sábado, 26 de Fevereiro de 2011 | 10:19
EUA arrasam Ministério da Defesa e militares portugues
O Ministério da Defesa português «move-se pelo desejo de ter brinquedos caros», diz um dos telegramas da embaixada dos EUA em Lisboa, que faz parte do pacote de 722 documentos libertados pelo Wikileaks e que o jornal Expresso publica a partir de hoje.
Os telegramas secretos hoje revelados vão mais longe nas críticas que fazem a toda a estrutura militar portuguesa: «Os militares têm uma cultura de statu quo em que as posições-chave são preenchidas por carreiristas que evitam entrar em controvérsias, em vez de serem preenchidas com pensadores criativos, promovidos pelo seu desempenho», diz um telegrama de 5 de Março de 2009.
«Espera o tempo suficiente, dizem-nos os oficiais, e chegarás a coronel ou general. Esta cultura fomenta um pensamento adverso a correr riscos e um corpo de oficiais superiores para quem adiar uma decisão é quase sempre a melhor decisão».
Num telex do dia seguinte, Thomas Stephenson, embaixador em Lisboa, faz considerações nada abonatórias do então ministro da Defesa, Severiano Teixeira: «Fraco, não muito respeitado pelas chefias militares, ridicularizado pela imprensa e com pouca influência dentro do Governo português». Pelo contrário, Thomas Stephenson, tece elogios ao secretário de Estado da Defesa João Mira Gomes e descreve um encontro que tivera com ambos: «Era notório como Teixeitra hesitava com frequência enquanto falava, olhando para Mira Gomes à procura de apoio».
Na sexta-feira, o ministro da Defesa já tinha reagido com indignação à publicação dos documentos: «A minha posição é de condenação da divulgação desses documentos», afirmou Augusto Santos Silva, justificando-a com o facto de a confidencialidade atribuída a esses e outros documentos ser necessária «para que os países assegurem a liberdad
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