De: ALÔ PORTUGAL Data: 08/06/10 19:21:59 Para: Undisclosed-Recipient:, Assunto: A massa de que são feitos | | | |
A situação em Portugal vai de mal a pior,
É o ensino e muito particularmente a Justiça ou a falta dela.
Sexta Feira, 6 de Agosto de 2010
A massa de que são feitos
Perante os factos e situações que vão ocorrendo, talvez se justifique uma pequena pausa, ou antes, uma postura analítica focalizada nos responsáveis pela construção social, económica e politica que configura o actual estado da Nação.
Por outras palavras.
Quem é esta gente ? De onde é que veio ? Que formação têm? Qual o estatuto familiar ou histórico que transportam ? O que é que realizaram na vida ? Em que experiências é que participaram ? Qual o curricullum de vida que apresentam ?.......
Tudo isto para colocarmos a grande questão.
Como é que foi possível estarmos a ser enganados durante tantos anos por gente sem qualificação nem créditos adquiridos e só agora começarem a despontar alguns focos de contestação ?
Se olharmos para os actores que durante 35 anos têm "mexido" nas coordenadas politicas do País sentiremos um vazio quase total na maioria dessa gente !
Teríamos mesmo muitas duvidas em dar-lhes algum lugar de responsabilidade em qualquer das empresas que tivemos.
Alguns roçam mesmo a boçalidade e não estamos só a referir-nos aos tais Linos, Pinhos ou Pereiras, podíamos mesmo continuar com muitos outros. Às vezes parecem ter sido apanhados de surpresa e colocados num qualquer Ministério, mesmo sem terem conhecimentos ou vocação para tal.
Numa análise fria, temos mesmo que concluir que o que se tem passado nada mais tem sido que a gestão selectiva de incompetências de forma a nunca porem em causa as estratégias das cúpulas dirigentes dos principais partidos surgidos após 74.
Nesta sucessão histórica alguns destes personagens são marcantes, pois souberam aproveitar a onda que permitiu mantê-los ao sabor da corrente e da história.
Souberam sobre tudo usar a estratégia do OMO e do TIDE, ao criarem dois produtos iguais apenas com rótulos diferentes.
Embora o marketing se tenha esforçado por explicar as vantagens de cada um, o certo é que a roupa acabou sempre por ficar com as nódoas fosse qual fosse o produto utilizado.
Pensamos que a história talvez não tivesse sido a mesma com Francisco Sá Carneiro.
E isto porque nos parece que muito para lá dos pressupostos ideológicos, a principal riqueza das Nações advêm do carácter e da postura das gentes que a integram.
Um Sócrates, um Silva Pereira, um Mesquita e outros que tais, nunca passariam de carregadores de malas se por acaso vivessem na Suécia, ou na Dinamarca, ou na França, ou na Inglaterra, ou....em qualquer outro País da Europa.
Aqui, pasme-se, um é primeiro ministro, o outro ministro da presidência, o outro já foi ministro da justiça e o rol continuaria se necessário fosse.
E isto é possível porquê ?
Porque, por infelicidade nossa, somos o povo menos evoluído e educado da Europa.
Isso se deve em grande parte á Igreja e aos poderes políticos que ao longo do tempo por aqui têm encontrado campo fértil para as suas práticas.
Quando "os novos tempos" permitiram outras aberturas, as classes emergentes nada mais precisaram que "instalar a tenda" e fazer a sementeira politica e ideológica que ia ao encontro da vaga geral e que lhes permitiu sobre o mesmo povo manso ir desenhando as estruturas da sua implantação na sociedade, distribuindo tarefas, avenças, colocações, contratos, cargos, criando e duplicando organismos, etc, etc e deslumbrando-se com os milhões que entravam e entram da Europa e as fortunas que iam e vão fazendo e os empregos que se vão estendendo aos filhos, ás mulheres, aos sobrinhos, aos amigos, ás gentes do partido.....etc.
Com tantos interesses a gerir tinham que se assegurar da impunidade necessária para muitos dos actos "menos lisos" que iam praticando.
E foi fácil. Quase por mutuo acordo ou grande maioria, puseram em prática essa ofensa maior á nossa inteligência e que é o chamado Sistema Judicial moldado á protecção de políticos corruptos. E não falha. Veja-se o caso Freeport, apenas um exemplo.
E quem são os obreiros maiores deste embuste ? São exactamente aqueles que vemos de novo na praça publica a tentarem justificar e defender os actuais agentes que lhes garantem as benesses já adquiridas.
Isto como se vivêssemos num País a dois níveis. O deles e o dos restantes 98% da população.
Entendem agora que o Estado não deve fazer gastos sociais quando os destinatários podem estar a encobrir rendimentos. E até têm alguma razão, pois vendo bem este é o povo que os gerou e eles sabem bem a massa de que foram feitos. Trata-se apenas de um problema de escala.
Como têm quase a certeza que os mais pequenos são vigaristas ( lá está a tal massa ), mas não dispõem de nenhum sistema de encobrimento, vão exigir acesso ás contas bancárias.
Tudo bem. Á que respeitar o Erário Publico!
Bom, e os grandes vigaristas e corruptos ? Como é que este mesmo Estado quer resolver o problema ?
Vamos ter acesso ás contas dos políticos sob suspeita ?
É que o verdadeiro ROUBO não são alguns apoios miseravelmente concedidos.
Os roubos que continuam impunes são aqueles que estão a levar este País á bancarrota e em que estão envolvidas muitas das principais personagens politicas originadas no Abril de 74. Estes são os grandes responsáveis pela situação de miséria que vamos deixar ás próximas gerações..
Está na altura do POVO exigir a comprovação da proveniência dos rendimentos desta escumalha politica que não tem vergonha e por enquanto ainda nem tem medo.
A ilusão no entanto pode ser passageira.
Isso, se nós quisermos. "José Fuinhas" Alcantara
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