segunda-feira, 19 de setembro de 2011


ROUBAM AOS POBRES PARA SOBREVIVENCIA DOS RICOS

Como à Grécia

por RTP actualizado às 08:06 - 19 setembro '11

Farmacêuticas podem cortar fornecimentos a Portugal

publicado 11:00 18 setembro '11


Alguns dos medicamentos negados aos hospitais gregos destinam-se a tratamentos oncológicos DR

A Associação dos Administradores Hospitalares admitiu que Portugal possa também ser afectado, como a Grécia, pela suspensão de fornecimentos de laboratórios farmacêuticos. O presidente da associação, Pedro Lopes, reconheceu que "a dívida dos hospitais com a indústria é elevadíssima e deve rondar neste momento os 1.500 milhões de euros, se não for maior". Por motivo idêntico, a multinacional suíça Roche anunciara ontem que suspendia o fornecimento de medicamentos aos hospitais públicos gregos.

Farmacêuticas podem cortar fornecimentos a Portugal

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Citado pela Agência Lusa, Pedro Lopes considera que a dívida dos hospitais públicos à indústria se explica, a montante, pela dívida do Estado aos hospitais. O Estado, sustenta aquele dirigente associativo, "deve muito dinheiro" aos hospitais, porque "não honrou" os contratos-programa assinados com estes nem “fez as contas dos últimos ". E, na sua perspectiva, é o Estado que tem “de criar condições para os hospitais terem liquidez financeira e pagarem as dívidas".

Ora, acrescenta, "se o Estado não pagar o que deve aos hospitais, estes não têm dinheiro para pagar à indústria". Lopes diz-se “extremamente preocupado, até por não ouvir qualquer resposta do Ministério da Saúde" sobre essa dívida do Estado. E acrescenta: "Não excluo a possibilidade de vir a ser suspenso esse fornecimento [dos medicamentos]”.

O presidente da Associação de Administradores Hospitalares não perdeu a oportunidade brindada pela crise aberta entre a multinacional Roche e o Estado grego, e pela crise anunciada entre a mesma multinacional e os Estados português, italiano e espanhol, para lembrar que anda há muito tempo a alertar o Ministério para o facto de os hospitais públicos estarem "a entrar num processo muito perigoso" devido precisamente a essas dívidas. Pedro Lopes vê na falta de resposta do Ministério um mau prenúncio: "O caminho é esta dívida continuar a crescer".

O Ministério da Saúde mantém-se entretanto em silêncio sobre as acusações do presidente da Associação e sobre a eventual suspensão de entregas que ameaça tratamentos, em certos casos decisivos, para os pacientes do Serviço Nacional de Saúde. A Lusa dá conta de diligências que realizou junto do Ministério e que permaneceram infrutíferas. Do mesmo modo, o representante da Roche em Portugal, instado pela agência noticiosa, não acrescentou outras precisões à referência que o presidente da multinacional, Severin Schwan, ontem fizera a Portugal em entrevista ao Wall Street Journal

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