sábado, 28 de julho de 2012
Pavilhão Atlântico - A vida anda a fazer-nos muito mal...
Convocatória “surpresa” da Assembleia de Credores do BPN pouco clara e transparente
Posted: 27 Jul 2012 02:40 AM PDT
É apelidada da fraude do século com 100.000 milhões de Euros envolvidos. E quem não tem acesso à Internet pode perder tudo.
Passos Coelho reuniu-se duas vezes com o Banco BIC – o banco que vai ficar com o BPN – para discutir a compra, e segundo a agência financeira prefere preocupar-se com a “reputação do sistema financeiro”.
No entanto ontem saiu no Portal da Justiça uma Convocatória da Assembleia de Credores Obrigacionistas do BPN, que tem na sua ordem de trabalho o ponto único de “Deliberar, nos termos e para os efeitos do disposto nos números 2 e 3 do Artigo 101.°-C do CSC, sobre o Projecto de Fusão relativo à fusão por incorporação do BANCO BIC PORTUGUÊS, S.A (…)”.
Esta convocatória, segundo António Henriques, presidente da Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Clientes do BPN, ”tem alguns truques, pois o banco devia de enviar a convocatória a todos os obrigacionistas, dado que muitos não tem acesso a Internet, nos balcões a informação não foi dada mesmo com a insistência dos clientes lesados e noutros balcões foi apresentada uma carta de representação para eles assinarem para o gerente os representar na AG (assembleia geral), o que é a mesma coisa que colocar O LOBO A GUARDAR AS OVELHAS”.
Será que é preciso acesso à Internet? E este espaço curto de tempo é para apanhar algumas pessoas desprevenidas? Não se sabe.
A mesma fonte, afirma ainda em relação à confiança nesta fusão, que “quanto há perda dos valores em causa das centenas de depositantes no valor de 100.000 milhões de euros, dada a falta de transparência , desde o principio e as varias nuances, trocas e baldrocas que é o BPN (…) tudo é possível acontecer, contudo espero que esta administração do BIC tenha a sensibilidade para resolver para bem de todos com rapidez um assunto que esta a deixar muita gente desesperada, e na miséria”.
A Associação Nacional de Defesa dos Direitos dos Clientes do BPN foi criada em 2009 e até hoje tem tentado criar mais transparência ao processo da “compra” do BPN.
Esta é apenas uma convocatória que envolve características pouco claros para lavar os olhos dos Portugueses que assistem a esta farsa nacional como não há história.
Sobre a venda do Atlântico
A questão do Atlântico é simples. Em primeiro lugar o Estado dá mais um passo para se afastar da Cultura. Em segundo, entrega um activo rentável à economia privada, permitindo que esta o explore na linha do que o mercado exige. Em terceiro lugar este activo é entregue a alguém que já deu provas suficientes no que toca ao negócio da música e que, ao mesmo tempo fez a melhor oferta pelo Pavilhão, garantindo a manutenção -e o provável aumento – da sua rentabilidade. E por fim, a única questão pendente com o facto de o comprador ser genro de Cavaco Silva até é um positiva: pode ser que Cavaco Silva passe a ter uma ajudinha para a velhice, dada a anunciada “pequenez” das suas reformas.
“Em segundo, entrega um ativo rentável à economia privada”
… por metade do preço, diga-se.