Segunda-feira, 28 de Novembro de 2011
The Economist: Euro pode colapsar "dentro de semanas"
Revista britânica dá apenas algumas de semanas de vida ao euro
A The Economist publicou este sábado dois artigos onde alerta para o risco do colapso do euro em apenas algumas semanas, caso a Alemanha e o Banco Central Europeu (BCE) não tomem medidas rapidamente.
Sublinhando que a "a crise na zona euro está a tornar-se em pânico e a mergulhar a região numa recessão", a prestigiada revista alerta que "o risco de a moeda única se desintegrar dentro de semanas é alarmante".
E continua: "mês após mês, a crise do euro alastrou-se da periferia da zona euro para os países núcleo. Primeiro a Grécia, depois a Irlanda e Portugal, depois a Itália e Espanha". Mais recentemente as obrigações da Bélgica e França foram castigadas pelos investidores e a crise de dívida bateu à porta da Alemanha. Berlim foi ao mercado esta semana, mas só conseguiu colocar 60% da dívida pretendida, no leilão com menos procura desde 1999, lembra ainda a The Economist.
Pior, "existem sinais de que a zona euro caminha para uma recessão, se é que já não estará nessa situação", nota, dando o exemplo das encomendas à indústria na zona euro, que desceram 6,4% em Setembro, o maior declínio desde Dezembro de 2008.
Por tudo isto, diz a publicação, "é agora mais provável uma calamidade ainda maior. A intensificação das pressões financeiras aumenta as probabilidades de um 'default' desordenado de um país, uma corrida aos depósitos dos bancos ou uma revolta contra a austeridade que marcaria o início do fim da zona euro".
"Mesmo com a zona euro a caminhar inevitavelmente para um crash, a maioria dos cidadãos assume que, no último momento, os políticos tomarão medidas para salvar o euro", diz a The Economist.
A revista britânica tece ainda duras criticas à forma como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o BCE têm gerido a crise de dívida. "A cautela da chanceler Angela Merkel pode ser implacavelmente eficiente na política, tal como testemunhado na forma como ajudou a puxar o tapete a Sílvio Berlusconi. Mas a crise de dívida é mais difícil de manipular. Juntamente com líderes de outros países, recusa-se a reconhecer a extensão do pânico nos mercados. O BCE rejeita a ideia de actuar como um financiador de último recurso para os governos em apuros, mas solventes", afirma.
Na opinião da revista, "a actual situação não pode continuar por muito mais tempo. Sem uma mudança dramática por parte do BCE e dos líderes políticos, a moeda única pode desintegrar-se dentro de semanas. Vários eventos, desde a falência de um grande banco ao colapso de um governo, podem causar a sua morte".
O artigo da The Economist surge numa altura em que a Itália está sob uma enorme pressão dos investidores, com as 'yields' a atingirem recordes no mercado não regulamentado ‘over the counter' (OTC), mesmo com o BCE a comprar dívida do país agora liderado por Mario Monti. Além disso, os custos de financiamento de Roma estão a disparar. Itália pagou um juro de 6,5% numa emissão de dívida a seis meses realizada na sexta-feira, quase o dobro face aos 3,535% registados no último leilão comparável, realizado há apenas um mês.
O porta-voz do Presidente francês admitiu hoje que a crise italiana representa uma ameaça para a zona euro. Isto depois de Nicolas Sarkozy e Angela Merkel terem alertado Mario Monti de que o colapso de Itália levará inevitavelmente ao fim do euro e a uma interrupção do processo de integração europeia com consequências imprevisíveis". O alerta de Berlim e Paris terá sido feito durante a mini cimeira que reuniu na passada quinta-feira os três dirigentes em Estrasburgo (França), segundo um comunicado do Governo italiano publicado na sexta-feira após um conselho de ministros.
Também Espanha está à beira do resgate. A Reuters avançou na sexta-feira que Madrid estaria a ponderar pedir ajuda externa, uma informação que foi imediatamente desmentida pelo Governo espanhol.
Fonte: Económico
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