sexta-feira, 12 de agosto de 2011

12/08/2011 12h54 - Atualizado em 12/08/2011 12h59

Polícia Federal vai investigar morte de juíza no Rio

Investigação será conduzida pela superintendência da PF no Rio.
Presidente do Supremo, Cezar Peluso, pediu 'empenho' da PF no caso.



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Presidente do TJ-RJ diz que juíza assassinada não pediu proteção

12 de agosto de 2011 12h40 atualizado às 12h54

Desembargador Manoel Alberto Rebêlo dos Santos concede entrevista no Rio e diz que caso é "questão de honra"
Foto: Luís Bulcão/Especial para Terra


Luís Bulcão

Direto do Rio de Janeiro

O presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, afirmou que a juíza Patrícia Acioli, assassinada na noite de quinta-feira, não havia solicitado segurança à justiça. O desembargador confirmou que a magistrada recebeu proteção de três policiais entre 2002 e 2007 por iniciativa do próprio tribunal. Segundo ele, também foi o TJ que julgou desnecessária a manutenção da escolta, reduzindo para apenas um policial a partir de 2007.

"O tribunal chegou à conclusão de que não havia necessidade de continuar com a segurança intensa. Muitos magistrados que recebem proteção por um tempo acabam eles mesmos pedindo para que ela seja aliviada quando não julgam mais necessária", afirmou. Segundo o desembargador, a juíza optou por dispensar a proteção quando foi proposta a redução da segurança de três policiais para um.

Rebêlo contou que havia encontrado a juíza há poucos dias e ela não teria relatado nenhuma ameaça. "Ela parecia feliz. Até brincou comigo", relatou. O desembargador afirmou que o Judiciário está de luto pela morte de Patrícia. "Era uma pessoa extremamente rigorosa, que enfrentava os processos com coragem", afirmou.

O desembargador disse que vai convocar uma força-tarefa de três juízes para dar agilidade aos processos que Patrícia era responsável. Segundo ele, o o gabinete dela no Fórum de São Gonçalo foi lacrado e todas as informações necessárias para a investigação serão preservadas.

Rebêlo afirmou estar confiante na ação da polícia. Ele relatou que o secretário de segurança, José Mariano Beltrame, colocou os efetivos necessários da Polícia Civil e da Polícia Militar para que o caso seja investigado. Segundo o desembargador, os quatro autores dos disparos abordaram o veículo da juíza a bordo de duas motocicletas. "Eles estavam encapuzados, mas estou confiante porque eles podem não terem usado capuz durante todo o trajeto", afirmou.

Rebêlo disse que o assassinato não vai intimidar o judiciário: "O crime não vai ficar impune. É um caso de honra para a magistratura Fluminense".

Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados pelo menos 15 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.






Executada juíza odiada por polícias

Patrícia Lourival Acioli, juíza famosa no Rio de Janeiro pelo rigor com que combatia o crime organizado, principalmente grupos de extermínio formados por polícias, foi executada na madrugada de ontem ao chegar a casa, em Niterói, arredores da capital carioca
Por:Domingos de Grilo Serrinha, correspondente no Brasil
A magistrada, de 47 anos, que não tinha escolta apesar das ameaças de morte, foi atingida por pelo menos 10 dos 16 tiros disparados por homens encapuzados que a esperavam.
Os criminosos usaram duas motas e dois carros, um dos quais impedia o acesso à garagem da residência. Patrícia nem chegou a descer do seu Fiat Idea, pois os homens das motos apearam-se e alvejaram-na.
Juíza em São Gonçalo, também na área do Rio, notabilizou-se por sentenciar com pena máxima polícias que participavam em esquadrões da morte. Mas também fez inimigos poderosos ao condenar mafiosos que adulteravam combustíveis e que controlavam o transporte ilegal.
Em 2003, outros dois magistrados conhecidos pela severidade das sentenças foram assassinados: Alexandre Martins Filho e António José Machado Dias.

COMENTÁRIO MAIS VOTADO
"Não foi executada, foi assassinada.A execução é o cumprimento da pena de morte imposta por um tribunal."
Anónim

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