RTP. São 31 os pivots, os entertainers e os administradores a ganhar mais de 6500 euros
Por Filipe Paiva Cardoso, publicado em 3 Abr 2012 - 03:10 | Actualizado há 4 horas 41 minutos
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Representam 1,3% dos trabalhadores e custam 4,5% do total de gastos com pessoal da RTP
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Um grupo de 31 trabalhadores da RTP com funções de entretenimento, informação, gestão ou administração, recebe, cada um, um ordenado mensal superior não só ao do primeiro-ministro mas também ao vencimento a que o Presidente da República (PR) tem direito.
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Deste conjunto, oito colaboradores ganham mais do dobro do salário de Cavaco Silva – que ronda os 6500 euros –, sete dos quais não têm funções de gestão/administração.
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Entraram este mês em vigor as novas regras para a remuneração dos gestores públicos, que limitam o vencimento destes profissionais ao do primeiro-ministro.
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O diploma visa pôr fim aos “exageros e distorções” que o governo identificou quando analisou as remunerações de presidentes e administradores das empresas públicas, segundo explicou Hélder Rosalino, secretário de Estado da Administração Pública.
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Contudo, várias empresas tiveram direito a excepções, entre elas a RTP, e, além disso, à imagem do que ocorre na televisão pública, há várias empresas onde os administradores e os presidentes não são os trabalhadores com os maiores ordenados.
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salários “A necessidade, já reconhecida pelo governo, de reestruturação da RTP, criando-se assim condições para a redução significativa do esforço financeiro dos contribuintes”, foi a razão evocada por um grupo de deputados do CDS para questionar o executivo sobre a existência de “trabalhadores, colaboradores ou avençados da RTP” a ganhar mais que o valor que “tem sido entendido [...] como referencial de vencimentos no âmbito da função e gestão públicas, o do sr. Presidente da República.”
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Segundo a resposta do executivo, há então 31 trabalhadores na RTP a ganhar mais que o PR. Neste grupo, 15 têm funções de gestão/administração e destes 14 ganham menos de 13 mil euros/mês.
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Já na coluna referente a trabalhadores de “entretenimento/informação”, são apontados 16 colaboradores com vencimentos superiores a 6500 euros, ganhando oito destes entre 10 mil e 19 mil euros e um consegue retirar da televisão pública mais de 30 mil euros.
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Fazendo contas aos custos da RTP com os seus mais de 2400 trabalhadores, e segundo o relatório e contas de 2010, conclui-se que os 31 profissionais que ganham mais que o PR, e que representam 1,3% dos trabalhadores, custam 4,5% do total que a televisão gasta anualmente em pessoal, custando mais 249% que a média mensal de cada trabalhador: se cada colaborador da RTP custou em média 42,7 mil euros em 2010, estes 31 custaram em média 149 mil euros cada.