Independente: Dúvidas sobre diploma do ex-primeiro-ministro
Magistrada questiona notas de Sócrates
A vida académica do ex-primeiro-ministro José Sócrates na Universidade Independente foi ontem objecto de várias perguntas do colectivo de juízes, presidido por Ana Peres, no julgamento que decorre no Tribunal de Monsanto. No processo há 23 arguidos acusados de vários crimes, como corrupção e burla.
Ana Peres perguntou a Bruno Silva, antigo funcionário da administração escolar e secretaria da UnI, se alguma vez recebeu o pedido de equivalência de cadeiras do curso de engenharia civil de José Sócrates. O antigo funcionário disse nunca ter recebido o pedido - no entanto, o mesmo poderá ter sido feito a outro funcionário. Ana Peres perguntou, então, se foram colocadas nas pautas notas de disciplinas frequentadas por José Sócrates: Bruno Silva disse não se lembrar de ter visto o nome do ex-primeiro-ministro. A juíza quis ainda saber da autenticidade de várias pautas manuscritas e o ex-funcionário explicou que havia essa prática (pautas escritas à mão) na UnI.
ANTIGO PRIMEIRO-MINISTRO DEPÕE A 9 DE JANEIRO
A 9 de Janeiro, José Sócrates será ouvido no Tribunal de Monsanto, por decisão da juíza Ana Peres. Sócrates foi arrolado como testemunha do ex-reitor Luiz Arouca, acusado de 20 crimes (associação criminosa, corrupção, burla, entre outros). Arouca foi professor de Sócrates na cadeira de Inglês Técnico, na licenciatura de Engenharia Civil, concluída pelo ex-primeiro ministro na UnI. José Sócrates vive actualmente em Paris (França), onde estuda filosofia na Universidade de Sorbonne. Sócrates é obrigado a depor. Caso falte, sem justificação, no limite, a lei prevê que a testemunha seja detida para depor em tribunal.
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