terça-feira, 3 de maio de 2011

Exemplos a Seguir

A famigerada CIA encontrou o covil de Ossama ben Laden. Um comando das Forças Armadas dos Estados Unidos foi destacado para o local. Em menos de 3/4 de hora deram o assalto, prenderam-no e enjaularam-no num bunker da CIA. Vai agora ser julgado no Tribunal internacional. Devido aos seus crimes, a sua condenação a prisão perpétua é mais que garantida.

Não!?


Não, foi barbaramente assassinado.


Contrariando as leis internacionais, os Direitos Humanos, todas as proclamações de democracia e os mais elementares princípios de justiça em que todo e qualquer ser humano tem direito a julgamento,, qualquer que o seu crime tenha sido, os EUA acham-se com o direito de tudo espezinhar e fazer como de momento lhes aprouver, a fazer justiça por suas próprias mãos. Continuam tão civilizados como no seu próprio Far West do Séc. XIX.


Se o homem merecia a morte não há dúvida, mas não é isso que aqui se discute. A questão é se uma nação que provoca a instabilidade em todos os lados onde entra se poderá ter como civilizada e democrática. Vista a maneira como os seu povo reagiu a este assassínio também não pode restar dúvida sobre o espírito de democracia que os encarna.


Ossama ben Laden estudou na Universidade de Oxford, UK, pelo que era um homem instruído. Por essa razão, os EUA procuraram-no e armaram-no para combater contra os russos em seu lugar. Cobardemente, como é seu costume. Quando o vento mudos os seus interesses, logo lhe puxaram o tapete sob os pés, tornando-o seu justamente inimigo. Com essa reviravolta, provocaram o terrorismo. De quem foi a culpa? Estes acontecimentos, juntamente à sua política anti-democrática, impulsionaram esse terrorismo a ponto de terem sido atacados no seu próprio território.


Tal como neste caso que provocou o terrorismo na zona do Paquistão e do Afeganistão e mais tarde o seu alastramento, a paz nas zonas onde os EUA intervêm têm perdido a paz e a estabilidade. O exemplo do Médio Oriente fala por si mesmo. Jamais haverá paz na região enquanto houver um país que
roube e colonize os territórios vizinhos com aprovação do país que se proclama democrático e aprova todos os crimes dos amigos. Neste momento, a única esperança para aquela área é que o Irão faça justiça e apague o mal da região do mapa. O Irão também é uma peste? É, mas esse acto seria uma bênção.

O procedimento dos EUA não foi apenas o que fica atrás. É uma puerilidade pensar que tivessem feito justiça com um assassínio sujo e que o terrorismo tenha terminado com o ben Laden. Bem pelo contrário. O modo como actuaram só pode provocar um recrudescimento. Têm agora no seu encalço um médico cirurgião egípcio e se esta morrer outros virão. Podem mesmo ter dado um tiro num pé (ou até um em cada pé) e o partido egípcio da Irmandade Muçulmana ganhar as eleições que se aproximam. Deste modo seria uma considerável perda na estratégica dos EUA no Médio Oriente.


Nestas circunstâncias parece evidente que a Europa só tem a lucrar com o seu afastamento da política dos EUA. É uma nação que mudou enormemente desde o fim da II Guerra Mundial. A questão de por duas vezes ter salvo o velho continente não pode fazer-nos aceitar a sua própria mudança, alinhar nela e dela sofrer as evidentes consequências. A Europa encontra-se numa grande região em que lhe interessa viver em paz com os seus vizinhos, mesmo os mais afastados. Com eles sempre teve e deve continuar a ter relações muito mais estreitas. No seu próprio interesse.


O único interesse dos EUA longe do seu território nacional é apenas por ganância material e para exploração os povos, sugando-lhes os lucros e vivendo à sua custa.


Na região em que se inserem, os EUA apenas conseguem ter relações amigáveis com o Canadá. Porque será? As populações brancas das Américas não toleram a sua arrogância nem por eles serem miseravelmente explorados. Quase os odeiam tanto quanto
os índios odeiam os castelhanos.

Aqueles que aprovarem o modo como os EUA julgam ter resolvido o presente caso, de certo não porão obstáculos a que os portugueses procedam de igual modo. Para eles também se tem revelado impossível acabar com a desgraça que os políticos infligem a toda uma população. Estão agarrados como carraças nas costas do povo a que chupam o sangue e nada os faz desistir. Se aprovam os EUA quanto ao modo como se libertaram do Ossama ben Laden sem julgamento, certamente que aprovam usar o mesmo método para os políticos portugueses. Será um exemplo a seguir com, no mínimo, uma maior razão – o alívio de todo um povo, enquanto que os EUA se limitaram a uma suja vingança de trogloditas.

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