terça-feira, 19 de junho de 2012


“Amigos” de Miguel Relvas tentam um novo caso Publico contra a comunicação social

Posted: 18 Jun 2012 05:18 PM PDT

Se um cidadão não gosta do que os outros dizem, a primeira coisa a fazer é ignorar. Noutros casos com a mania das grandezas, tenta-se silenciar. A nova vítima parece ser um jornal que sai ás quintas.

Foi a 28 de Maio que Miguel Relvas, ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares comentou “Vou sair mais forte” segundo o jornal Publico. Não esperava ele que a capa do Jornal O Crime de 7 de Junho, sensivelmente uma semana depois, tivesse como manchete principal “Ministro Relvas esconde processo de licenciatura” (ver a edição do jornal gratuita aqui onde está toda a notícia). Talvez a não haver licenciatura haverá certamente motivo para as ideias pouco convenientes que têm apresentado no seu emprego, ou seja, aquilo que todos os contribuintes pagam.

o

n Carlos Tomás

Várias consultas

aos documentos

existentes

publicamente

não permitiram

descobrir a forma

como o ministro

mais polémico de

Passos Coelho tirou

a licenciatura.

Em que universidades estudou? Que

cursos frequentou? Com que média

tirou a licenciatura? Teve equivalências

em algumas cadeiras universitárias?

Perguntas que, ao fim de uma

semana, permanecem ser resposta,

apesar dos esforços desenvolvidos

pelo “o Crime” para as tentar obter.

O ministro simplesmente escondeu

as suas habilitações académicas e

tudo que se conseguiu descobrir foi

uma série de factos mal explicados

no percurso académico do ministro, a

fazer lembrar a polémica gerada em

torna da licenciatura do engenheiro

José Sócrates, ex-primeiro-ministro

de Portugal.

Os dados constantes na conhecida

Wikipédia, um site onde são disponibilizados

os perfis de inúmeras

figuras públicas e de actualização

permanente, embora não seja totalmente

fiável, dizem que Miguel

Fernando Cassola de Miranda Relvas

nasceu em Lisboa em 1961, tendo

vivido em Angola até 1974. De novo

em Portugal, frequentou o Colégio

Nun’Álvares, em Tomar, e a Faculdade

de Direito da Universidade de Lisboa,

acabando por se licenciar em Ciência

Política e Relações Internacionais em

2007, na Universidade Lusófona.

Na biografia que é apresentada no

site do Governo, não é feita qualquer

alusão à formação académica de Miguel

Relvas e no seu perfil na Assembleia

da República apenas se refere

que é licenciado em Ciência Política e

Relações Internacionais pela Universidade

Lusófona.

Direito?

Recuando ao ano de 1987 e à ficha

então preenchida, ainda de forma

manuscrita na Assembleia da República,

é possível descobrir que Miguel

Relvas disse ter o 2º Ano de Direito,

mas não se refere em que universidade

os frequentou. Como na Wikipedia

se refere a Faculdade de Direito

de Lisboa e tratando-se de uma figura

pública, sendo plausível que o ministro

tenha assessores atentos à sua

imagem e às informações que são

tornadas públicas – o próprio ministro

pode corrigir as informações naquele

site – “o Crime” tentou saber

qual o percurso académico de Relvas

naquele estabelecimento de ensino.

A resposta daquela faculdade foi lacónica:

“Vimos a informar que não se

encontra, nos arquivos académicos

da Reitoria e da Faculdade de Direito,

qualquer processo académico em

nome de Miguel Fernando Cassola

de Miranda Relvas.”

Face a isto, só havia uma solução,

pedir ao ministro informações sobre

o seu percurso académico. Porém,

apesar de vários e-mails enviados

na passada e nesta semana e dos

inúmeros telefonemas para o seu

assessor, António Valle – só um foi

atendido -, que prometeu fornecer

tais dados na tarde de sexta-feira, ou

na manhã da passada segunda-feira,

a verdade é que não foi dada qualquer

informação. O ministro ou o

seu assessor (ou ambos) esconderam

clara e deliberadamente o percurso

académico do governante que, como

titular de um cargo público, está

abrangido pela denominada “lei da

transparência”.

Apesar da pouca colaboração de

Miguel Relvas, que teve muitos minutos

para nos dar uma resposta e

não o fez, “o Crime apurou que o ministro

esteve matriculado num curso

de Direito na Universidade Lusíada,

no ano lectivo de 1984/85. No ano

seguinte, não terá gostado do curso,

e mudou para História. O seu nome

só voltou a ser notado na Lusíada

em 1995/96, quando se inscreveu no

curso de Relações Internacionais.

Perante este percurso, ficam por

explicar os dois anos de Direito que

disse ter em 1987 quando fez parte

da X Legislatura, num dos governos

de Cavaco Silva. Importava saber

quando é que o ministro se inscreveu

na Universidade Lusófona, mas deste

estabelecimento de ensino e após

cinco dias, apenas se conseguiu obter

a seguinte informação: “Em resposta

ao pedido de documentos relativos

ao ex-aluno desta Universidade, Sr.

Dr. Miguel Relvas, vimos comunicar

que já demos seguimento ao pedido,

estando a ser cumpridas as exigências

legais aplicáveis, nomeadamente

as impostas pela Lei nº 46/2007, de

24 de Agosto. Logo que possível entraremos

de novo em contacto.”

Segundo o jornal “O Mirante”

divulgou numa crónica alusiva à licenciatura,

na Lusófona, do ministro,

que concorre pelo círculo de Santarém,

“Miguel Relvas era acusado por

alguns detratores de nunca ter trabalhado

na vida, nem sequer como

estudante, e também diziam que se

sentia deprimido quando o tratavam

por Dr. sem que ele o fosse realmente”.

Em Portugal quem não tiver

uma licenciatura não pode ocupar os

mais altos cargos da administração

pública.

A resposta

daquela

faculdade foi

lacónica: “Vimos

a informar que

não se encontra,

nos arquivos

académicos da

Reitoria e da

Faculdade de

Direito, qualquer

processo

académico em

nome de Miguel

Fernando Cassola

de Miranda

Relvas.”

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