quarta-feira, 18 de julho de 2012

“O que chateia esta gente é saber que alguém da Igreja fala"

Económico
18/07/12 08:11






Ministro da Defesa acusa bispo de causar embaraço à Igreja. PSD e CDS classificam declarações de D. Januário como “insulto” e “difamação”.

"Não estou preocupado. Ele não é meu superior, não é meu ministro." É a resposta de D. Januário Torgal ao ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, que ontem o desafiou a escolher entre "ser bispo das Forças Armadas e ser comentador político".

Em declarações ao jornal i, D. Januário contrapõe: "Um bispo não tem que escolher entre a sua função de membro da Igreja ou de comentador político. Um bispo tem de falar de tudo, é sua obrigação interceder pelos mais frágeis. Se isso é ser comentador político, que seja".

Em entrevista à TVI, na noite de segunda-feira, D. Januário Torgal considerou que "este governo é profundamente corrupto", por acreditar que os membros do governo "são equívocos, porque lutam pelos seus interesses, porque têm o seu gangue, porque têm o seu clube e porque pressionam a comunicação social".

Aguiar-Branco, por seu lado, disse esperar que "o senhor bispo tenha apresentado na Procuradoria-Geral da República os factos que fundamentam essa declaração, até porque deve obediência às regras da Igreja e o falso testemunho é matéria que não obedece às regras da Igreja".

Já o Capelão das Forças Armadas, que defende a sua intervenção por esta se referir "a critérios ético-morais que faltam na política" considera que "o que chateia esta gente é saber que alguém da Igreja fala. Eles não estão habituados a este tipo de realismo", acrescentou ao i.

"Ninguém tem que me pedir explicações sobre as coisas que eu digo de acordo com a minha consciência", contraria D. Januário. A Conferência Episcopal veio ontem considerar que as palavras do bispo são "simplesmente declarações a nível pessoal".

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