Assassino de Toulouse "foi liquidado para esconder a verdade"
Advogada do pai de Mohamed Merah diz ter dois vídeos nos quais ele pergunta à polícia: "Porque me matam? Estou inocente". Assassino de Toulouse seria "informador" dos serviços secretos franceses.
Daniel Ribeiro, correspondente em Paris (www.expresso.pt) 9:06 Segunda feira, 2 de abril de 2012 |
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Zahia Moktari, advogada do pai de Mohamed Merah, anunciou que vai apresentar queixa contra a polícia francesa e desenvolve a tese de que o jovem era "informador" dos serviços secretos franceses.
Esta suposição de que o jovem de 23 anos, que matou friamente sete pessoas em Toulouse no mês de março, teria trabalhado para os serviços secretos franceses foi já avançada por outras fontes. Segundo estas últimas, as estranhas viagens de Merah a Israel, territórios palestinianos, Jordânia, Afeganistão e Paquistão teriam decorrido "com cobertura" da secreta francesa.
Em Israel e Palestina com "visto de turista"
O jovem francês de origem argelina teria estado três semanas nos territórios palestinianos e em Israel, com visto de turista, em 2010 - informação que as autoridades israelitas não desmentem e que são confirmadas, segundo o jornal "Le Monde", por fontes da secreta do estado hebraico.
No mesmo ano, Mohamed Merah viajou igualmente para o Afeganistão e, no ano seguinte, para o Paquistão. Em novembro de 2011 foi interrogado pelos serviços secretos franceses, em Toulouse, que o deixaram em liberdade sem vigilância especial.
"Tenho dois vídeos idênticos, de 20 minutos cada um, nos quais Mohamed Merah diz aos polícias franceses "porque me matam?" ou "estou inocente'", informou a advogada, em conferência de imprensa, em Argel.
"Manipulado pelos serviços secretos"
Estas informações são desmentidas pelo comando das forças especiais da polícia francesa, que sempre afirmou que foi "feito tudo" para ele ser apanhado vivo.
A advogada do pai de Mohamed Merah acrescentou que ele "foi manipulado e utilizado pelos serviços secretos franceses e depois liquidado para esconder a verdade, para que a verdade não fosse revelada".
"Vou entregar à Justiça francesa os vídeos e indicar o nome de três pessoas para serem ouvidas - uma é responsável dos serviços secretos e duas outras de nacionalidades diferentes", acrescentou a advogada.
Na semana passada, o Governo francês recusou o pedido da oposição para que os chefes da secreta francesa fossem interrogados no Parlamento sobre este caso.
A jurista argelina garante que os vídeos lhe foram entregues por "pessoas que estiveram no centro dos acontecimentos e que desejam que se saiba a verdade".
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