Manuel de Lemos, líder das Misericórdias
"Não há dinheiro para mandar tocar um cego"
O presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Manuel de Lemos, diz que "não há dinheiro para mandar tocar um cego" e que, por isso é necessário aproveitar melhor as capacidades e os recursos disponíveis
Em declarações à Lusa, em vésperas do início do congresso das Misericórdias portuguesas, que decorrerá em Coimbra e Arganil, entre quinta-feira e sábado, Manuel de Lemos sustenta ser preciso "ser intransigente, imaginativo e trabalhar em conjunto".
"Mais do que dinheiro, é a unificação de capacidades e recursos. As Misericórdias acham que têm de chamar à responsabilidade quem não quiser este diálogo", sublinha.
Na sua perspectiva, "não dá para fazer de conta quando não há dinheiro para mandar tocar um cego".
Segundo Manuel de Lemos, "antes de começar a pedir mais recursos, é [necessário] aproveitar os que temos", embora admita que os poderes central e local "têm um papel fundamental" nesta abordagem concertada aos problemas.
Admite também que o congresso que na quinta-feira abre em Coimbra "é o momento da União de Misericórdias para encontrar formas para um caminho melhor".
Manuel de Lemos observa que normalmente as instituições quando se reúnem à mesa colocam o problema no centro, mas nesta altura é preciso que estejam todos do mesmo lado, de frente para o problema.
"Temos de ser razoáveis. Portugal não tem motivo para que alguém passe fome", cita, lembrando que, "com mais organização", seria possível aproveitar melhor a "malha" de Misericórdias e de outras instituições particulares de solidariedade social do país.
O X Congresso Nacional das Misericórdias Portuguesas, subordinado ao tema "A Intergeracionalidade: Passado, Presente e Futuro", deverá ser encerrado ao final do dia de sábado em Arganil, com a presença do Presidente da República, Cavaco Silva.
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