termos definidos pela Ciência Política, o regime salazarista como ditatorial, mas como autoritário, pois se estabelecermos comparações entre este e o de Franco, que mandava fuzilar gente, empilhando-a como sacos de batatas, assim como Hitler, Staline, Pinochet, Fidel Castro, Kim Yung Sung, todos os regimes que estabelecidos nos satélites da ex-URSS (incluindo a ex-RDA) fizeram e fazem, a diferença é abismal. Será como comparar uma formiga a um elefante. Claro que havia censura (que até era bastante burrinha, diga-se de passagem, comparativamente à socrática e à da STASI e do KGB- ui!!!), arbitrariedades autoritárias e desumanas e os PIDES que punham "a mão na massa" eram uns brutos infames. Sei-o- sou Filha de quem enfrentou a PIDE rinoceronticamente, contrariamente a muitos filhinhos do papá e da mamã, sempre sistémicos seja qual for o regime, que se gabam em conferências, para que os lavados ao cérebro por micro-narrativas ridículas, de tão mignones, os sacralizem, de se terem escondido dessa polícia política numa pensão da Duque de Loulé, como se de grandes heróis se tratassem! Estivessem na mira do KGB ou da STASI e nem que se escondessem nos esgotos das catacumbas do Convento de Mafra se safariam, mas enfim, a "procissão laica", como diria António José Saraiva, tem de ter um grupo de laicos auto-sacralizados! Chega a ser ridículo e só revela a autocentração de quem nunca, jamais em tempo algum teria a Coragem de Descentração Sublime de Veros Heróis como o Senhor Cônsul Aristides de Sousa Mendes e da Infanta D. Adelaide de Bragança!
Mas voltando à carga da marca Salazar, ora qual o problema de a registar e de se proceder a uma "inscrição" histórica, enquanto força de atrito ao Síndroma da Memória Curta Colectiva, como defende o Professor José Gil, no seu Portugal Hoje: O Medo de Existir (2005) e até o Professor Eduardo Lourenço no seu Labirinto da Saudade?, ao mesmo tempo que se eleve um Museu ao Estado Novo, regime que fez parte da nossa História? Não há também um Museu da República? E então? Não foi na I República que se puseram em prática autênticos assassínios em massa, para além desta se ter instalado por dois assassinatos (até, pelos vistos, alvo de regozijo...), pelas costas, de Sua Majestade o Rei D. Carlos e do seu legítimo herdeiro, o Príncipe D. Luís Filipe? Ah e não há um Museu da República e não se gastaram milhões no seu centenário, em vez de se os canalizar para o real desenvolvimento do país, na antevéspera (???!!!!:) da actual hecatombe, como por exemplo na reconstrução de lindos monumentos lisboetas devolutos que não só catalisariam uma actividade crucial, a nossa bomba de oxigénio- o turismo-, como dariam conforto aos mais frágeis- por exemplo, os idosos- que vivem, tantas vezes, em condições desumanas, assim como em infraestruturas de energia renovável (eólica, solare das ondas ) e na revitalização sustentável da agricultura, assim como na ajuda aos mais necessitados?
Ai!, deve ter sido algum vírus maçónico- republicano, pois tinha acrescentado mais conteúdos, mas fiquei out, mas como sou resiliente, lá vai :) dizia eu :) e o Marquês de Pombal, um déspota que torturou arbitrariamente a Família dos Távoras, partindo-os aos bocadinhos, também não tem uma estátua mesmo no centro de Lisboa e várias referências à sua persona e até seguidores, aqui, em Oeiras que também fazem parte de uma Confraria do Vinho de Carcavelos???!!! Então???!!! O vinho Salazar (by the way, recomendo ao sempre tão intelectual Daniel Oliveira a marca Che Guevara para t.shirts que já as há e tb a marca Fidel Castro para charutos cubanos- os tais que tanto Isaltino Morais como a esquerda caviar gourmet tanto adoram!!!:) ...serão mais dois produtos brandizados que estimularão o palato dos públicos-alvo...
Até porque, na área arquitectónica, o Estado Novo não necessita de mais monumentos para se comprovar a sua eficácia, então vejamos alguns: a própria sede do Museu da República, o INE, o IST, tantas Escolas e Liceus por esse Portugal fora, hospitais, as várias estâncias de férias do INATEL, teatros, mercados et alii, tantos deles, hoje, devolutos, embora sempre rijos, como toda a gente da Beira Alta! ...
Logo, deixem-se de mesquinhices e de quererem analisar sem isenção alguma, até pelo estado a que este não Estado chegou, a História de Portugal, e aproveitem e registem a marca Buíça (pode ser para blusões heavy metal ou quiçá para revólveres especialmente dedicados a psicopatas...:), o brand República (quiçá de alguma produção de bananas na Madeira- não, melhor que na Madeira (que digam o que disserem produz muito mais do que cá, até no turismo...:) será na R. Castilho, ali à frente de um condomínio de luxo ou mesmo à frente do Colégio Moderno...:), La Lyz (para algum cemitério de VIPs...:) et caetera e participem é no desenvolvimento do país, com base numa reformulação de mentalidades que obstaculizem sempre o mesmo sistema que se mantém seja em que regime estivermos, pois as mentalidades estão cristalizadas...
Ah, esqueci-me :) os meus parabéns, Senhor Presidente da Junta de Santa Comba Dão, pela Coragem, face a forças de atrito que de democratas só têm o rótulo e que são, como bem disse, os autênticos e legítimos herdeiros das dinâmicas pidescas! Por falar nisso, se houver contenda, pode contar comigo, mas só posso ficar pelo norte 5 dias, pois estou dada como arguida por um jornalista abrilista gourmet que me andou a difamar, de forma infame e cobarde, e que lhe deu para inverter situações! Só aqui se vê a diferença de têmperas e a definição de quem é quem! Aqui é que está o cerne da questão já perscrutado por Camões :) o d´"o mundo às avessas", ao que eu acrescentaria o paradigma de passar por herói o traidor e como herói o traidor ser tratado